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Constante aprendizado

Após anos desenhando peças exclusivas para seus projetos, arquiteto decide abrir departamento de design

Por Marcelo Lima
Atualização:
O arquiteto e designer Jayme Bernardo Foto: Marcelo Tabach

Tudo começou quando os móveis que encontrava nas lojas especializadas ficavam aquém de suas expectativas. “Eu comecei, então, a rabiscar as formas que tinha em mente e, quando me dei conta, já estava produzindo os meus”, conta o arquiteto paulista Jayme Bernardo, que, após anos desenhando peças exclusivas para abastecer seus projetos de interiores, decidiu abrir, há três anos, um departamento específico de design em seu escritório. 

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De lá para cá, foram três premiações Idea – com a mesa Medusa, em 2012, e com as linhas Taj e Arcos, em 2013 –, uma exposição retrospectiva no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, além de uma carteira de clientes que não para de crescer. “Decidi abordar o design não só para ampliar a minha produção, mas com a intenção de ter um espaço para expressar meus conceitos de beleza e estética”, disse ele, em entrevista ao Casa.

Como a experiência com interiores influenciou o design de seus móveis?

Acredito que me fazendo pensar o mobiliário de forma holística, levando em conta o tipo de cliente que se interessaria por ele, o ambiente em que estaria inserido e, mais do que isso, me fazendo olhar com mais atenção para a construção propriamente dita das peças. Penso que, tal como meus interiores, cada uma delas deve ser única e atender a todos esses objetivos.

Ambiente decorado com móveis desenhados pelo designer, entre eles a mesa Medusa e o aparador V Foto: Marcelo Tabach

 

O que o estimula em termos criativos?

As necessidades que nascem dos meus projetos de interiores ainda influenciam muito o meu design, mas, ao mesmo tempo, as novas tecnologias tornam possível realizar coisas que antes eu só conseguia imaginar como escultura e isso é muito excitante. São caminhos diferentes, mas, para mim, igualmente válidos: o primeiro, motivado por necessidades comerciais, me faz ficar atento aos limites. E o outro, possibilitando maior liberdade de criação, me faz trabalhar quase como um escultor, aproximando minha produção do objeto artístico.

Um entendimento preciso das características de cada material é considerado por muitos designers condição essencial para um bom projeto. Concorda com a ideia?

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É verdade. Cada material impõe um novo desafio e, a cada nova tecnologia testada, você aprende algo novo. É um constante aprendizado. Por isso, procuro sempre trilhar outros caminhos, sejam eles representados por novos materiais, processos ou tecnologias. Acredito que o conhecimento só vem com a experimentação permanente. E devo dizer que o feedback que tenho recebido dos meu clientes só me incentiva a continuar nessa direção. 

O aparador V, de madeira com pés de aço Foto: Marcelo Tabach
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