Com a marca da realeza

Em Londres, Tricia Guild cria tecidos que são referência mundial na decoração

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Por Redação
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Sofá revestido em tecido Zínia Bouchardon e veludo Quarenghi, da DG. Foto: Divulgação  SÃO PAULO - A poucos passos um do outro, no coração da Kings Road londrina, o QG do Designers Guild, formado por estúdio de criação e show-room, funciona a todo vapor. "No momento, trabalhamos uma marca sob a chancela da Casa Real inglesa, mas não perdemos de vista os estudos para a Primavera/Outono 2009", diz Tricia Guild. Reflexo da personalidade dinâmica de sua proprietária - não por acaso, com menos de 40 anos de existência -, a empresa se tornou referência internacional em tecidos para decoração. O que, convenhamos, não é pouca coisa. Principalmente em se tratando da Inglaterra, onde tradição e tecidos andam de mãos dadas. "Combinar inovação com qualidade. É isso o que caracteriza o nosso trabalho desde a primeira coleção", garante Tricia, de Londres, com exclusividade para o Casa&. Entenda-se por inovação um painel temático em tudo distante dos bem-comportados florais de matriz britânica. E, por excelência, matérias primas como os fios de algodão egípcio, linhos escoceses e adamascados suíços. "Arte oriental, arquitetura italiana, documentos clássicos. Nada escapa da minha atenção, nem mesmo o Brasil", pontua Tricia. "Adoro a maneira com que vocês lançam mão da cor nos interiores." A Coleção Real - com tecidos para revestimento e papéis de paredes inspirados em padronagens reais, do Castelo de Windsor ao Palácio de Buckingham - assinala, por exemplo, o retorno da designer ao contexto nacional. "Do ponto de vista pessoal foi um dos trabalhos que mais me emocionaram", revela. Com uma loja-âncora em Londres, escritórios em Paris e Munique, além de pontos de venda em 60 países - em São Paulo, os produtos da marca ocupam um andar inteiro do Empório Beraldin -, o império Designers Guild processa mais de 6 milhões de metros de tecidos por ano. O maior mercado continua a ser o Reino Unido, mas 65% das vendas já dizem respeito ao exterior. Carro-chefe da empresa, os materiais para revestimentos estão na dianteira dos negócios, mas a gama de produtos não pára de crescer, com papéis de parede, acessórios decorativos e tintas para pintura, entre outros. "Quando optamos por um tecido para impressão, levamos em conta não só a finalidade do produto - se é para tapeçaria, cortinas ou almofadas -, mas também como sua textura pode influenciar a qualidade do desenho. A seda, por exemplo, por ser iridescente, proverá um resultado completamente diferente da mesma estampa aplicada a um veludo canelado", realça Tricia. "No design de interiores é preciso estar atento aos detalhes, são eles que fazem a diferença." Direta ao falar de seu trabalho como empresária e designer, Tricia se mostra britanicamente discreta quando a conversa recai sobre escolhas pessoais. "A quem me pede dicas de decoração procuro aconselhar a ser ousado na seleção de cores e optar por móveis aos quais se sinta intuitivamente ligado. Não há risco: se equilibrar qualquer tonalidade com muito branco, a harmonia estará garantida, por mais exótica que seja a escolha." Palavra de quem entende.

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