A alma de um apartamento

Obras, em Jundiaí, tiram proveito da Serra do Japi

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Por Olivia Fraga
Atualização:

A Serra do Japi e um risco de asfalto encaram a varanda do apartamento de 150 m². Lá dentro, a morada espelha a dinâmica da família e um pouco de sua história: uma foto aqui, frases em inglês ali, o quarto de menina, o do menino, um piano-baú de frente para o sofá. Da janela, o Japi parece até que responde por parte da mobília da casa - e certamente responde pela razão de um casal com duas crianças ter vindo de Londres para a cidade. "Jundiaí é a minha cidade, a cidade do meu coração, e sempre idealizei uma volta para cá com meus filhos", confirma a proprietária. A família vive no 15º andar de um prédio em Anhangabaú, distrito antigo de Jundiaí, que hoje vê brotar ?espigões? no meio do vale, ladeados por casas de telhado de barro. Qualidade de vida é fala recorrente. "Tenho dois imóveis em São Paulo e meu trabalho continua concentrado na capital. Mas como poderia viver naquele estresse e vender bem-estar?", diz a proprietária, dona de uma agência de turismo, que assegura ter encontrado em Jundiaí o tão sonhado sossego. O apartamento ficou pronto no fim de 2007 e a arquiteta Rosana Ferrari foi chamada para capitanear a reforma. As obras concentraram-se no miolo que compõe sala de estar-varanda-sala de jantar. Agora os espaços formam um todo graças à derrubada das divisões entre os cômodos. Um painel feito de filetes de madeira disfarça o pilar escondido em parte dessa parede. Juliana Kondrat, arquiteta e assistente do escritório, chama a atenção para a repetição dos acabamentos em favor da unidade. A mesma madeira usada no piso de tacos da sala está presente nas portas dos armários do home theater. "E o piso frio do lavabo (da Solarium, modelo Funghi Basic, 1 m x 1 m, por R$ 72,50 o m², na Verdes Nobres) invade a sala, contornando a mesa de jantar", diz. O home theater, à frente, fecha-se por inteiro com a porta dupla de correr, e lá reinam beges e marrons. A cozinha faz as vontades do proprietário, que adora cozinhar e ver TV ao mesmo tempo. O equipamento de plasma está acoplado ao móvel de madeira branco e preto, com nichos para azeites e temperos (modelo da SCA, de MDF branco e preto, em torno de R$ 22 mil). Recortado e de tamanho reduzido, esse ambiente foi a pedra no sapato de Rosana durante a reforma. Por isso, a arquiteta acrescentou à cozinha a antiga área de lavanderia. "Assim consegui distribuir os equipamentos pesados e alarguei os corredores", diz (coifa da Tuboar modelo Futura ST, R$ 4.880) . Alma do apartamento, a varanda teve seus vitrôs redesenhados (fechamento de lâminas de vidro retráteis, que permitem melhor circulação de ar) para aproveitar a paisagem do Japi. Ali os almoços de fim de semana acontecem com os olhos grudados no horizonte. "Meus clientes até preferem fazer reunião aqui em Jundiaí. Eles adoram olhar a serra", diz, orgulhosa.

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