Dia Nacional da Mamografia: conheça os principais exames para diagnóstico do câncer de mama
Bárbara Pereira * - O Estado de S.Paulo
05/02/2019, 12:30
Data foi criada para reforçar a importância do diagnóstico precoce em mulheres
Câncer de mama é o segundo mais comum entre mulheres de 19 a 40 anos. Foto: Sebastião Moreira/Estadão
Dia 5 de fevereiro é o Dia Nacional da Mamografia, data criada para reforçar a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. O rastreamento faz toda diferença no tratamento e pode salvar vidas: quando detectada precocemente, a doença tem até 95% de chances de cura.
De acordo com Marcela Balaro, especialista em radiologia no Instituto Nacional do Câncer (Inca) e médica coordenadora de Imagem Mamária do Richet Medicina & Diagnóstico, não existe um consenso mundial sobre a idade e a periodicidade dos exames para a investigação do câncer de mama nas mulheres assintomáticas. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 50 e 69 anos façam mamografia a cada dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a mamografia a partir dos 40 anos, anualmente.
Diagnóstico do câncer de mama
O principal método para diagnóstico do câncer de mama é a mamografia digital, que identifica lesões muito pequenas, muitas vezes não palpáveis. O exame funciona como uma radiografia da mama e o equipamento utiliza radiação de baixa energia (raios-X). A compressão da mama é necessária porque melhora a qualidade da imagem, permitindo que todos os tecidos fiquem totalmente visíveis. "Apesar do desconforto, a compressão é rápida e não gera qualquer lesão na mama, sendo imprescindível para o diagnóstico preciso", esclarece Marcela.
Na ultrassonografia das mamas, as imagens são formadas por ondas sonoras de alta frequência, sem o uso de radiação ionizante. Ao contrário da mamografia digital, este exame não gera desconforto ao paciente. "É uma importante ferramenta complementar à mamografia e à tomossíntese mamária no rastreamento do câncer de mama, principalmente nas pacientes com mamas densas, pois a densidade mamária não altera a sensibilidade desse exame", explica. Por isso, a ultrassonografia permite diferenciar nódulos sólidos de cistos, o que é fundamental para definir o diagnóstico das doenças mamárias.
A tecnologia mais recente no diagnóstico do câncer de mama é a tomossíntese mamária, que possibilita a visualização tridimensional (3D) da mama. O exame permite o diagnóstico precoce com menor exposição à radiação, utilizando um tubo de raio-x em movimento para captar imagens mais finas e em diferentes ângulos. "O posicionamento e a compressão são os mesmos da mamografia digital, podendo os dois exames serem realizados ao mesmo tempo", revela. A técnica vem ganhando destaque porque contribui para a diminuição do número de falsos positivos e de 'call backs', casos em que mulheres precisam refazer o exame.
VEJA TAMBÉM: Mitos e verdades sobre o câncer de mama
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Outubro Rosa
Outubro é o mês da conscientização sobre a importância da prevenção e detecção precoce do câncer de mama. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente este ano, 57 mil novos casos da doença devem ser descobertos no Brasil. Veja mitos e verdades sobre o câncer de mama, apontados por Evandro Fallacci Mateus, mastologista e oncoplástico da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho.
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Somente mulheres idosas devem realizar a mamografia
MITO.A realização da mamografia no Brasil é lei e deve se iniciar anualmente a partir dos 40 anos. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama e/ou ovários devem iniciar a prevenção antes. A idade certa é definida pelo médico.
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Se o resultado da mamografia der alterado a paciente está com câncer
MITO. Qualquer alteração deve ser vista com atenção, seja na mamografia ou durante o autoexame das mamas ou em exames de rotina. No entanto, essa anormalidade pode indicar cistos, nódulos e calcificações - não necessariamente um câncer de mama. O ideal é que a paciente procure um mastologista para esclarecimento e acompanhamento sempre que detectada uma alteração.
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Existem tipos diferentes de câncer de mama
VERDADE. A medicina consegue identificar diferentes tipos de câncer de mama e os tratamentos são cada vez mais específicos. Com os novos conhecimentos sobre o perfil biológico de cada tumor e seu comportamento, pode se adequar com mais eficácia a quimioterapia, a radioterapia, a hormonioterapia e até a cirurgia.
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A mamografia também detecta lesões menores na mama
VERDADE. A mamografia é um exame eficaz para detectar lesões iniciais e não palpáveis. Essas lesões são classificadas de acordo com o risco de, algum dia, evoluir para o câncer. O tratamento deve ser definido por um mastologista.
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A mulher que retira o tumor perde a mama
MITO. A cirurgia de retirada do tumor ou de toda a mama faz parte do tratamento contra o câncer, mas a reconstrução pode e deve ser feita. Atualmente, a tendência é preservar a maior parte da mama, sempre respeitando a segurança oncológica da paciente. A reconstrução acontece na sequência do procedimento cirúrgico da retirada do tumor. Consultoria: Hospital 9 de Julho.