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E rolam as pedras

Esculturas, joias, utilitários. Os objetos criados pela designer Elisa Stecca escapam de qualquer definição. Mas conquistam um número cada vez maior de admiradores

Por Marcelo Lima
Atualização:
A designer Elisa Stecca Foto: Fabio Corrêa

Esculturas, joias, utilitários. Os objetos criados pela designer e artista plástica Elisa Stecca, a partir de pedras e metais, escapam de qualquer definição. São, antes de tudo, composições muito pessoais, que desafiam o olhar, a lógica e o equilíbrio. “Acredito que em um mundo saturado de objetos, sentimos um desejo maior de ter por perto aqueles que queremos”, comenta ela, que nos últimos anos viu o interesse por seus trabalhos crescer exponencialmente – sobretudo junto a um público pouco afeito ao circuito das galerias –, e que lança amanhã, 19, sua mais nova coleção, Improváveis, na Dpot Objeto. “Me concentrei no formato dos seixos. Eles trazem a memória da lapidação natural provocada pelas correntes”, como afirmou ela, nesta entrevista ao Casa.

Da coleção Improváveis, o objeto Rosa Foto: Biondani & Heizenreider

Como funciona seu processo criativo? Varia muito. Posso partir de uma ideia que me move na busca dos materiais ou, de forma inversa, com o próprio material dando início a um trabalho, como aconteceu nesta nova coleção, com os seixos. Na maioria dos casos, porém, o latão está sempre presente na forma de encaixes trabalhados a partir de técnicas de joalheria. Sempre com a clara intenção de colocar a natureza como algo precioso e de apresentar cada peça como uma joia.

O vaso solitário Paisagem, com base de pedras interligada por hastes de latão Foto: Biondani & Heizenreider

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Quem consome os seus objetos? Em geral, jovens colecionadores interessados em uma contaminação possível entre arte e design. No geral, um público que quer ter um convívio cotidiano com a arte, mas não dispõe de espaço para alojar coleções milionárias, nem quer passar pelo crivo dos galeristas. 

Sua convivência com as pedras é longa. O que de mais importante a matéria-prima te ensinou? São quase 30 anos de convivência em harmonia. Confesso que aprendi muito. Mas, fundamentalmente, a respeitar o tempo de formação de uma obra e a valorizar o Brasil, sobretudo sua riqueza e diversidade natural.

Os mexedores de drinques Cocar, de ágata Foto: Biondani & Heizenreider

 

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