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Conheça lojas em São Paulo que oferecem produtos orgânicos

Inca estimula consumo dos alimentos, caracterizados por não utilizarem agrotóxicos, hormônios, drogas veterinárias, adubos químicos, antibióticos ou transgênicos em nenhuma fase da produção

Por Maria Eduarda Chagas
Atualização:

O Brasil tornou-se, em 2009, o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. No ano, o consumo nacional de ingredientes ativos de agrotóxicos e afins por área plantada foi de 234.983,8 toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2013, o número dobrou para 495.764,6 toneladas, o que equivale a 6,8 kg por hectare. Os dados levaram o Instituto Nacional do Câncer (Inca) a recomendar uma redução no uso dos agrotóxicos e a incentivar o consumo de produtos orgânicos. 

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Em São Paulo, vários estabelecimentos prometem dar uma ajuda a quem deseja optar por orgânicos. Na capital paulista, o consumidor encontra desde loja especializada em papinha para bebês até mercados. 

Recém-inaugurada em Moema, zona sul da cidade, a Origen, por exemplo, vende apenas produtos orgânicos, que vão de frutas, legumes e verduras a laticínios e congelados. Além do mercado, a Origen tem uma lanchonete com sanduíches, saladas e sucos. “A gente tem uma chef que elabora as receitas de acordo com a sazonalidade dos alimentos”, explica o empresário Fernando Pupo. Na área externa, uma horta pretende estimular os clientes a cultivarem seus próprios temperos.

Loja em Moema vende apenas produtos orgânicos Foto: Divulgação

Com a proposta de ser um espaço de experimentação voltado à economia solidária, o Instituto Chão, na Vila Madalena, zona oeste, também comercializa produtos orgânicos, mas pelo preço do produtor. “A gente abre todos os nossos custos, como frete de produtos, água, luz e recursos humanos, para as pessoas que puderem e quiserem contribuir. As contribuições das pessoas mantêm o instituto aberto”, diz Thiago Guardia, um dos idealizadores do projeto.

Já a marca Empório da Papinha, pensada a princípio para as crianças, tem diversas lojas pela cidade, além de serviço de entrega. Hoje, há também opções para adultos, como frutas, sopas e sobremesas.

Além das lojas, Marcio Stanziani, secretário-executivo da Associação de Agricultura Orgânica, explica que grandes redes de supermercado também podem ter produtos orgânicos, com destaque para as redes Pão de Açúcar e Carrefour e para a Casa Santa Luzia. 

Vale lembrar que atenção ao rótulo é importante. Todos os produtos orgânicos têm de ter um selo. “No caso dos produtos frescos, o estabelecimento é obrigado a mostrar a origem do alimento. Ele tem de dar essa garantia ao consumidor”, afirma Stanziani. 

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Serviços de entrega. Receber produtos orgânicos em casa também é uma opção cada vez mais viável. Alguns serviços permitem que a encomenda seja feita inclusive por meio de redes sociais. Outros recorrem a um mailing em que os produtos da semana são oferecidos. 

Um dos pioneiros no setor, o Caminhos da Roça tem uma lista de produtos disponíveis em seu site e cobra uma taxa de entrega de R$ 9,98 para toda a capital e Granja Vianna. Com uma simples lista de e-mails, a iniciativa surgiu há 17 anos por uma motivação pessoal. “Minha filha caçula, na época com um ano, tinha um processo alérgico muito severo, precisava evitar corante, diversos tipos de comida processada. Aí precisei partir para o orgânico”, explica a idealizadora Marina Pasconn. “Surgiu de uma necessidade pessoal que se tornou uma filosofia de vida”.

A Horta da Vovó também é fruto de uma mudança no estilo de vida. Engenheiro de telecomunicações, Erik Stefani nunca se sentiu feliz na área e voltou-se para os orgânicos após uma pós-graduação em educação ambiental. No site, os interessados fazem seu pedido pela lojinha virtual de quinta a domingo e os produtores colhem e preparam os pedidos na segunda. “Tudo sem desperdício”, diz Stefani, que busca pessoalmente os alimentos.

Outros serviços de entrega de orgânicos para a capital paulista são oferecidos pelos empreendimentos Sabor Natural, Sítio A Boa Terra, Orgânicos com vida, Komborgânica e Orgânicos viva bem.

Marina e sua equipe da Caminhos da Roça preparam os produtos para entrega Foto: Arquivo Pessoal

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Orgânicos na alimentação. De acordo com Viviane Vieira, nutricionista do Centro de Referência para a Prevenção e Controle das Doenças Associadas à Nutrição da Universidade de São Paulo (USP), as consequências do consumo em excesso de agrotóxicos podem ir de irritação nos olhos, coceira, tonturas, enjôos a sangramento nasal. “Em longo prazo, podem ocorrer lesões em diversos órgãos, como o fígado, problemas neurológicos e cardíacos, alergias respiratórias, má formação fetal, câncer”, diz. A especialista alerta ainda que até no leite materno pode-se encontrar agrotóxicos.

Para o nutrólogo Durval Ribas Filho, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, o importante é pensar no conceito de segurança alimentar. “O objetivo da segurança alimentar é diminuir o número de infecções causadas por patógenos. A gente tem que entender que tanto orgânicos quanto processados podem ter benefícios e malefícios”.

Para o médico, o Brasil tem avançado no sentido de garantir uma alimentação segura. A Anvisa é o órgão responsável pela análise toxicológica dos alimentos com foco na saúde humana. “Para o consumidor, o importante é ter uma alimentação balanceada e variada”, destaca o nutrólogo.  

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