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Férias no campo

O proprietário desta casa sonhava em reviver a infância no sítio. Agora ele pode

Por Natalia Mazzoni
Atualização:

Uma casa feita para ser ao mesmo tempo rústica e contemporânea, com área total de 1.150 m², em um condomínio no interior de São Paulo, é a realização do sonho do proprietário, que passou a infância em um sítio e hoje quer aproveitar cada fim de semana com a família ao redor do fogão a lenha ou descansar à sombra de uma jabuticabeira. 

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Para colocar o projeto em prática, a arquiteta Deborah Roig partiu da ideia de que a casa deveria se voltar para o exterior – o terreno, em um ponto mais alto do condomínio, tem 3.235 m². “Trazer a paisagem de fora para dentro foi uma forma de buscar a atmosfera que o cliente pediu, sem que fosse preciso criar ambientes caricatos de casa de fazenda”, explica.

A estratégia fez com que a área externa se tornasse o maior atrativo do projeto, que demorou oito meses para ser concluído. A casa foi construída de modo que não fosse apenas uma área de lazer equipada para os gostos da família, mas também para ter pontos estratégicos de onde a paisagem pudesse ser apreciada. “Do estar já é possível ver a piscina (foto acima), que, desse ângulo, é como um grande espelho d’água. A casa, por ser quase toda térrea, se abre em uma perspectiva contínua – só os quartos estão mais reservados, separados da área social por alguns degraus de escada”, comenta a arquiteta.

As cinco suítes têm em comum a mesma varanda, voltada para a piscina. O acesso a eles é por um corredor fechado por grandes janelas de vidro pivotante, que ajudam a controlar o vento que entra na casa. O living também é cercado por portas de correr de vidro, que passam a maior parte do tempo abertas, fazendo com que o lugar se torne uma “casa varanda”, como a família gosta de dizer. “Ter esse artifício é o ponto mais importante desse projeto. Uma família que quer uma casa de fazenda não pensa em se recolher na sala. Era preciso fazer com que eles se sentissem no quintal mesmo quando sentados no estar.”

Pensando nisso, alguns pontos do living (foto acima) foram preparados para serem um convite à contemplação do jardim, como no cantinho equipado com quatro poltronas Buttlerfly diante da porta que se abre para a jabuticabeira. “Nenhum ambiente foi decorado de forma ostensiva. Na cozinha usamos ladrilhos hidráulicos e na sala instalamos uma lareira com duto de cobre. A área gourmet fica reservada em um espaço discreto do living, é feita para ser usada mesmo, não é apenas parte da decoração.”

Mas é lá fora, sob um pergolado de madeira coberto com vidro (foto acima), que está o espaço que a família mais usa. À princípio, o lugar seria reservado para funcionar como uma área de apoio da piscina, com vestiários para os visitantes. Convencidos pela arquiteta, os proprietários optaram por instalar ali um spa – com sauna, banheira e espaço para massagem. “Por ser no interior, os dias costumam ter tardes e noites mais frias, por isso, trouxe a ideia de uma área de lazer coberta, útil em qualquer dia do ano. As paredes, é claro, são de vidro.” 

Volumes e texturas no jardim

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Responsável também pelo paisagismo da casa, a arquiteta Déborah Roig privilegiou o desenho de linhas curvas (foto acima) e espécies de diferentes volumes e texturas. “Não queria nada muito formatado, não combinaria com a proposta da casa. As formas arredondadas vieram para fazer um contraste com a arquitetura”, explica. Com caminhos delimitados com pedras do tipo arenito, o jardim recebeu grama esmeralda, crolofitos, dracenas e agapantos de flores lilases. Deborah usou também árvores frutíferas, plantadas ao redor da casa, para trazer sombra e aromas. “Como a ideia era recriar algumas sensações da infância na fazenda, trouxemos árvores de jabuticaba, lichia, limão-siciliano e laranja. O aroma que elas exalam se espalha com o vento por todo o jardim”, afirma. Além disso, uma pequena horta (foto abaixo) com temperos e folhas foi acomodada em uma das laterais da casa, plantada em caixotes de madeira. 

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