Decoração industrial e estilo escandinavo se mesclam em apartamento no Rio

Tons leves e teto em estado bruto assinalam o contraste de estilos em projeto do arquiteto Pedro Kastrup

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Foto do author João Abel
Por João Abel
Atualização:
Vista da área social do imóvel, que teve o pé-direito ampliado após a retirada do forro. Laje com tubulação e trilhos de luz aparentes, além das prateleiras, deram a sensação de amplitude ao espaço Foto: Andre Nazareth

Assim que recebeu as chaves deste apartamento de 72 m², no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, a nova moradora percebeu que precisava repaginá-lo. Desde sempre interessada em decoração e design, ela só ficou na dúvida sobre qual linha seguir: algo mais industrial ou mais escandinavo? 

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Para surpresa da cliente, o arquiteto Pedro Kastrup, da PKB Arquitetura, sugeriu mesclar as duas opções. “Deixamos claro que ela não precisava abrir mão de um estilo para ter outro”, explica o profissional.

O porcelanato e a marcenaria foram os primeiros itens elencados por Kastrup para remeter à decoração dos países nórdicos. “Sobre o piso, optamos por um modelo que imita madeira em camadas, popularmente conhecido como ‘escama de peixe’”, detalha. A solução foi aplicada à sala, cozinha e quarto, garantindo uma sensação de uniformidade à ambientação. Assim como a madeira em tom claro presente na mobília, da sala às prateleiras da cozinha.

Confira fotos do apartamento:

A ‘pegada’ industrial ficou por conta da retirada do forro na sala de estar. “A proprietária não tinha noção do potencial do apartamento sem forro de gesso. Acreditava que tinha de se contentar com aquele pé-direito baixo.”

Desta forma, após estudos para entender a situação da laje e das vigas, o forro foi removido e o teto de concreto ficou aparente em seu estado bruto. “Nós ganhamos 22 centímetros com a mudança. Com isso pudemos instalar os trilhos de iluminação e ainda inserir um projetor de imagem pendente logo à frente da estante, o que era um dos desejos da cliente”, ele diz. 

Para acrescentar funcionalidade à primorosa estética da reforma, a planta também sofreu alterações. Uma das paredes foi removida para abrir passagem entre a sala de estar e a cozinha, hoje separadas apenas por uma porta de correr. “Onde ficava a entrada da cozinha, acessada pelo corredor, conseguimos criar um espaço de apoio para rouparia e frigobar”, diz. Já o quarto principal ganhou maior espaço para armários e a outra suíte se tornou um quarto de hóspedes.

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Tecidos pesados e marcenaria de linhas nórdicas também podem ser vistos no quarto da moradora; porta do armário espelhada aumenta a sensação de espaço Foto: Andre Nazareth

A escolha da mobiliário também levou em consideração o equilíbrio possível entre o brutalismo industrial e a suavidade escandinava. “Nosso escritório teve de desenhar alguns dos móveis como a estante da sala, que traz estrutura de ferro e detalhes trançados de madeira freijó.” Outro ponto observado foi a escolha de designers afinados com os estilos como Gustavo Bittencourt, que assina a poltrona na sala de estar e o bufê atrás do sofá, e Ana Neute, autora do pendente que está acima da mesa de jantar.

O toque final ficou por conta da delicadeza da paleta de cores em tons de rosa e na escala de cinza. “Queríamos algo mais feminino, bem suave. Foi mais uma das exigências da moradora e seguimos à risca”, conclui Kastrup.

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