Design autoral e contemporâneo em destaque na SP-Arte

Festival internacional de arte dedicou um andar inteiro para designers independentes e arquitetos apresentarem suas coleções

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Por Roberta Cardoso
Atualização:
Humberto da Mata apresentou coleção de vasos de cerâmica; peças foram feitas em torno manual. Foto: Zeca Wittner

Em sua terceira edição, o FestivalInternacional de Arte de São Paulo (SP-Arte) levou ao Pavilhão da Bienal, em São Paulo, uma amostragem consistente do design autoral produzido hoje no Brasil. Com um andar inteiro dedicado ao tema – incluindo a presença de antiquários e galerias modernistas –, 33 expositores apresentaram suas novidades, sendo 12 deles designers independentes. A maioria tendo como base a tecnologia, as técnicas artesanais, ou um misto das duas. Logo na entrada da mostra, o Projeto Arquitetos marcou presença com a exposição “Carrinhos de Chá”, em que foi apresentado um recorte de 90 anos de criação da peça por autores brasileiros. Ao todo, foram apresentadas as propostas de dezesseis designers. Partindo do modelo assinado por Gregori Warchavchik, concebido em 1928 e que integra a coleção Etel, até o desenho contemporâneo de Arthur Casas, de 2017, foi possível acompanhar a evolução da peça e também como o seu uso ganhou novas possibilidades, como bar, além de elemento decorativo autônomo. “A coleção foi livremente inspirada no gesto da escrita. São peças individuais que você pode compor de inúmeras formas”, conta Gerson de Oliveira, da Ovo, uma das marcas em exposição, que levou à feira duas linhas inéditas: Xeque, série de mesas inspiradas no jogo de xadrez, e Grafia, conjunto de 11 cabideiros inspirado na caligrafia, todos assinados por Oliveira e sua sócia e parceira, Luciana Martins. Entre os designers independentes, Brunno Jahara sentiu a importância de sua participação logo no primeiro dia de exposição. “Todas as peças que eu trouxe foram vendidas no primeiro dia!”, comemorou. 

Além de vitrine para os novatos, a edição deste ano recebeu de braços abertos propostas que lançavam mão da tecnologia, combinada à mão de obra artesanal. Caso, por exemplo, dos vasos criados por Humberto da Mata, que demonstram bem como a mescla dos dois componentes pode resultar em peças criativas e de impacto. “Foi a primeira vez que trabalhei com cerâmica. Desenhei os vasos e procurei um bom ceramista para executar o projeto, todo feito no torno manual. No acabamento usei cristais de vidro de vários tamanhos e cores. No formo ele derrete e sai com o efeito pontilhado”, explicou o designer. Já a luminária tubular do Estúdio Rain foi criada para ‘desaparecer’ no ambiente. “As extremidades são mais finas e isso cria a impressão de que ela vai desaparecendo”, explicou o arquiteto Ricardo Innecco. O conceito da peça sugere uma percepção contemporânea da cidade de São Paulo. “Ela reflete um pouco do nosso olhar sobre as ruas da cidade de São Paulo, com características um pouco militares devido a quantidade de portões. É um traço de defesa dos civis contra os civis”, finaliza o profissional. VEJA FOTOS de novidades apresentadas na SP-Arte

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