Arquitetos de outros estados são convidados a participar de Casa Cor

Representantes de três estados estreiam na mostra paulistana

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Vista geral da sala projetada por Leo Romano Foto: Zeca Wittner / Estadão

O Brasil se faz presente na 29.ª edição da Casa Cor São Paulo. Completando um elenco de 97 participantes, três profissionais que atuam em outros Estados, oficialmente convidados pela comissão organizadora, estreiam em terras paulistanas. A ideia é apresentar ao público a multiplicidade de enfoques que o design de interiores vem assumido no País, além, claro, da originalidade do trabalho dos arquitetos. 

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A carioca Marcia Muller, acompanhada da filha Manu e de Julia Abreu, traz para a Casa Cor um pouco da leveza da decoração carioca, temperada por pitadas neoclássicas. Uma combinação que tem se revelado sucesso em muitas das participações da arquiteta nas edições fluminenses do evento. Presença confirmada, portanto, de papéis de parede, lustres dourados e tecidos adamascados. Mas, igualmente, de caixotes de madeira simulando apoios, assentos confortáveis, além de sutis referências ao jeito carioca de viver. 

Natural de Pedro Leopoldo, o arquiteto mineiro Pedro Lázaro acumula vivências tão diversas que vão da criação de desfiles de moda ao projeto de edifícios. Daí, provavelmente, seus elaborados interiores, nos quais a luz goza de prioridade máxima. Não por acaso, a mais recente reedição do mobiliário da arquiteta ítalo-brasileira, Lina Bo Bardi, produzida pela Etel Interiores, ocupa posição de destaque na casa que ele projetou para a vila da Casa Cor. Na mesma posição, aliás, que o modelo original ocupava na célebre Casa de Vidro da arquiteta, no bairro do Morumbi.

Por fim, com um ambiente de contornos surrealistas – apesar de, sob todos os aspectos, viável do ponto de vista funcional –, o goiano Leo Romano traz para a montagem paulistana uma sala de uso múltiplo no qual o incômodo aparece como um dado novo e fundamental ao projeto. Daí a instabilidade sugerida pela teia de fios que parecem redesenhar o próprio espaço. Ou de seus monumentais espelhos, displicentemente posicionados. Ou, ainda, da sua mesa de refeições, preenchida, das luminárias aos pratos, por figuras de porcelana de visual desconcertante.

De difícil enquadramento, um raro trabalho de composição, repleto de citações ao universo da arte e do design, que instiga o espectador a ir além da mera apreciação estética para adentrar uma dimensão desconhecida, no limite entre o design de interiores e os domínios da arte. Móveis, ornamentos, luminárias, quadros. No ambiente imaginado por Romano nada é aleatório. Nem, provavelmente, aquilo que à primeira parece ser. 

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