Aprenda a escolher seu tapete

Peça de decoração aquece e pode fazer maravilhas no ambiente. Mas é preciso levar em consideração o piso e a funcionalidade

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Tapete redondo demarca área de estar em apartamento decorado por Ale Rovito Foto: Kadu Lopes

Pensando em aquecer a casa para o inverno que bate à porta? Em busca de uma forma rápida e eficaz de atualizar a decoração? Pois então, considere seriamente a ideia de adquirir um tapete. Como o sofá ou a cama, trata-se de um componente capaz de fazer a diferença em qualquer ambiente e, tanto quanto eles, costuma ter vida longa e alto valor agregado. Por tudo isso, e pra fazer valer seu investimento, ele deve ser escolhido com atenção e critério.  Beleza conta pontos, claro. Mas este é apenas um dos fatores que você deve observar antes da compra. É essencial atentar para alguns aspectos práticos. O primeiro deles diz respeito a quem vai conviver com a peça. O tapete será usado na casa de alguém com mobilidade reduzida, o que vai exigir que ele seja fixado no chão para evitar tropeços? Ou irá compor o quarto das crianças, o que demandaria um modelo mais resistente? “A funcionalidade deve orientar qualquer decisão. Em primeiro lugar, é preciso se perguntar: onde pretendo colocar o meu tapete? Só a partir daí é possível definir o modelo ideal em termos de estilo, beleza e conforto”, afirma Francesca Alzatti, proprietária e designer da By Kamy, (bykamy.com.br).  Segundo ela, é preciso considerar também o piso sobre o qual o tapete será colocado. Determinados modelos, como os kilims, por serem mais finos, podem deslizar com maior facilidade, o que exige que sejam assentados sobre uma manta antiderrapante. Já os tapetes com pelos, mais pesados, em geral não precisam de antiderrapante, assim como os de náilon que são menos deslizantes. Consideradas estas variáveis, porém, valorize o seu gosto pessoal. “Pode até parecer clichê, mas você tem de gostar muito do seu tapete. Ele vai durar décadas, por isso é fundamental que você se sinta representado na peça”, defende a arquiteta Juliana Muchon, (@jumuchonarquitetura). Sob este ponto de vista, com base na procedência, idade, técnica de tecelagem e material, a variedade de opções é imensa. Desde os mais antigos, vistos como obras de arte, aos mais atuais, que flertam com o design contemporâneo. A escolha, claro, deve levar em conta o seu orçamento, mas também as características de cada ambiente. Para obter os melhores resultados, confira o nosso roteiro: 

Tapete estampado realça desenho do dormitório projetado por Juliana Muchon Foto: Gisele Rampazzo

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Liso ou estampado? Para muitos designers de interiores, os tapetes são considerados como telas expostas no chão. Trata-se de uma comparação que dá bem a medida do peso que eles podem assumir na decoração. A rigor, não existem regras para definir cores ou padrões. Mas, de maneira geral, modelos mais vibrantes costumam acompanhar ambientes com paredes e mobiliário em tons mais tranquilos, como o cinza ou o bege. E vice-versa. Já os estampados mais ousados são indicados para espaços mais neutros e com poucos móveis. 

Tamanho. Investir em um tapete grande ou pequeno demais pode arruinar por completo o visual de um ambiente. Duas regras simples devem ser consideradas: primeiro, quanto maior a sala, maior o tapete. Depois, se ao menos duas das pernas do sofá ou poltrona podem estar contidas, com folga, dentro do modelo escolhido, preservando uma distância entre as laterais do móvel e as bordas do tapete. Da mesma forma, sob uma a mesa de jantar, não esqueça que o tamanho deve ser suficiente para acomodar as cadeiras quando empurradas para trás. 

Formato. Se a área a ser recoberta for quadrada, opte por um tapete quadrado. Se for retangular, também acompanhe o formato. Modelos redondos devem ser usados com parcimônia. “Qualquer coisa que você colocar sobre ele vai se destacar. Ele acaba se tornando um ponto focal”, alerta Francesca. Já no quarto, peças tipo passadeiras ou ovais, ao pé da cama, são as mais recomendados. 

Materiais. A escolha deve considerar a dinâmica de cada ambiente. Em áreas de grande circulação, considere peças feitas de matérias-primas mais resistentes como o sisal ou a juta. Se você for decorar uma área mais calma, pode optar por tapetes mais felpudos, de preferência em fibras naturais como a lã e o algodão. Já as sintéticas, sobretudo o náilon e o vinil, são de fácil manutenção, ideais para quartos de crianças, por exemplo.

Limpeza. Vai depender das condições e da matéria-prima de cada peça. Em modelos mais antigos e valiosos, a lavagem profissional periódica é altamente recomendável, em muitos casos, para não danificar a peça definitivamente. Ainda assim, é possível conseguir bons resultados utilizando produtos domésticos de baixo custo, especialmente no caso de manchas localizadas. Uma solução caseira, feita a partir da mistura de meio litro de água fria com um 1/4 de litro de detergente líquido, aplicada com uma escova macia, por exemplo, pode dar bons resultados. Já a aplicação de uma solução à base de vinagre, com um borrifador, pode neutralizar a acidez da urina de animais de estimação e eliminar odores. Por fim, para fazer uma lavagem caseira, e a seco, misture partes iguais de amido de milho e bicarbonato de sódio e polvilhe o pó por todo o tapete. Aguarde 30 minutos e remova o pó com o aspirador. 

Tapete recobre quasetoda a sala de estar, em projeto de Barbara Dundes Foto: Evelyn Muller
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