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Outubro Rosa: Projeto oferece aulas gratuitas de dança para mulheres com câncer

Terapia com arte promete afastar sofrimento de pacientes que lutam contra a doença

Por Camila Tuchlinski
Atualização:
Integrantes do projeto OncoDance, no Rio Grande do Sul, conectam arte e luta contra o câncer. Foto: Facebook/OncoDance

A arte tem o poder transformador. E é esse o objetivo do OncoDance: transformar a dor e o sofrimento das pacientes que lutam contra o câncer em bem-estar e autoestima.  Criado pela psicóloga Cristina Melnik, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o projeto oferece oficina gratuita de dança para mulheres que tiveram ou têm qualquer tipo de câncer.

A ideia, inspirada em resultados positivos de pesquisas científicas, se concretizou em outubro de 2014. “A oficina é um trabalho voluntário que começou em espaço cedido pelo Teatro Hebraica, cujas atividades sistemáticas acontecem atualmente no bairro Higienópolis, em Porto Alegre. As apresentações, que são opcionais para quem participa da oficina, objetivam difundir nosso trabalho e incentivar outras pessoas a unirem-se a nós, dançando pela vida”, explica Cristina.  Muitas pessoas ainda temem falar sobre câncer. Em alguns casos, o diagnóstico é dito como “aquela doença” ou “a doença daquele signo”. Para a psicóloga, se aproximar do tema pode ser terapêutico. “Como diria Freud, quanto mais você se aproxima, fala sobre, mais se afasta. Mais elabora. Na OncoDance o foco é a dança, não é o câncer nem o sofrimento. Este surge, por vezes, podendo ser vivido, compartilhado e acolhido. Um abraço acolhe a dor. Um gesto, um passo de dança. Focamos nas aprendizagens, na criação, na liberdade do movimento, nas potencialidades, na autoestima, na socialização, na construção”, enfatiza.

As integrantes do OncoDance pintam, bordam e criam os figurinos utilizados no projeto. Nas redes sociais, é possível acompanhar a evolução das participantes e alguns momentos de ensaio de coreografias das pacientes. 

Assista ao vídeo: 

As causas do surgimento de um câncer podem ser as mais variadas e os pesquisadores se empenham para descobrir fatores de risco. Na opinião da mestre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que também é licenciada em Dança, é possível escolher como lidar com a doença. “O câncer impõe dores, mas a mente é poderosa, e você pode focar no fluxo positivo. Não sabemos se vamos morrer amanhã ou depois, mas o fato é que, se estamos aqui, temos a chance de viver”, conclui. 

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