Entenda as diferenças entre botox e ácido hialurônico em tratamentos estéticos
Redação - O Estado de S.Paulo
09/03/2018, 16:07
Procedimentos têm resultados distintos e podem ser complementares em alguns casos
Dermatologista relembra que mesmo intervenções não cirúrgicas demandam diagnóstico Foto: REUTERS/Costas Baltas
A toxina botulínica A (conhecida popularmente como botox) e o ácido hialurônico são dois dos procedimentos mais comuns para combater os sinais do envelhecimento no rosto.
Na hora de optar por um ou por outro, o dermatologista Daniel Coimbra explica que o médico deve avaliar o método mais adequado para cada paciente dependendo do motivo das rugas, linhas de expressão ou outros fatores estéticos.
“São procedimentos médicos, então precisam de diagnóstico e tratamento”, lembra o dermatologista. “Hoje em dia está muito banalizado aplicar sem critério nenhum.” Coimbra alerta que os pacientes devem procurar apenas profissionais qualificados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ou pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para realizar os procedimentos, mesmo que não sejam tão invasivos como a cirurgia plástica.
O médico especialista poderá avaliar o caso de cada paciente e indicar o tipo de tratamento adequado. De acordo com Coimbra, é comum levar em conta quatro fatores antes de se decidir o melhor procedimento estético. Observa-se a pele, a camada de gordura, a musculatura e o estado dos ossos na região.
Enquanto a pele costuma ser tratada com laser, o ácido hialurônico pode ser indicado quando há perda óssea ou de gordura, e o botox para correções no músculo.
A toxina botulínica A costuma durar de quatro a seis meses, dependendo do produto utilizado, da quantidade, e das características de cada paciente. Em músculos que trabalham muito, a duração é menor do que naqueles que ficam em repouso. Essa regra também vale para o ácido hialurônico, mas os resultados são mais duradouros. Enquanto os menos concentrados duram de 12 a 15 meses, os produtos com maior concentração podem chegar a durar dois anos, afirma o dermatologista.
Outra diferença é que a reaplicação do ácido ocorre em doses menores. “É como se você enchesse um copo de água e deixasse evaporar. Para manter cheio, você vai completando aos poucos com mais água, não espera esvaziar inteiro”, explica Coimbra. Já o botox, para manter o efeito, precisa ser reaplicado por completo, e o tempo mínimo de espera entre uma aplicação e outra costuma ser de quatro meses.
Em alguns casos, o ácido hialurônico e a toxina botulínica A podem ser recomendados para um mesmo tratamento. Coimbra explica que não há contra-indicações, mas não recomenda que esses procedimentos sejam realizados junto com o laser.
O dermatologista ainda ressalta que é preciso tomar cuidado para não exagerar. “A chave de tudo é pensar mais nas expressões e movimento e muito menos em remover todas as rugas. É mais importante um olhar descansado do que nenhuma ruga ao redor do olho, por exemplo.”
Veja também: Como eliminar o bigode chinês em cada faixa etária
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Sinal de envelhecimento
Quando em maior proporção, as linhas de expressão entre a boca e o nariz ganham o nome de “bigode chinês”. Em geral, os sulcos nasogenianos são consequência do envelhecimento e de fatores genéticos, mas também podem ser motivados pela exposição excessiva ao sol e pelo fumo.
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Dicas para eliminar
De acordo com o especialista em face e cirurgião plástico Marco Cassol, o procedimento ideal para atenuar o bigode chinês depende da profundidade dos sulcos. Por isso, é necessário consultar um médico antes de tomar uma decisão. A seguir, ele indica os procedimentos mais adequados para cada faixa etária.
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Dos 20 aos 30 anos
O bigode chinês costuma ser pouco evidente nessa faixa etária. Por isso, a aplicação de cremes pode ser suficiente para atenuar as linhas de expressão. Cassol também indica a ingestão de nutricosméticos com os princípios ativos adipofill e exsynutriment, que trazem resultado em até 40 dias.
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Preenchimento com ácido hialurônico
Caso os sinais estejam mais expressivos, o especialista indica que a utilização de nutricosméticos seja aliada a eventuais preenchimentos faciais com ácido hialurônico. Nesse caso, o resultado é imediato, com efeito ainda mais claro após três semanas, quando o inchaço facial diminui.
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Entre os 30 e os 40 anos
Depois dos 30 anos, as marcas de expressão começam a ficar mais evidentes. Uma das alternativas para driblar isso é o tratamento com laser de dióxido de carbono (CO2). O procedimento faz a remoção de camadas lesionadas da pele, contudo, para obter efeito, é necessário fazer pelo menos três sessões, uma vez por mês. "Caso a pessoa tenha espinhas, o número mínimo de sessões é cinco", recomenda o especialista.
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Laser de CO2
Após o procedimento, o paciente deve ficar em repouso de três a quatro dias. "O resultado do tratamento começa a ficar aparente após aproximadamente uma semana. Depois de 14 dias, a vermelhidão da pele deve passar", aponta Cassol.
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Dos 40 aos 50 anos
Nessa faixa etária, o médico recomenda a utilização de géis com fatores de crescimento. Caso seja necessário, esses produtos podem ter o resultado ampliado com o uso do dermaroller.
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Tratamento com dermaroller
O dermaroller é um rolo com agulhas de 0,5 a 2 mm, que estimulam a derme e a subderme. O procedimento pode ser feito quinzenalmente, embora seja mais comum a realização de sessões mensais. O tratamento obtém resultados mais claros após três meses de aplicação.
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Entre 50 e 60 anos
Uma alternativa para homens e mulheres dessa idade são os procedimentos com fios de sustentação de ácido lático. A técnica consiste na inserção de uma linha em cada lado do rosto, deixando a face mais firme.
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Fio de ácido lático
No tratamento, o fio induz o corpo a formar um tecido fibroso que vai retrair os tecidos da face, trazendo sustentação. O procedimento pode ser repetido a cada três meses.
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Acima dos 60 anos
De acordo com Cassol, os métodos mais eficazes após os 60 anos são cirurgias, como a miectomia. Irreversível, a intervenção realiza a retirada de parte do músculo facial, afinando as linhas de expressão e obtendo um resultado parecido com o do botox.
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Nem tudo é bigode chinês
Por fim, Cassol salienta que as linhas de expressão próximas do nariz e da boca nem sempre são bigode chinês, como ocorre em pessoas com bochechas mais proeminentes. Nesse caso, o procedimento mais recomendado é a bichectomia, que consiste na retirada de gordura interna das bochechas (chamadas de "bolas de Bichat").