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Chalé na montanha

Atmosfera de casa e dimensões de hotel neste projeto nos altos de Campos do Jordão

Por Marcelo Lima
Atualização:
Vista da fachada principal, com deck e piscina Foto: Beto Stedile/Divulgação

 

Para a arquiteta Laura Rocha, casa de campo tem de ter cara de campo. “Tem de ser acolhedora, deixar as pessoas à vontade, proporcionar calor nos dias mais frios”, defende. “Claro que atingir essa atmosfera é mais fácil em imóveis de pequenas dimensões. Mas nem sempre esse é o caso”, sugere ela, ao apresentar sua mais recente realização.

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A residência de campo de um jovem casal de atletas, construída em Campos do Jordão, com nada menos que 11 suítes, 3 pavimentos, área construída total de 1.650 m², em um terreno de 7.500 m². Um imóvel de avantajadas dimensões, que, além de área social completa – equipada com cozinha funcional, home theater e home office –, dispõe de raia de natação de 25 m, sauna, sala de jogos e academia. 

“Meus clientes adoram desfrutar a vida na montanha. Do ar puro, das condições climáticas e, sobretudo, da possibilidade de treinar ciclismo – uma das paixões do casal – em meio a grandes elevações. Mas também de receber os amigos”, conta a arquiteta. Um conjunto de fatores que acabou levando Laura – e seu parceiro na empreitada, o também arquiteto Claudio Di Segni – a conceber um projeto voltado quase inteiramente à contemplação da paisagem que circunda a propriedade.

Porém, na contramão do estilo marcadamente colonial da região, com imóveis com coberturas inclinadas e paredes de tijolos aparentes, trata-se de uma casa concebida com enfoque contemporâneo. Estruturada com madeira de reflorestamento, dotada de amplas aberturas e construída da forma mais sustentável possível, como queria o casal.

 

Em comum acordo com os proprietários, foi decidido que toda a área social deveria ficar voltada para o vale. “Os vãos envidraçados emolduram um horizonte tão maravilhoso que não vejo exagero em afirmar que cada caixilho acabou se convertendo na moldura de uma obra de arte”, diz Laura. Uma grandiosidade, a bem da verdade, muito bem-vinda por todos que a visitam. Mas só das janelas para fora. Por dentro, o desafio foi outro.

“Era fundamental dosar a grandiosidade da construção com ambientes mais convidativos, bem iluminados, agradáveis de ficar”, explica Laura, que se ocupou sozinha do projeto de interiores. “A utilização de madeira não só nos pisos, mas também em algumas divisórias, foi meu grande trunfo”, argumenta. “Com suas diversas texturas, o material imprimiu à casa uma atmosfera única. Em determinados momentos, a sensação é de se estar em um chalé”, considera.

Complementando o quase exercício de cenografia exercitado pela arquiteta, as paredes ganharam aspecto aveludado, pedras naturais deram forma às lareiras e cada ambiente recebeu projeto luminotécnico específico. Propiciada pelos grandes painéis de vidro, a abundante iluminação natural do local foi aproveitada ao máximo. “Até o último vestígio de sol”, segundo Laura. 

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“A ideia foi aquecer tanto a casa durante o dia que o calor pudesse se conservar pelo maior tempo possível, de preferência, até após o anoitecer”, explica ela, que, por precaução, providenciou a calefação de todos os ambientes. Incluindo os banheiros, a raia única e a varanda gourmet. “Tudo a partir de um sistema hidráulico sustentável, em que a água descartada, de uso geral, é aquecida antes de circular pelas serpentinas e radiadores que ficam embutidos sob o piso.”

Em meio a tanta sofisticação, inevitável se perguntar o que mais agradou ao casal de proprietários concluídas as obras. “Sem sombra de dúvida, a valorização da paisagem”, dispara, sem pestanejar, a arquiteta. “Quando o sol se esconde atrás das montanhas, a luz laranja que invade a casa deixa os ambientes tão especiais. A atmosfera é surreal.”

Ao lado da sala de ginástica, banheira ao ar livre Foto: Beto Stedile/Divulgação

 

Serviço:

Laura Rocha: tel.: (11) 3539-5342

Monica Cintra

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