Boa vida à finlandesa

As saunas, uma tradição escandinava, são agora concebidas como 'home spas' e sofisticam a área de lazer

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Por Olivia Fraga e de O Estado de S.Paulo
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Na Finlândia, há mais saunas do que carros: a proporção é de uma para cada três habitantes, e quem faz alarde dessa situação é o próprio mercado interno. Nada a surpreender: os finlandeses inventaram a sauna e ela está tão integrada ao dia-a-dia que tem lugar cativo no ambiente doméstico. A despeito do clima tropical, os brasileiros acolheram a tradição escandinava, mas a adaptaram como atividade de lazer - por aqui, sauna combina bem com piscina. Entretanto, as empresas do setor quase sempre produzem apenas o equipamento para aquecer o ambiente e o controlador de temperatura, com algumas variações técnicas (o aquecimento pode ser a gás, a lenha ou com pedra vulcânica). Uma exceção é a Canto Verde, que, além de equipamento (aquecedor para sauna seca com visor eletrônico, da marca Socalor, a partir de R$ 898), também vende materiais de revestimento com mão-de-obra especializada. Aos poucos, porém, fábricas estrangeiras aterrissam por aqui. É o caso da americana Heaven Spas, que se instalou no Brasil há menos dedois anos e vende a cabine completa, com controle digital e recursos audiovisuais (saunas úmidas a partir de R$ 9 mil); e da sueca Tylo, líder européia na fabricação de saunas úmidas e secas (cabines em torno de R$ 30 mil). "É um conceito que já vingou na Europa, de incluir o projeto de ambientação", afirma Andreas Oliv, diretor de marketing da Tylo. Nos últimos cinco anos, houve mudanças na procura por esse tipo de espaço. Antes instalada em casas de campo ou de praia, a sauna agora é integrada ao endereço urbano sofisticado. "Nos anos 70, as saunas eram populares. Depois, houve uma queda na demanda e a revalorização se deu há pouco tempo", diz o arquiteto Luís Paulo Andrade, do escritório Andrade Scroback Arquitetura. A razão é a mesma em relação ao crescimento dos espaços gourmet: homens e mulheres ficam mais tempo dentro de casa e querem qualidade de vida. As saunas, então, são pensadas como parte dos home spas. Cuidados na construção Esse cômodo pode ter qualquer medida: basta saber que tipo de sauna se deseja construir - seca ou a vapor - e as especificações técnicas de montagem. "Duas regras: é preciso construir em degraus e calcular a razão entre volume de ar do espaço e a potência necessária para o equipamento", orienta Luís Paulo. Saunas úmidas, mais populares no Brasil, chegam a 45°C de temperatura e pedem revestimentos impermeáveis (mármore, cerâmica, azulejos e pastilhas de vidro), rejuntes especiais e teto com leve inclinação para a água não gotejar por todo o espaço. A arquiteta Cynthia Pimentel Duarte tem sauna a vapor em sua casa, na Barra da Tijuca. Fica numa construção anexa e é recoberta de cerâmica branca. Cynthia instalou uma porta de vidro com distância razoável em relação aos bancos, para que a temperatura não sofra variação. Também colocou vidro em uma das paredes e assim aproveita a vista da piscina e do jardim. Quanto às saunas secas, elas são revestidas de madeira cortada em ripas. Luiz Paulo usou o cedrinho, mais econômico, num projeto recente. "Quando o orçamento permite, pode-se usar também a itaúba maciça", diz o arquiteto. Frisos e iluminação adequada, feita com lâmpadas PAR, garantem o conforto. * a repórter viajou à Suécia a convite da Tylo

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