Cobertura repaginada

Com a troca de materiais e ampliação de ambientes, a arquiteta Heloísa Dabus revigora dúplex de 300 m2, em Moema

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Por Marisa Vieira da Costa
Atualização:

Não havia uma única parede pintada na cobertura do prédio de alto padrão em Moema. "O apartamento tinha lambri de mogno por toda a parte... Na sala havia um vitral colorido no teto, e as louças, o piso e os azulejos dos banheiros eram todos pretos. Sem falar na própria planta, muito compartimentada", lembra a arquiteta Heloísa Dabus. Ela foi contratada para reformar o imóvel de 300 m² comprado por um empresário, que escolheu o dúplex por dois motivos: a vista da cidade e o fato de poder deixar o apartamento do jeito que ele queria. Heloísa e o proprietário passaram dois meses discutindo o projeto. "Trabalhei com volumes e texturas para marcar o imóvel. E harmonizei os ambientes, usando tijolos, pedras, madeira e vidro juntos ." A obra demorou um ano e a quebradeira foi inevitável. A arquiteta conta que originalmente o térreo tinha dois dormitórios, uma suíte e um banheiro, além de cozinha e área de serviço. "No piso superior tinha outra suíte e sala de TV - e, na área da piscina, um mural de azulejos retratando o Rio de Janeiro!" A primeira providência da arquiteta: mexer na infra-estrutura. O sistema elétrico e hidráulico do apartamento foi refeito e Heloísa trocou a caixilharia de ferro por alumínio anodizado, mantendo a cor preta das janelas para preservar a fachada. A partir da principal exigência do dono - o apartamento tinha de ser claro e com transparências -, a profissional pensou em amplitude. E eliminou um dos quartos para aumentar o banheiro da suíte e fazer um closet. Como o morador queria o máximo de iluminação natural no quarto, a veneziana foi substituída por uma cortina blackout. Agora, a luz do sol chega até o banheiro, com paredes revestidas com pastilhas de vidro e mármore ariston piguês (R$ 800 o m², na Villa Mar Pedras, Mármores e Granitos) na banheira, na bancada e no piso. No closet, portas de vidro escondem, na parte superior, o ar-condicionado e o equipamento de som (o projeto de som e o do home theater, da Sound &Vision, ficou, na época, em torno de R$ 25 mil). Em todo o apartamento, Heloísa escolheu gesso acartonado para o forro e réguas de 20 cm de cumaru para o piso (R$ 168,80 o m², na Denart Marcenaria). Madeira, no piso superior Heloísa conta que adorou redesenhar a sala, que originalmente tinha paredes em diagonal, bar de mogno enclausurando a escada e pedra Goiás na parede da lareira, que era aberta. A arquiteta deu um ar contemporâneo ao espaço abrindo o living, colocando sancas de gesso no teto, fechando a lareira e revestindo a parede que lhe serve de apoio com tijolinhos - material também utilizado na abertura que divide as salas de estar e de jantar. Na decoração, o destaque ficou por conta da poltrona, da Artefacto (modelo Pigalle, custa R$ 5.421 à vista). Com a retirada do móvel de mogno, a escada agora exibe lances livres de madeira cumaru, guarda-corpo de tubo cromado e corrimão de vidro. Na cozinha, Heloísa ampliou o espaço aproveitando a área de serviço, que foi transferida para o que já serviu de quarto de empregada. Com projeto da Kitchens (preço sob consulta), o espaço ganhou bancada central de granito preto absoluto (R$ 885 o m², na Villa Mar) e piso de porcelanato branco e preto. Mesmo sem intervenções radicais, o andar superior também passou por obras. Lá, a madeira é o elemento mestre. A área de lazer ganhou piscina com formas orgânicas e deck de ipê paginado em leque (R$ 144,60 o m², na Denart Marcenaria). A sala de TV foi ampliada em detrimento do quarto da suíte. Já o banheiro teve a metragem aumentada para receber a banheira. "O proprietário ajudou a escolher parte do mobiliário. Muita coisa ele já tinha e minhas sugestões foram pontuais", diz Heloísa.

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