Saiba quais são as causas e como prevenir a infecção urinária

Condição clínica que vitimou a atriz Rogéria pode ser identificada a partir da ardência e coloração da urina

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Por Felipe Saturnino
Atualização:
Rogéria teve complicações em função de convulsões, o que agravou seu quadro médico de infecção, doença mais comum em mulheres. Foto: Alex Silva/Estadão

A atriz Rogéria morreu na última segunda-feira, 4, em decorrência de um choque séptico, condição que indica infecção alastrada. A artista havia sido internada no hospital Unimed, na Tijuca, em 14 de agosto com o diagnóstico de infecção urinária, mas, segundo informou a instituição, teve complicações geradas por uma crise convulsiva e não resistiu.

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Segundo o urologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Flávio Áreas, a crise pode ter sido causada por uma bacteromia, ou seja, um ataque de bactérias. “Esse ataque gera febre alta e, dependendo da suscetibilidade da pessoa, acarreta em convulsão”, afirma. 

A bacteromia, diz o médico, é uma consequência do agravamento da infecção urinária. Neste estágio, as bactérias, que nessa doença infecciosa entram no organismo por meio do canal da uretra, podem alojar-se na bexiga (gerando cistite) ou, eventualmente, nos rins (pielonefrite), caso em que podem passar para o sangue. “Como o sangue é filtrado nos rins e tem muita pressão na artéria renal, é mais fácil para as bactérias se disseminarem na corrente”, explica Áreas. 

A disseminação de bactérias pelo corpo ocasiona o choque séptico ou sepse grave, cujos efeitos são queda acentuada da pressão arterial, taquicardia e frequência respiratória elevada. De acordo com o Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS), em 2016 o choque séptico foi causa de 16,5% dos óbitos emitidos (ou cerca de 250 mil mortes) no Brasil.

Infecção. Causada pela bactéria Escherichia coli, que habita o intestino, e quadro original de Rogéria, a infecção urinária é mais comum em mulheres em função da proximidade que há entre vagina e ânus. Segundo o Ministério da Saúde, também o fato de o trato urinário feminino ser curto (entre 4 e 5 cm, enquanto dos homens varia de 15 a 20 cm) propicia que as bactérias alcancem a bexiga e outros órgãos do sistema urinário mais facilmente, aumentando a incidência. 

A doença pode ser identificada por ardência na urina, coloração escura e maior frequência de ida ao banheiro com pouca urina.

A incidência do quadro aumenta em mulheres, segundo Áreas, caso tenham uma vida sexual ativa. “Além disso, pessoas com diabetes, cálculos renais, distúrbios de imunidade, seja por uma simples gripe, estresse ou ansiedade, também são mais suscetíveis a essa condição”, diz.

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“Ingerir bastante líquido, urinar após a relação sexual e nunca segurar a urina quando sentir a bexiga cheia são algumas recomendações para prevenir essa infecção”, completa o urologista.

*Estagiário sob supervisão de Charlise Morais

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