Respiração consciente

Inspirar e expirar harmoniosamente uma vez ao dia ajuda a melhorar a qualidade de vida

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Por ANA GABRIELA VEROTTI
Atualização:

Pare e preste atenção na sua respiração. É o que pede Heloísa Capelas, autora do livro ‘O Mapa da Felicidade’, que dá dicas de como respirar de forma correta e estimula as pessoas a buscarem o autoconhecimento. “Tudo é tão perfeito no corpo humano e funciona tão bem sem a nossa consciência que nós respiramos sem nem perceber”, ela comenta.

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A ideia defendida por Heloísa é prestar atenção no movimento normal e ver onde o ar está indo. “Nós respiramos curto, no peito, na garganta, e não levamos ar suficiente para o nosso corpo inteiro, inclusive para o cérebro”, explica. Essa falta de oxigênio pode causar estresse, e segundo Heloísa, ainda faz com que percamos oportunidades e possibilidades: “nos tornamos pessoas repetitivas, rotineiras e fazemos só o que nos dá segurança”.

A especialista em desenvolvimento humano nota que o jeito de respirar muda conforme a situação, seja em momentos alegres ou em momentos de estresse. “Por que não fazer essa mudança de respiração de uma maneira consciente? Antes de uma reunião ou na beira de uma discussão com o cônjuge, por exemplo”, sugere.

A proposta é realizar, dez vezes ao dia, inspirações e expirações mais compridas. “O que temos que expirar deve ser muito mais comprido do que inspiramos, já que quase 80% das nossas toxinas são eliminadas na respiração”, lembra. Heloísa também pede que foquemos no presente, sem ficarmos preocupados com algo que ainda não aconteceu ou ressentidos com o que já passou. O treino de respiração consciente, segundo ela, acaba sendo incorporado na rotina após três meses.

Esse treino diário também pode servir de tratamento. "Pessoas com depressão respiram curto, no peito, e com a cabeça abaixada. Só de mudarem a postura e respirarem comprido, já ajuda muito", explica. Estudos realizados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comprovam que a pequena mudança de hábito é realmente eficiente. Depois de seis meses praticando esse tipo de exercício, 70% dos pacientes que sofrem de distúrbios de ansiedade diminuíram em até 60% a dose de antidepressivos e ansiolíticos.

Um outro estudo, da Universidade de Paiva, mostrou que até durante a oração a respiração é modificada. “Quando você reza de verdade, há uma conexão com a sua fé ou religião, e isso faz você mudar o jeito de respirar, assim como acontece em momentos de estresse ou de alegria”, diz.

Ela comenta que algumas pessoas reservam, diariamente, dez minutos para realizar respirações compridas, mas que elas geralmente fazem ou se interessam por meditação e estão em um caminho de autoconhecimento. Heloísa menciona que há vários tipos de respiração para diferentes momentos, e que os interessados no assunto podem se especializar através de cursos de técnicas de respiração. 

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