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Curadora dedica carreira a explorar o intercâmbio entre artistas de diferentes culturas

Jessica Acosta-Rubio conta como é a experiência de desenvolver projetos que integrem artistas de todas as Américas em Miami

Por Marcelo Lima
Atualização:
Pininfarina Bar, de Paolo Pininfarina, um dos muitos espaços onde a natureza se faz presente Foto: KRIS TAMBURELLO

A cena multicultural de Miami sempre fascinou a venezuelana Jessica Acosta-Rubio. Desde 2011 atuando à frente de seu escritório próprio, o Design Pub, onde desenvolve projetos que procuram integrar artistas, emergentes ou estabelecidos, locais ou internacionais, radicados na cidade, ela traz no currículo uma formação de peso – graduação em design gráfico e marketing pela Parsons School de Nova York e mestrado em Design de Negócios pela Domus Academy, de Milão –, premiações de respeito, como o The Red Dot Design, além de um permanente apetite por novos desafios.

O mais recente deles, conceituar, selecionar os profissionais participantes e conduzir a montagem da primeira edição de Casacor Miami. “Não poderia pensar em uma locação mais apropriada para a realização da mostra. A região da Brickell Avenue sintetiza todo o intenso intercâmbio cultural e as entrelaçadas conexões entre natureza e humanidade que percebo nesta cidade”, afirma Jessica, que relatou a experiência nesta entrevista exclusiva ao Casa.

A curadora Jessica Acosta-Rubio diante da instalação Zaha Hadid Elastika, no Moore Building, patrocinada pela Airbnb Experience Foto: DESIGN PUB

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Como foi atuar como curadora de uma mostra que reúne o trabalho de profissionais que atuam em contextos tão diversos?

Tenho dedicado toda minha carreira a explorar o crescimento cultural de Miami nos campos do design e das artes visuais. Por aqui, sempre procurei transformar conceitos abstratos em realidades concretas, por mais desafiadores que eles fossem. Assim, trabalhar com designers que não têm suas raízes nos EUA veio perfeitamente ao encontro do meu objetivo de conceber uma mostra multicultural, porém baseada aqui. Nesse sentido, Casacor é a própria representação do DNA da nossa cidade.

Qual o critério adotado para selecionar os participantes brasileiros do evento?

Em sintonia com a direção brasileira da mostra, nossa intenção foi trazer para cá a melhor representação de Casacor possível, não em relação a este, mas ao longo dos últimos anos. Por meio das nossas escolhas, a ideia foi levar os visitantes a compreenderem as raízes mas, ao mesmo tempo, todo o potencial de inserção global do design de interiores brasileiro.

Um dos ambientes mais conceituais da mostra em Miami: o Office GA, de Jonathan Gonzales Foto: KRIS TAMBURELLO

Com quais objetivos foram pensadas as áreas de circulação e convívio?

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Contra o cenário dramático dos desastres ambientais que abalaram o mundo este ano – furacões, inundações, incêndios – e o debate em curso sobre imigração e refugiados, resolvi me voltar para a arte na busca de novas formas de pensar e agir. Resolvi convocar um time formado exclusivamente por artistas locais, todas mulheres, para desenhar os corredores e demais áreas comuns. Dessa forma, queria não só dar destaque ao talento feminino, mas também ressaltar minha convicção na nossa capacidade de ação. Nós mulheres somos muito curiosas.

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