Artesanato como base

Designer Fernando Jaeger apresenta sua mais nova coleção que coloca em evidência o valor do feito à mão

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Por Marcelo Lima
Atualização:
A mesa de centro Barbacena da nova coleção e a poltrona Leque. Design Fernando Jaeger Foto: Felipe Jaeger

No início de sua carreira, o designer Fernando Jaeger lembra de ter se deparado com muitas limitações. Especialmente de ordem técnica. “As empresas eram muito pequenas, trabalhavam com maquinário caseiro e muitas das soluções eram obtidas manualmente”, conta ele. E foi assim que, desde muito cedo, ele teve de aprender a tirar o melhor proveito possível desta situação. “Passei a fazer destas limitações uma característica dos móveis que desenhava, perseguindo uma convivência possível entre o industrial e o artesanal”, comenta ele, que acaba de empreender uma volta às origens, apresentando uma nova coleção de móveis e acessórios para decoração que dialoga diretamente com o artesanato, e que ele apresenta nesta entrevista ao Casa.

Para você, o que torna a o produto artesanal tão atraente aos olhos do público? Penso que a maior riqueza desta produção é que ela agrega muitas histórias, técnicas e conhecimentos. Investir nela é uma forma de valorizar nossa cultura e acho bacana trabalhar para que todo este saber seja difundido e aplicado aos mais diversos usos.

O designer Fernando Jaeger Foto: Felipe Jaeger

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Como surgiu a ideia de uma coleção com base no artesanato? No ano passado, eu e minha mulher, Yáskara, participamos da 2ª edição da Semana Criativa de Tiradentes. Eles convidaram cinco designers, eu entre eles, para aprimorar os trabalhos de artesãos locais. Uma das designers que fazia parte do grupo era a Luly Viana, da Saissu Design. Ela une marcas e artesãos em projetos conjuntos e com ela começamos a desenvolver nossa linha de produtos artesanais para nossas marcas Fernando Jaeger Atelier e FJ Pronto pra Levar!. A partir daí, começamos a pesquisar outros materiais que pudessem conversar com os nossos produtos. Foi então que surgiu a ideia de usar cestos trançados para complementar nossos móveis, e assim chegamos ao coletivo Tecendo Histórias, formado por mulheres que trançam palha manualmente. Em Tiradentes, também percebi que o trabalho do marceneiro Delano Antunes se comunicava bem com nossas linhas e encomendamos algumas peças para ele. Surgiam assim as linhas Gerais e Barbacena.

Dos pontos de vista estético e funcional, quais os destaques entre os novos produtos? As almofadas Tapuerana, além de lindas, foram feitas em teares centenários. Os cestos podem ser usados para guardar brinquedos, mantas, revistas e são 100% naturais. Até o tingimento da versão escura veio das folhas do Eucalipto. Já as linhas Gerais e Barbacena trazem encaixes e técnicas ancestrais. A madeira é utilizada com todas suas imperfeições e isso é belo. 

Os móveis da linha Gerais Foto: Felipe Jaeger
Os cestos multiuso de palha de milho trançada Foto: Felipe Jaeger
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