Luz visível e radiação infravermelha são inimigos silenciosos da pele; previna-se

Efeitos prejudiciais incluem doenças e envelhecimento precoce e são percebidos a longo prazo

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Por Marília Marasciulo
Atualização:
'A luz visível também causa danos nos tecidos e age diretamente no DNA das células' Foto: Hernán Piñera/ Creative Commons

Use filtro solar, mas não só. Ele não é mais o suficiente para quem deseja ter uma pele bonita e saudável. Além dos raios ultravioleta A e B, que estão no espectro de proteção do filtro, especialistas explicam que a luz visível e a radiação infravermelha são tão prejudiciais quanto, capazes de causar doenças no rosto e envelhecimento precoce da pele. Para se proteger, você precisa tomar outros cuidados, como optar por filtros com pigmentos que funcionam como barreira física e com substâncias que combatem os radicais livres.

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A luz visível tem nome autoexplicativo: é toda a luz que enxergamos a olho nu, do sol, das lâmpadas artificiais dentro de casa, do computador, das telas de tablets ou smartphones. O dermatologista Emerson Lima, coordenador da campanha contra o câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que a luz visível pode desencadear ou piorar doenças de pele, como urticárias ou melasma, e o surgimento de manchas escuras principalmente no rosto. Segundo ele, ainda não foi comprovado cientificamente que ela pode causar câncer de pele, embora toda radiação que sensibiliza a pele pode deixá-la mais propícia ao aparecimento de qualquer tipo de doença.

Em um estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisadores sugeriram que a luz visível pode causar os mesmos danos nos tecidos da pele que os raios UVA, inclusive o câncer de pele. "A luz visível também causa danos nos tecidos e age diretamente no DNA das células", diz o coordenador do estudo, o biquímico Maurício Baptista. Isso porque, ao interagir com a melanina, pigmento que dá cor à pele, pode gerar uma forma de oxigênio altamente reativa que deteriora moléculas orgânicas, como é o caso do material genético da célula. 

Enquanto os raios ultravioleta e a luz visível atuam na primeira camada do órgão, a radiação infravermelha atravessa todas as camadas e interfere direto no colágeno, proteína que dá firmeza à pele. Essa radiação está presente em tudo que produz calor, inclusive o secador de cabelo e a chapinha, e sua principal consequência é o envelhecimento precoce da pele. 

Como se proteger.A má notícia é que a maioria dos filtros solares ainda não protegem contra estas radiações. O dermatologista Emerson Lima explica que, para proteger da luz visível, é necessária uma barreira física. Por isso, na hora de comprar um filtro solar, é interessante optar por filtros com dióxido de titânio e óxido de zinco na fórmula, pois estes pigmentos funcionam como barreira física para a radiação. Mas atenção: não basta só ter cor, ou seja, se uma base ou pó de maquiagem não tiverem estes componentes específicos, não servem como proteção. 

No caso da radiação infravermelha, ainda não existe uma forma de prevenir por completo. Segundo a dermatologista Samantha Enande, especialista em dermatologia estética e nutrologia, para reduzir os efeitos é essencial nutrir a pele com substâncias antioxidantes que combatem os radicais livres e estimulam a produção de colágeno. Isso pode ser feito tanto por via oral, com suplementos ou alimentos como frutas e verduras, ou com o uso de produtos específicos que possuem estes antioxidantes.

Mesmo assim, ao contrário do que ocorre com os fatores de proteção dos filtros UVA e UVB, especialistas ainda não conseguem mensurar a concentração ideal dos pigmentos ou das substâncias antioxidantes para prevenir os efeitos das radiações. A melhor maneira de se proteger e garantir uma pele saudável é evitar a exposição prolongada ao sol, especialmente no período entre 9h e 17h, pois ele é o maior vilão, com muita prevalência de raios ultravioleta, luz visível e radiação infravermelha.Além do filtro solar, é importante usar bonés, óculos escuros, roupas com fator de proteção, buscar sombras e procurar um médico para receber orientações específicas para o seu tipo de pele.

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