Casa de vila ou de condomínio ?

Duas mobilidades distintas para quem faz questão de morar em casa

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Fachada da casa construída pro Gilberto Cioni e Olegário de Sá. Duas das árvores pré-existentes no terreno foram integradas ao projeto Foto: Zeca Wittner / Estadão

Vila ou condomínio? Façam suas escolhas. Quem sempre sonhou em morar em uma casa terá muito o que observar na sua visita à Casa Cor, que este ano acontece de 26 de maio a 12 de julho. A poucos passos de distância uma da outra, é possível desfrutar tanto da atmosfera bucólica de uma vila urbana quanto da tranquilidade sugerida por uma alameda de condomínio, com suas residências não delimitadas por muros, mas por densa camada de vegetação. 

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Tudo começa logo na entrada, que este ano apresenta uma instalação arquitetônica, conduzida pelo escritório FGMF Arquitetos, de Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz. Uma ampla marquise, que funcionando como uma espécie de portal, engloba as áreas de recepção do evento, além de direcionar os visitantes para um dos pontos altos da mostra: o exuberante jardim assinado por Gilberto Elkis, que exibe o colorido exótico de plantas típicas da Mata Atlântica.

A partir dele, é possível acessar dois setores residenciais de conteúdo distinto, mas que, ainda assim, surgiram como resposta a uma necessidade construtiva comum. A saber, o compromisso da direção do evento de preservar as construções pré-existentes no terreno do Jockey – pequenas casas, além de alguns edifícios de apoio –, bem como de algumas árvores centenárias, a maioria delas tombada. “A princípio, os profissionais tomam essa diretriz como um fator limitante, mas logo começam a adaptar seus projetos às exigências de cada terreno e o resultado é sempre enriquecedor”, comenta Cristina Ferraz, diretora de relacionamento da Casa Cor.

“Encapsular os interiores da casa com painéis translúcidos de vidro foi a forma que encontrei para trazer esse espaço de época para os dias de hoje, sem correr o risco de descaracterizá-lo”, conta a arquiteta Patricia Martinez, responsável por um dos projetos residenciais em exibição na pequena vila. “A horta no hall de entrada, no que representa de hábito ancestral e consumo consciente, completa a ponte”, observa.

Serpentear a vegetação existente, tirando o máximo proveito dessa condição, foi, por sua vez, o desafio enfrentado pelos arquitetos que optaram por erguer seus projetos frente à alameda anexa à vila. Ali, no lugar de construções, a necessidade de preservação absoluta recaiu sobre algumas árvores, que, de uma forma ou de outra, acabaram tendo de ser integradas aos projetos. Uma condição que ao final acabou se revelando compensadora. “Dá mais trabalho, sem dúvida, mas o nível de autenticidade alcançado pelo construído é muito maior”, observa Gilberto Cioni, que, em parceria com Olegário de Sá, assina uma das residências implantadas no local.

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