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Higienização incorreta das mãos leva a celular repleto de germes

Estudo feito pela Universidade de Barcelona apontou que celulares possuem mais bactérias que uma tampa de vaso sanitário

Por Pedro Prata
Atualização:
É importante higienizar as mãos antes de mexer nos celulares Foto: Pixabay/@JESHOOTS

A evolução na tecnologia dos smartphones possibilitou que substituíssemos uma série de objetos como, por exemplo, calculadora, computador, agenda e gravador por um único equipamento que cabe no nosso bolso. Contudo, o uso cada vez mais intenso dos celulares fez com que eles se tornassem, também, um grande meio de transporte de bactérias. O E+ conversou com especialista para entender porque isso acontece e qual é a higienização adequada das mãos e do aparelho para se evitar doenças.

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“A gente leva o celular para todo lugar: usamos no banheiro, enquanto estamos cozinhando, quando saímos de casa… E muita gente tem o hábito de deixar o celular na mesa, na bancada, no caixa eletrônico, por isso o celular fica cheio de bactérias”, explicou Marcus Cardoso, infectologista do Hospital Quinta D'Or, ao E+.

Um estudo feito pelo Departamento de Microbiologia da Universidade de Barcelona apontou que um celular pode conter até 30 vezes mais bactérias que a tampa de um vaso sanitário. Além disso, as mesmas bactérias encontradas nos celulares foram encontradas em panos de prato de cozinha, o que mostra como manipulamos muitos objetos sem higienizar as mãos e como os germes se aproveitam disso para se espalhar.

O primeiro conselho que o médico dá é usar o celular com moderação e lavar as mãos antes de usá-lo. Isso porque, toda vez que pegamos algo sujo ou encostamos em algum lugar contaminado e depois mexemos no celular, os germes passam para o eletroportátil, contaminando-o. Ele faz um alerta especial para o uso na cozinha e no banheiro, este último pela quantidade de bactérias presentes. 

“Claro que isso é um mundo ideal, já virou um hábito da população mundial utilizar o celular o tempo todo e não há como lavar as mãos na rua, por exemplo. Nesses casos, a recomendação é usar álcool gel”, falou Marcus.

Pessoas destras tendem a não lavar a mão esquerda adequadamente e vice-versa Foto: Pixabay/@gentle07

O álcool gel diminui a carga bacteriana e pode ser usado após pegar em objetos considerados sujos, isto é, tudo aquilo que é tocado por muitas mãos: celular, maçaneta, botão de elevador, dinheiro, corrimão do transporte público, entre outros.

“O álcool gel é apenas um auxiliar na redução da carga bacteriana. Contudo, ele não tira a sujeira das mãos. Para isso, é necessário lavar com água e sabão”, disse o infectologista.

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Outro problema que contribui para a alta concentração de bactérias no celular é a impossibilidade de lavar o aparelho. Para contornar isso, pode-se optar pela higienização do aparelho com um lenço umedecido com álcool. “É um lenço próprio para a higienização de celulares, já que o álcool direto no aparelho pode queimá-lo”, contou Marcus.

O mesmo pano umedecido deve ser utilizado na higienização de outro objeto que está sempre ao alcance de nossos dedos, principalmente no trabalho: o teclado de computador. Além disso, o infectologista alerta que deve-se evitar comer perto do equipamento, uma vez que restos de comida se acumulam entre as teclas e isso pode atrair vetores de doenças como, por exemplo, moscas.

Você sabe qual é a forma correta de lavar as mãos? Marcus ensina que se comece pela palma das mãos, esfregando uma na outra. A seguir, esfregue a palma da mão direita no dorso da mão esquerda e vice-versa. Passe para os dedos, limpando um a um para que nenhum deles seja esquecido. Por último, faça um gesto como se fosse pegar um punhado de algo e esfregue a ponta dos dedos nas palmas das mãos.

A atenção deve recair sobre a mão com a qual se possui mais habilidade: “As pessoas destras costumam lavar a mão esquerda muito bem, mas lavam mal a mão direita. Já para os canhotos, a situação é inversa: lavam bem a mão direita, mas não lavam corretamente a esquerda”, explicou Marcus.

*Estagiário sob supervisão de Charlise Morais

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