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Confira tudo o que rolou na 1ª edição do Prêmio CASA

Para eleger os melhores ambientes em exposição na Casacor 2017 votaram o público pela internet e os jurados em reunião fechada

Por Vivian Codogno
Atualização:
O troféu do Prêmio CASA 2017, desenhado por Paulo Alves e executado pelo Empório das Cadeiras Foto: Zeca Wittner

Fios aparentes, colares de contas, vestidos usados como objetos decorativos, livros, esculturas espalhadas pelo chão. É preciso observar com cuidado. Em meio à aparente bagunça há muito de delicadeza e vanguarda nos 69 ambientes expostos na 31ª edição da Casacor, que este ano ocupou pouco mais de 15 mil m² do Jockey Club de São Paulo, imbuída da missão de discutir o que é essencial na arquitetura e no design. Uma questão proposta a todos os participantes, mas que permanece aberta, igualmente à interpretação dos visitantes (estimados, este ano, em 110 mil) que podem conferir a mostra até o próximo domingo, 23.

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Este ano, com um atrativo a mais: conhecer os ambientes vencedores da primeira edição do Prêmio CASA, uma parceria entre o Estado e a Casacor, destinada a premiar os trabalhos que mais se destacaram aos olhos do público (que votou pela internet) e também de um júri formado por especialistas de diversas áreas. Nesta edição, Gianfranco Vannucchi julgando arquitetura; Clarissa Schneider, estilo; Zanini de Zanine, design; Eduardo Fernandes, arte e Roberto Dimbério, impacto e mídia. Um corpo de jurados entusiasmado, com anos de atuação no mercado e muitos quilômetros rodados em comissões julgadoras em todo o País.

“Um dos grandes desafios de Casacor era medir, de fato, a temperatura da mostra em relação ao público. Nesse sentido, o Prêmio traz uma avaliação superinteressante para nós”, comentou Lívia Pedreira, superintendente da mostra, durante a cerimônia de entrega do Prêmio, na última terça-feira, 11. “Essa percepção, da maneira como pudemos acompanhar a votação e a eleição do júri técnico, confesso que nós nunca tivemos antes”, pondera Lívia.

Os vencedores do Prêmio CASA 2017: da esquerda para a direita, em pé, Marina Torre Lobo, Adriana Helu, Patricia Hagobian, Patricia Silveira, Sandra Moura, Aldi Flosi, Bruno Rangel e Paloma Yamagata; abaixados: Pati Varago, Yara Cianci, Patricia de Palma, Alex Hanazaki e Marilia Pellegrini Foto: Zeca Wittner

Responsável pelo Jardim do Estúdio do Artista e vencedora na categoria Meu Sonho de Jardim pela votação do público (leia mais na página 12), Sandra Moura apostou na alusão ao nordeste brasileiro para compor sua área externa repleta. “Vivemos em um planeta em que muitas pessoas não têm água para beber”, reflete a arquiteta, nascida no Estado da Paraíba. “Quis compor um espaço que as pessoas desejassem ter nas suas casas”, explica Sandra, que homenageou o artista José Rufino na composição de seu ambiente.

O viés ambiental presente no trabalho de Sandra reflete uma preocupação permanente da direção do evento. A começar pelo ‘palco’ da mostra, o Jockey Club paulistano que, tombado por órgãos de preservação municipal e estadual, demanda uma série de exigências para sediar eventos desta dimensão. “Trabalhamos com um bem cultural da cidade e isso precisa ser levado em conta”, explica o arquiteto responsável pela equipe de montagem de Casacor, Darlan Firmato. “Não batemos um prego sem pensar que precisamos devolver a estrutura do Jockey intacta”, conta ele, que se diz pessoalmente satisfeito com a tarefa. 

Firmato conta ainda que, em busca de otimizar os processos, a planta da Casacor chega a ser desenhada até 15 vezes antes de alcançar a sua configuração definitiva. O que demonstra que, no entender dos organizadores do evento, a preocupação com o que é, de fato, essencial. Deve ocorrer muito antes que as cortinas sejam abertas. E não acaba quando elas se fecham.

O júri técnico do Prêmio Casa 2017. Da esq. para dir; Zanini de Zanine, Roberto Dimbério, Clarissa Schneider, Eduardo Fernandes e Gianfranco Vannucchi Foto: Zeca Wittner
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