Risco de câncer de pele é o dobro em trabalhadores ao ar livre
Ludimila Honorato - O Estado de S.Paulo
19/05/2019, 10:03
Grupo também tem menor conhecimento em saúde e baixa tendência à prevenção solar
Além de terem duas vezes mais chances de desenvolver câncer de pele, os trabalhadores ao ar livre têm baixa tendência à proteção solar. Foto: skeeze/Pixabay
O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, sendo 30% dos tumores malignos registrados no País, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O alerta para a prevenção vale para todas as pessoas em qualquer fase da vida, mas o reforço é maior para quem trabalha ao ar livre, como jardineiros, carteiros, arquitetos e varredores, pois está mais exposto aos raios do sol.
Um relatório publicado no começo de 2016 por um grupo de dermatologistas, membros da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV, na sigla em inglês), deixou claro que a maioria dessa força de trabalho na Europa está sob risco aumentado de desenvolver câncer de pele, principalmente do tipo não melanoma.
Segundo os resultados, após cinco anos de trabalho ao ar livre, as chances de ter o tumor são, pelo menos, duas vezes maiores nesse perfil do que naqueles que exercem a profissão em ambientes fechados. Os dados mostraram também que esse grupo tem menor conhecimento em saúde e baixa tendência à prevenção.
Robson Medeiros, de 36 anos, bombeiro militar do Estado do Rio de Janeiro, recebeu o diagnóstico de melanoma, tipo raro e mais grave do câncer de pele, em outubro 2017. Tudo começou com uma pinta de nascença que ele tinha em uma das coxas. A princípio, a mancha foi ignorada depois que uma dermatologista pediu a retirada do sinal sem explicar o que poderia ser.
Sem histórico de câncer de pele na família, Medeiros associa a doença mais à alta exposição solar ao longo dos anos do que à profissão em si. Porém, admite que não conhecia os riscos da não proteção.
O bombeiro Robson Medeiros, de 36 anos, correu a São Silvestre 2018 com camiseta que alerta sobre melanoma. Foto: Arquivo pessoal/Cedida por Robson Medeiros
"Na profissão [de bombeiro], é muito enfatizado o uso de equipamentos de proteção individuais (EPIs) para salvamentos, que também inclui o protetor solar, mas falta conhecimento do que é o câncer, não se fala muito por que [precisa usar protetor]", afirma o profissional.
Ele conta que, na infância, praticava muitas atividades ao ar livre e, na fase adulta, continuou fazendo esportes, como corrida e montanhismo, que abrem espaço para a exposição solar. Segundo o Comitê Científico do Instituto Melanoma Brasil, a exposição cumulativa e excessiva nas primeiras duas décadas de vida aumenta muito o risco de desenvolvimento de câncer de pele. "Eu tive muito isso na infância. Um dia a conta chega", comenta Medeiros.
Campanha de prevenção do câncer de pele
Pensando nos dados internacionais e no cenário brasileiro — foram estimados mais de 6,2 mil novos casos de melanoma e mais de 165 mil de não melanoma em 2018 —, o Instituto Melanoma Brasil lançou a campanha Trabalhe com segurança. Proteja sua pele. O objetivo é levar informação tanto para os trabalhadores quanto para as empresas.
VEJA TAMBÉM: Conheça mitos e verdades sobre a exposição solar
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Mitos e verdades sobre a exposição solar
O verão começa no dia 21 de dezembro e é preciso ficar atento ao sol. No Brasil, o câncer mais frequente é o de pele. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no País. A dermatologia do Serviço Social da Construção, Jussara Gasparotto, diz o que é mito e o que é verdade sobre a exposição solar:
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O protetor solar só deve ser usado em dias de sol, na praia ou na piscina
MITO. O hábito de se proteger contra o sol deve ser como o de escovar os dentes, frequente e contínuo. Os raios solares continuam agindo mesmo em dias de mormaço ou chuvosos. Além disso, luzes artificiais como a do computador também danificam a pele.
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Quem quer 'pegar uma cor' deve usar bronzeador após o protetor solar
MITO. Os bronzeadores têm como função acelerar o processo de bronzeamento apenas com a ajuda da penetração dos raios solares na pele. E como os raios UVA e UVB são altamente cancerígenos, nenhum tipo de bronzeador é recomendado.
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Negros, mulatos e pardos também precisam usar protetor solar
VERDADE. Apesar de ter uma resistência maior aos danos causados pelos raios, devido à alta concentração de melanina, o protetor ainda se faz necessário por quem quer manter a saúde e a beleza da pele negra. Os cuidados devem ser os mesmos que se tem com a pele clara, com o uso de fator de proteção 30 ou maior.
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Posso passar o protetor solar e, logo em seguida, dar um mergulho
MITO. É muito importante seguir as instruções da embalagem e aplicar o produto de 15 a 30 minutos antes de se expor ao sol ou de entrar na água. Dar um mergulho logo depois de passar o produto pode fazer com que ele perca o efeito.
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É necessário reaplicar o protetor solar após mergulhar ou transpirar muito
VERDADE. Um produto eficaz para proteção de queimaduras deve ter FPS 30, no mínimo, e ser reaplicado a cada 2 horas, ou após cada mergulho ou transpiração excessiva.
Foto: Pixabay
"São pessoas que executam suas atividades laborais ao ar livre e não se dão conta dos riscos que estão correndo e das medidas para se protegerem", diz Rebecca Montanheiro, presidente da organização, sobre a iniciativa que está em sua terceira edição. "Mais ou menos 1,5 mil pessoas vão morrer por ano com melanoma e a campanha quer levar informação simples e clara para que as pessoas se identifiquem", completa.
A proposta do instituto também é alcançar as empresas a fim de que, nas instruções sobre segurança do trabalho, o cuidado com a pele seja prioridade. Por isso, ao longo de todo o ano e principalmente em maio, mês de conscientização sobre o câncer de pele, a organização entra em contato com grandes companhias propondo uma palestra sobre o tema. As corporações interessadas também podem procurar a ONG e solicitar o serviço.
Tipos de câncer de pele
O tumor é dividido em melanoma (5% dos casos) e não melanoma (95%) e, no Brasil, a prevalência varia de uma região para outra. "A incidência é maior no sul e sudeste do que no centro-oeste e nordeste, principalmente pela composição étnica", explica Rodrigo Munhoz, oncologista do Hospital Sírio Libanês e do Comitê Científico do Melanoma Brasil.
Nas regiões de maior incidência estão concentradas as pessoas com pele e olhos mais claros. Estas, segundo o médico, são mais propensas a desenvolver câncer de pele do que as negras. A explicação está na melanina, substância que determina a cor da pele e, em pessoas negras, atua como um protetor solar natural.
A principal diferença entre os dois tumores é o tipo de célula que dá origem a ele. Enquanto o melanoma nasce nos melanócitos (células produtoras de melanina), o não melanoma se origina em outras estruturas e tem componentes variados.
VEJA TAMBÉM: Dermatologista esclarece dúvidas sobre uso de protetor solar
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Proteja-se
Proteger-se do sol é importante não só para evitar queimaduras, como também para a prevenção de doenças, como o câncer de pele. Segundo o INCA, este tipo de câncer é o mais frequente no organismo humano, correspondendo a 25% dos casos no País. Por isso, é fundamental recorrer ao protetor solar antes de se expor ao sol. Sergio Schalka, coordenador do consenso de fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia tira dúvidas sobre o uso do protetor
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Como determinar o fator ideal?
A SBD recomenda um fator mínimo de 30. Acima desse valor, a pessoa deve escolher o protetor de acordo com sua tonalidade de pele. “Se a pessoa tem pele clara, loira, ruiva, se queima facilmente, recomendo FPS de 50 para cima”, diz Schalka. Se o período de exposição ao sol for longo, deve-se escolher um fator acima de 50, mesmo para tons de pele mais escuros
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É verdade que acima do fator 30 a eficácia é a mesma?
“Isso é um mito da década de 80”, afirma Schalka. Hoje há muitos estudos que comprovam que um protetor solar de FPS 50 protege mais do que um de FPS 30. “Por isso, recomenda-se que o fator mínimo seja 30, e não o máximo”
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Devemos usar protetor solar mesmo em dias nublados?
Sim. Para o médico, a atenção deve ser redobrada em dias nublados, já que, muitas vezes, as pessoas não percebem que estão ficando bronzeadas. “O fato de o dia estar nublado não garante que não haja radiação ultravioleta", diz. Lembre-se que é comum ter a pele queimada após exposição a mormaço
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Quem não vai se expor diretamente ao sol, mas vai se expor a luzes brancas por longo período, precisa de protetor?
Para pessoas que não têm doenças de pele, a exposição a luz artificial, de lâmpadas, não traz problemas. Em geral, não é preciso usar o protetor nesses casos.
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De quanto em quanto tempo preciso passar o protetor?
De acordo com o médico, o ideal é passar o protetor a cada 2 ou 3 horas, dependendo das atividades no período. Se a pessoa suar muito, deve recorrer a uma nova camada do filtro mais rápido. Além disso, o protetor deve ser passado sempre após longas imersões na água. Vale lembrar que é recomendado passar o produto ao menos 15 minutos antes de entrar na água.
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Preciso passar o protetor novamente após um mergulho rápido?
Se o protetor é resistente à água, não é necessário repassar o produto logo após o mergulho. Mas o médico ressalta que é bom não ficar muito tempo exposto ao sol sem passar protetor.
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Preciso esperar o corpo secar para passar o protetor?
De acordo com o médio, há produtos indicados para a pele molhada, que podem ser usados logo após o mergulho. Normalmente, é mais indicado esperar o corpo secar. “Em geral, o produto acaba se diluindo no corpo molhado, de modo que perde um pouco da eficácia”, diz Schalka.
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Posso usar protetor para o corpo no rosto?
Sim. De acordo com o médico, é possível usar o protetor do corpo no rosto, mas pessoas que têm a pele mais oleosa devem ficar atentas. "Talvez o rosto fique mais oleoso, mas a eficácia é a mesma”.
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Passo o protetor antes ou depois do repelente?
“Tecnicamente os dois brigam um pouco entre si. Por isso, não existe um produto que combine os dois”, explica Schalka. Por causa das doenças transmitidas pelos mosquitos, como dengue e zyka, o médico recomenda que se utilize primeiro o protetor solar e depois o repelente.
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Protetor solar em spray tem a mesma eficácia?
Se o produto em creme e em spray têm o mesmo fator de proteção, a eficácia é a mesma. O problema do spray, segundo Schalka, é que, em geral, pessoas não são tão cuidadosas na hora de aplicar “O ideal é aplicar o produto como se estivesse pichando um muro. Tem que fazer um movimento para cobrir toda área”, diz.
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Protetor solar para pele oleosa funciona?
A eficácia do protetor solar para a pele oleosa é a mesma e, além disso, esses produtos normalmente têm substâncias que absorvem a gordura da pele. “É preciso apenas ter atenção porque produtos para pele oleosa têm pouca resistência a água”, diz Schalka. Por isso, é necessário reaplicar o filtro no rosto mesmo após curtos períodos de imersão na água.
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Protetor solar de adulto pode ser usado em criança
Em crianças acima de 6 meses, o ideal é que seja usado um protetor solar infantil, mais adaptado para a pele da criança. “Formulações de criança são mais delicadas, não tem muita fragrância”, afirma Schalka. Mas, segundo o especialista, crianças podem usar produtos de adulto, se necessário, sem maiores problemas.
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Produtos para rosto tipo BB ou CC cream, que são tonalizantes da pele mas com fator de proteção solar, são eficientes durante a exposição ao sol?
As bases, por si só, já funcionam como uma espécie de barreira aos efeitos dos raios solares, mas, em geral, a proteção não é suficiente."Alguns produtos desse tipo tem proteção solar conjunta. Recomendo verificar, no rótulo, o fator de proteção solar de cada produto", diz Schalka.
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Roupa com fator de proteção solar funciona?
Sim. De acordo com Schalka, essas roupas especiais têm, no tecido, substâncias que funcionam como os filtros solares. "Elas garantem um ganho adicional em relação às roupas comuns, que já ajudam a proteger do sol", diz.
Foto: Pixabay
A gravidade também é outro fator que os diferencia: o melanoma tende a crescer mais rápido e pode ter metástase (se espalhar para outros órgãos); o não melanoma tem risco menor de metástase e a cirurgia, por si só, é curativa. No entanto, Munhoz afirma que uma pequena parcela pode evoluir de forma ruim e ter complicações.
O bombeiro Robson Medeiros conta que receber o diagnóstico de melanoma foi como terem colocado "uma bomba relógio na minha mão e que ela poderia estourar a qualquer momento, tirando a minha vida". Felizmente, os exames deram negativo para novos crescimentos do tumor.
Após terminar o ano de 2017 acamado, se recuperando da cirurgia, e ficar seis meses longe do trabalho e das atividades rotineiras, ele quis fazer diferente no ano seguinte. Em 31 de dezembro de 2018, ele correu a São Silvestre emocionado, "principalmente com saúde". "Além de terminar o ano bem, homenageei cada paciente do grupo de acolhimento [do Instituto Melanoma Brasil], mostrando que um deles estava lá e que é possível", conta Medeiros, que correu com uma camiseta da ONG.
Mudanças exigem grandes esforços
Um estudo publicado em 2017 no periódico Journal of the European Academy of Dermatology & Venereology avaliou o comportamento e a conscientização das pessoas sobre o câncer de pele e sua proteção. A pesquisa foi feita com quase 20 mil pessoas, de 23 países, com idades entre 16 e 65 anos.
Os resultados mostraram que 88% delas estavam cientes dos riscos de desenvolver câncer de pele quando expostas ao sol sem proteção. No entanto, apenas um a cada dois participantes da pesquisa já consultou um dermatologista para uma triagem. Quatro em cada dez pessoas não pensam em proteger a pele fora do período de férias.
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Orelhas
Você provavelmente já sabe que precisa passar protetor solar. Mas será que faz isso direito? Lábios, orelhas e couro cabeludo costumam ser esquecidos na hora de aplicar a proteção, afirma Clarissa Borges, dermatologista do Instituto Onco-Vida. Esses locais também podem desenvolver câncer de pele e merecem atenção. Nas orelhas, além do protetor solar, vale usar uma barreira física contra o sol, como um chapéu de abas largas. Clarissa afirma que a incidência de câncer de pele nas orelhas é alta nos homens. Ao usar boné, eles esquecem de cobrir o local.
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Lábios
Nos lábios, Clarissa indica o uso de proteção em bastão ou, como alternativa, um batom com cor. O protetor de rosto ou de corpo também serve, mas pode ter gosto ruim. O cuidado com a proteção solar na área deve ser ainda maior para quem já teve manifestação do vírus do herpes. “A radiação ultravioleta do sol ajuda a baixar a imunidade no local e reativa o vírus para quem já tem”, alerta a dermatologista.
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Couro cabeludo
Não são só os carecas ou quem tem falhas no couro cabeludo que precisam proteger a região. Quem já queimou a linha ‘divisória’ do cabelo sabe bem como a pele ali é sensível. “Há protetores solares indicados para áreas com grande densidade de pelos ou cabelo. Os sprays espalham com mais facilidade, sem deixar branco”, indica a dermatologista.
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Pés
A praia é um local de livre circulação, então não é fácil controlar a entrada de cães ou outros animais que podem transmitir doenças. O bicho-geográfico, por exemplo, é uma infecção nos pés causada por larvas que costumam estar presentes em fezes de animais. O sintoma mais perceptível é a coceira nos pés, acompanhada de manchas avermelhadas. Clarissa explica que a infecção é comum em crianças, mas precisa ser tratada por um dermatologista.
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Micoses
Além da conhecida micose nos pés, a infecção pode se manifestar em outras parte do corpo e até no couro cabeludo. Especialmente no verão, muitas pessoas percebem manchas esbranquiçadas após um bronzeado. A dermatologista explica que pode ser a manifestação de uma micose conhecida popularmente como pano branco. O couro cabeludo também pode ficar mais sensível com o calor e manifestar uma infecção que estava ‘escondida’. Ela pode ser tratada com xampu sebáceo, segundo a dermatologista, mas é preciso também ter acompanhamento de um profissional. Para prevenir micoses, é importante secar bem o corpo e evitar contato direto com áreas úmidas.
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Alimentos que causam manchas
O limão é visto como o maior vilão do sol, mas a dermatologista ressalta que perfumes e qualquer alimento ou líquido cítrico pode manchar a pele. O ideal é lavar bem as mãos após o manuseio, mas se houver descuido e você perceber alguma mancha, deve reforçar o protetor solar na área e hidratar constantemente.
Foto: Pixabay
"As pessoas estão cientes, mas acham que nunca vai acontecer com elas. Tudo que envolve mudança de comportamento envolve grandes esforços em diferentes frentes", avalia o oncologista. Ele compara esse comportamento com as campanhas sobre os riscos do tabagismo, que demoraram décadas para fazer com que as pessoas largassem o cigarro. Duas frentes principais quanto ao câncer de pele, segundo ele, é a exposição ocupacional e recreativa.
"É um desafio porque estamos em um país tropical, as pessoas gostam de ir à praia, ter um visual bronzeado. A transformação em ação preventiva demanda esforço", diz o médico. Uma das lutas no Instituto Melanoma Brasil é que o protetor solar seja disponibilizado no Sistema Único de Saúde para que mais pessoas tenham acesso à proteção gratuitamente.