Dia Mundial do AVC: 90% dos casos podem ser evitados; conheça 7 fatos sobre a doença

Popularmente conhecida como derrame, a enfermidade atinge um em cada quatro adultos em todo o mundo, mas controlar os fatores ajuda na prevenção

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Por Ludimila Honorato
Atualização:
Para algumas pessoas, reverter os danos causados por um AVC grave leva anos de determinação, persistência e coragem para enfrentar aspectos ruins repetidas vezes. Foto: Gracia Lam/The New York Times

O Dia Mundial do AVC é celebrado anualmente no dia 29 de outubro e a campanha tem como objetivo alertar e conscientizar a população sobre os fatores de risco que podem levar a um acidente vascular cerebral. Estima-se que, adotando as medidas adequadas, 90% dos casos podem ser evitados. Este ano, o convite é para que as pessoas mantenham-se fisicamente ativas, destacando a importância da prática de atividades físicas na prevenção da enfermidade.

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Em todo o mundo, um em cada quatro adultos pode sofrer um AVC, mais conhecido por derrame. A ocorrência evolve alterações no fluxo de sangue que chega ao cérebro devido a uma obstrução ou rompimento dos vasos sanguíneos.

Ficar atento aos sinais e sintomas é importante para que o atendimento médico seja feito o mais rápido possível. Quanto antes uma intervenção for feita, menores são as chances de sequelas. A estimativa é que cada minuto sem ajuda médica corresponda a 1,9 milhão de neurônios perdidos devido à falta de oxigenação.

"Um acidente vascular cerebral pode acontecer com qualquer pessoa, a qualquer momento e em qualquer lugar. Atualmente, o AVC é a principal causa de incapacidade no mundo e a segunda de morte, mas quase todos poderiam ser prevenidos", reforça a Organização Mundial de AVC.

A entidade informa que, este ano, 14,5 milhões de pessoas vão sofrer com a doença no mundo, das quais 5,5 milhões vão morrer. No entanto, 80 milhões de indivíduos sobreviveram à ocorrência. A prevenção para que a estimativa negativa reduza é controlar os fatores de risco, entre eles hipertensão, diabete, estresse e doenças cardiovasculares.

Para disseminar mais informações sobre o que é um AVC, quais são os sintomas e os tratamentos, o médico Hélio Penna, especialista em emergência e presidente da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), lista sete fatos sobre a doença. Confira a seguir:

1. Existem dois tipos de AVC

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O acidente vascular cerebral pode ser classificado como isquêmico quando há obstrução do vaso sanguíneo e consequente interrupções do fluxo de sangue em uma área do cérebro. Esse bloqueio pode ser provocado por uma trombose, que é a formação de placas num artéria, ou uma embolia, quando uma placa ou trombo se desloca de outra parte do corpo até os vasos cerebrais.

Já o AVC hemorrágico acontece pelo rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, levado ao que o nome sugere: uma hemorragia. Enquanto o primeiro tipo representa a maioria dos casos (84%), o segundo é mais raro, porém com efeitos mais graves e maior índice de mortes.

2. AVC é uma doença multifatorial

Não existe uma causa específica para a ocorrência de um AVC. Vários fatores estão envolvidos e se relacionam entre si. O médico cita doenças do coração, sedentarismo, diabete, pressão alta, tabagismo, colesterol descontrolado, gênero (ocorre mais em homens), histórico familiar ou doença vascular prévia, abuso de álcool e drogas, entre outros.

3. Tempo para atendimento faz diferença

Ao primeiro sinal ou sintoma de AVC, a pessoa deve procurar ou ser conduzida a um centro de saúde. Derrame é uma emergência médica e quanto antes houver intervenção para reverter o quadro, menores serão as sequelas - ou nenhuma. Os sintomas mais comuns são paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar, desequilíbrio, vertigem, alterações da visão e da sensibilidade.

4. Nem 30% dos pacientes chegam ao hospital em 3 horas

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Para evitar sequelas mais graves e morte por causa do AVC, a pessoa que é acometida pela doença deve levar, no máximo, três horas entre o primeiro sinal e o início do atendimento de emergência. Porém, apenas 22% conseguem atendimento médico dentro do período recomendado. "Em tempos de pandemia, temos percebido que as pessoas tendem a postergar ainda mais uma ida ao hospital com medo do contágio, mas é imprescindível que se procure a emergência imediatamente ao perceber algum dos sinais", alerta Penna.

5. Relação entre AVC e covid-19 é perigosa

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"O novo coronavírus aumenta a coagulação do sangue e, consequentemente, a formação de trombos, que podem, eventualmente, causar AVC", diz Penna. É importante lembrar que ambas as doenças têm fatores de risco em comum, o que, no caso da covid-19, pode resultar em um agravamento do estado de saúde.

6. Doenças do coração estão relacionadas ao AVC

A fibrilação atrial é uma arritmia cardíaca que eleva o risco de acidente vascular cerebral. A condição é caracterizada pelo batimento descompassado e irregular do coração, o que altera o fluxo sanguíneo e propicia a formação de trombos ou coágulos no órgão. Se eles se deslocarem até o cérebro, podem provocar um AVC. Segundo o presidente da Abramede, pessoas com arritmias têm até cinco vezes mais chances de sofrer um AVC.

7. 90% dos casos de AVC poderiam ser evitados

Penna afirma que o tratamento correto e recorrente de arritmias, de outras doenças cardíacas, da diabete e a adoção de hábitos de vida saudáveis são importantes para a prevenção do AVC. "Isso inclui redução do tabagismo, sedentarismo e estímulo a uma alimentação balanceada e atividade física regular", explica.

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