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A dona do pedaço

Mary Nigri, proprietária do Quattrino, abre a cozinha do apartamento nos Jardins e conta suas aventuras

Por Marisa Vieira da Costa
Atualização:

Mary Nigri conhece o mundo todo. E também todo mundo. Viajou (e continua viajando) pelos quatro continentes. "Já morei em kibutz, tive loja em Punta del Este, estudei em Nova York, andei pela Indonésia, Tailândia, Goa, mas minha paixão é uma praia, na Jamaica, chamada Negril. Ainda vou morar lá", diz a proprietária do Quattrino e do Ecco, restaurantes estrelados de São Paulo. Ligada à cozinha por influência das avós, as judias-libanesas Marie e Raquel, hoje Mary se dedica aos restaurantes e à organização de eventos. Mas sempre que pode se refugia em seu apartamento nos Jardins, onde recebe os amigos - entre eles, o cantor Leonardo e o ator Miguel Falabella - para jantares preparados por ela na bem equipada cozinha. Mary é paulistana, mas, por conta das constantes idas ao Rio, onde morava a família materna, a fala revela um leve sotaque carioca: "Nasci e fui criada na Avenida Paulista. Eu brincava na rua e ia com a minha mãe na Madame Rosita e na Slopper." Adolescente, foi estudar balé com Elza Prado, que levava suas alunas para apresentações na TV Record. "Fui dançarina de palco da Jovem Guarda, do Carrossel do Ronnie Von, e do programa do Canarinho." Na fase de rebeldia, morou em Israel. "No kibutz, vivendo em comunidade, adquiri noção de respeito." Rodou o mundo e, quando parou, casou. De presente, o pai lhe deu um ponto na Oscar Freire, onde abriu a Yes Brazil, franchising da grife carioca. "Eu tinha experiência em administração, pois estudei Economia na PUC e fiz a Escola Superior de Propaganda e Marketing. Havia trabalhado na agência MPM e na revista Z... A loja era um refresco", conta. Deu tão certo que Mary abriu uma filial em Punta del Este, onde ficou um ano. Voltou então à estrada. Receitas diferentes Após andanças pela Itália, em 1989, Mary resolveu abrir um restaurante que preparasse massas na hora, como em Milão. Aproveitou o ponto na Oscar Freire, escolheu o nome Quattrino de uma combinação de numerologia e a fama da casa logo se espalhou com o nhoque da sorte servido todo dia 29. Logo nasceu o segundo Quattrino, no Hotel Tryp, na Rua Iguatemi. Em 1998, de uma conversa com amigos, surgiu a pizzaria Ecco. Na mesma época, a empresária virou adepta da comida natural. "Namorava um fã da macrobiótica. Fiz minha cabeça." Em busca de receitas "diferentes", Mary está sempre comprando livros. Na cozinha integrada ao estar do apartamento adquirido em 1997, nos Jardins, as iguarias surgem na mais fina louça da Tania Bulhões a panelas francesas Resistal, emolduradas pelo abajur de mesa da nova-iorquina Urban Outfitters, copos de flores da francesa Muji e talheres de prata (faqueiro Manchester com 130 peças, R$ 1.328, na Michey Presentes). Tem também vaso cubano, misturador indiano (presente da banqueteira Neka Menna Barreto) e patuás gregos. Armários de laminado branco guardam os mil e um objetos de Mary. "A cozinha foi feita pelo Beto Galvez", diz ela, que escolheu a dedo o fogão Bosch de 6 bocas (modelo Style II, R$ 1.369, no site www.fastshop.com.br). "Fizemos a reforma juntos", diz o arquiteto. "Foram poucas intervenções. Derrubamos a parede que separava a cozinha da sala e escolhemos pastilhas de vidro branco para o piso (R$ 242 o m², na Vidrotil)." Os armários e a bancada de granito já estavam no apartamento; apenas foram adquiridos, na Tok& Stok, os bancos (modelo Lumini, de metal, R$ 214 cada um). "A cozinha ficou com o astral da Mary", diz Galvez.

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