Estudo mostra que é possível treinar o cérebro para desejar comidas saudáveis

O condicionamento da mente, para bem ou mal, começa na infância e pode ser reprogramado na vida adulta

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Por Redação
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Preferir batatas fritas a brócolis, por exemplo, é um comportamento possível de se "desaprender", revela estudo publicado em 1 de setembro, no jornal online Nutrition & Diabetes, da Nature. Cientistas descobriram empiricamente que, assim como as pessoas são condicionadas a desejar guloseimas, também podem aprender a gostar de alimentos que fazem bem para o corpo.

O hábito de comer alimentos saudáveis "ensina" o cérebro a desejá-los Foto: Liz West/Flickr

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Para chegar a essa conclusão, a pesquisa acompanhou 13 pessoas obesas ou com sobrepeso divididas em dois grupos: metade delas não mudou hábitos alimentares, enquanto o restante cortou de 500 a mil calorias e adotou uma dieta balanceada, rica em fibras e proteínas, além de participar de sessões com um grupo de apoio.

Antes de começar o experimento, todas elas foram submetidas a uma ressonância magnética enquanto observavam imagens de comidas calóricas, gordurosas e açucaradas, para mapear a resposta cerebral a esse estímulo. O centro de recompensas do órgão foi a delírio e registrou alta atividade.

Mas o panorama mudou seis meses depois. O grupo da dieta não só perdeu cerca de 6 kg, três vezes mais do que os outros participantes, como também apresentou mais atividade cerebral ligada a prazer quando exposto a imagens de alimentos saudáveis do que às de junk food.

"O estudo só comprova com exame de imagem aquilo que intuitivamente e na prática as pessoas percebem: que, se você consegue fazer a dieta por um tempo, isso acaba se tornando hábito. Você vai se condicionando e, no final das contas, tem prazer e uma vida saudável", explica Daniel de Barros, psiquiatra do Hospital das Clínicas, em entrevista ao programa Rota Saudável, da Rádio Estadão.

Segundo Barros, o condicionamento pode começar na infância, ao recompensar a criança com guloseimas. "Você tá mostrando que quando ela faz algo bom, o prêmio é uma comida ruim. Não estou falando para proibir guloseimas, mas para não associá-las ao prêmio", acredita.

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