Antigo, mas repaginado

Reforma renovou interiores de apartamento, mas preservou seus detalhes construtivos originais

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Por Caíque Alencar
Atualização:
Parede de quadros foi projetada para trazer a ideia de galeria de arte para os interiores; trilho na parte superior direciona spots de luz para dar destaque aos trabalhos. Foto: Lufe Gomes

Um caso de amor à primeira vista. Assim pode ser definido o primeiro contato de seu atual proprietário, um advogado na faixa dos 40 anos, com este apartamento de 142 m², construído nos anos 1950, nos Jardins, em São Paulo. “Ele se apaixonou pela arquitetura do edifício e pelos detalhes dos interiores, como o piso de tacos de ipê que reveste a sala. Assim, preservar essas características se transformou em prioridade”, conta a arquiteta Vivi Cirello, responsável pelo projeto de interiores.  Segundo ela, a ideia central do morador era que os ambientes fossem amplos, já que ele recebe muito a família que mora no interior, mas que, ainda assim, não fossem integrados, a fim de manter uma certa privacidade. “Para atingir tal configuração, tivemos de mudar totalmente a hidráulica e a elétrica. A única coisa que a gente não mudou foi o pilar da sala. O desenho dos ambientes foi totalmente revisto”, afirma a arquiteta.VEJA FOTOS DO PROJETO

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Outro fator que contribuiu para que a planta original fosse alterada por completo foi que o cliente não era muito afeito às artes culinárias. “No lugar de um ambiente ampliado, como em geral se pensa hoje, ele pediu que a cozinha fosse pequena e fechada. Isso até foi bom, uma vez que acabou abrindo espaço para que fosse projetado um cantinho para funcionar como home theater”, conta. Para a suíte, a alternativa foi criar um closet para servir como uma espécie de antessala do quarto, garantindo assim maior intimidade. Já o segundo quarto ficou reservado aos hóspedes, enquanto o home office, a ele anexo, se transformou em uma ilha de tranquilidade dentro do apartamento.

Quanto à decoração, já que era desejo do cliente manter o piso da sala, a opção foi distribuir pontos de colorido vibrante por pontos estratégicos do apartamento, acentuando os contrastes. Uma diretriz seguida à risca pela arquiteta, assim como a de criar condições para expor, com plenas condições de visualização, as muitas obras de arte do acervo particular do morador. “Como eu sabia que ele tinha diversos quadros, em muitos suportes diferentes, fiz um estudo detalhado de cada obra e diagramei todo o apartamento para recebê-los”, conta ela. 

“É como se fosse uma galeria. A gente não podia brigar com os quadros e por isso priorizamos paredes em cores rebaixadas ou cobertas de madeira. Assim, criei uma base mais neutra para receber as obras e ainda garanti uma maior mobilidade à coleção, já que os trabalhos podem ser trocados periodicamente”, diz.

Apesar da ideia inicial de utilizar quase unicamente o branco nas paredes, foi apenas quando o projeto estava mais avançado que os ambientes passaram a receber tonalidades diferentes, sobretudo de cinza. “Ajudou a romper um pouco o ar de passado. Tanto o cinza quanto a madeira sobre as paredes já garantem um certo ar moderno”, finaliza Vivi.

 

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