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Casa cor romântica

Por Maria Lúcia Carneiro
Atualização:

Visitar a Casa Cor nesta sua 22ª edição será um passeio muito mais interessante que o de costume: você se surpreenderá agradavelmente ao se deparar com praças e jardins rodeando pequenas casas, um romântico clima de vilas que nos remete a um passado não muito distante, em que a convivência de vizinhos era uma das boas facetas da vida na cidade. "Há tempos vínhamos detectando um desejo de voltar à vila. De redescobrir dimensões humanas, mais na escala dos moradores e longe da impessoalidade dos condomínios", diz Felipe Camargo, o vice-presidente da Casa Cor e um dos responsáveis por criar os parâmetros pelo qual se movimentam os 88 profissionais (designers de interiores, arquitetos e paisagistas) responsáveis pela criação de 69 ambientes. "O que não esperávamos era estar tão próximos de uma", continua Camargo, referindo-se à pequena vila residencial do Jockey Club de São Paulo, em Cidade Jardim, escolhido pela terceira vez consecutiva para a realização do evento: exemplar típico de um padrão de ocupação urbana que alcançou seu apogeu na primeira metade do século 20 e que inspirou a montagem do tema "Vila de Casas". O resto são novas construções, na forma de lofts e estúdios, que foram integrados ao conjunto existente, junto com as praças e jardins, criando uma área de exposição de 6.500 m2 que consumiu um investimento de R$ 8 milhões e deve atrair um público de 200 mil pessoas. Para colocar esse imenso cenário diante dos olhos do leitor, o Casa& deslocou para o Jockey, por duas semanas, uma equipe de 11 profissionais, entre repórteres, produtoras, fotógrafos, envolvendo também seus colunistas para proporcionar uma compreensão mais acurada das tendências que se projetam a cada edição dessa exposição. O Casa& antecipa a Casa Cor, que será aberta na terça-feira, dia 20, e como, na opinião conjunta da equipe de cobertura, será uma das edições mais ecléticas que já se viu. Para quem está interessado em descobrir as tendências da decoração e design para os próximos meses, o colunista Marcelo Lima aponta duas. Primeira, a cor, que, "como elemento simbólico e evocativo de códigos afetivos, ressurge com força entre os decoradores". Ele nota, entretanto, que a cor não aparece como tonalidade dominante, mas sim sob a forma de um colorido difuso, de base étnica, acrescentando vibração indistintamente a sofás, paredes e pisos. A segunda sofre, no entanto, na opinião de Marcelo, do pecado do excesso: a natureza, presente em praticamente todos os ambientes, nem sempre respeitando a necessidade de equilíbrio e harmonia necessários à boa concepção do espaço. "Entre a intenção - e o projeto - a questão da integração com a paisagem produziu versões de toda ordem na Casa Cor 2008", diz ele. "Com resultados, como era de se esperar, diretamente proporcionais às características de cada locação." Para quem quer tirar boas idéias dessa exposição monstro, a colunista Maria Ignez Barbosa mostra que uma possibilidade é encará-la com o olhar de Johnnatan Adler, o decorador americano que faz furor com suas propostas ousadas, condensadas no livro "My prescriptions for anti-depressive living". "Partindo da premissa que ser feliz é chique", diz Maria Ignez, "ele nos propõe um décor divertido, colorido, com a coragem e a alma do freguês. E nos garante que uma boa decoração pode substituir anos de terapia."

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