Com ares de quintal

A paisagista Clariça Lima fez uma mistura de plantas tropicais para criar jardim na varanda de apartamento

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Neste apartamento na Vila Madalena, a sensação é de se estar envolto pela vegetação Foto: Zeca Wittner/Estadão

Para onde se olhe neste apartamento, o que se vê é o verde. Os amplos e arejados cômodos são todos servidos de varanda. Algumas tão espaçosas que lembram um quintal, como a que vai da sala de estar à cozinha; outras com tamanho suficiente para acomodar os vasos que completam o paisagismo e garantem a privacidade com plantas altas. Mas todas equipadas com grandes portas de correr – certeza de ventilação e farta iluminação natural no imóvel, na Vila Madalena.  O projeto da paisagista Clariça Lima misturou espécies tropicais em vasos de diferentes tamanhos e formatos, com plantas volumosas em variadas alturas. “A moradora queria muitas plantas e que o jardim tivesse movimento”, conta. Na varanda principal, com espaços de estar e de refeições, os móveis já haviam sido escolhidos e posicionados pela proprietária. Com a preocupação de não limitar a circulação no espaço, muito usado pela família, Clariça intercalou os vasos de cimento pintados por ela mesma com tinta específica para áreas externas.  O condomínio não permite o fechamento das varandas com vidro e isso acaba contribuindo com a sensação de que, ali, não se está dentro da casa, mas ao ar livre. Como o apartamento é voltado para uma praça arborizada, ficando acima das copas, essa impressão é ressaltada. E era exatamente isso que a moradora buscava: um espaço “lá fora”, cheio de verde, para estar com a família. Ela só lamenta não ter mais tempo para ficar nas espreguiçadeiras estrategicamente posicionadas entre os muitos vasos e de frente para as árvores do bairro. 

A paisagista escolheu costela-de-adão, filodendro e lírio-do-amazonas – espécies que gostam de sombra – para esse recanto com os móveis para relaxar. O vento que bate ali não chegou a ser uma preocupação na hora da escolha das espécies. Na varanda lateral da sala de estar, Clariça colocou vasos com pleomeles já altas, que criam uma parede verde e dão privacidade. Na frente da cozinha, ao lado da grande mesa de ferro, feita sob encomenda, um canteiro suspenso, comprado pela moradora em um site estrangeiro, recebeu barba-de-serpente, guaimbê, avenca, hera-estrela e jasmim-estrela, que já começa a subir pela teça de proteção da varanda. Nos vasos próximos a opção foi por bálsamo e primavera.  Todos os cômodos do apartamento ganharam um toque de verde. No banheiro da suíte principal, ele aparece em vasos suspensos em suportes de corda amarrada feitos pela própria moradora. Nas varandas dos outros quartos, pés de jabuticaba e laranja-kinkan trazidos da outra casa da família, manacá-de-cheiro, pacová, entre outras. Segundo a paisagista, esse tipo de jardim não exige muitos cuidados – a manutenção dos vasos é feita a cada dois ou três meses e as plantas devem ser regadas, em média, três vezes por semana. Ainda que em um outro vaso apareça uma perfumada lavanda, Clariça não abre mão de usar espécies nativas nos jardins que cria – há pouco tempo ela concluiu o projeto de paisagismo de um hotel da Amazônia e se entusiasmou com a diversidade de espécies que encontrou por lá, muitas das quais podem ser encontradas nos produtores de São Paulo. “Viajo muito pelo mundo e só no Brasil vejo essa variedade de plantas. A gente tem de valorizar e usar mais.”

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