Câncer colorretal: 10 perguntas e respostas sobre a doença que afeta intestino e reto
Ludimila Honorato - O Estado de S.Paulo
20/03/2019, 07:03
Tumor é o terceiro mais frequente em homens e o segundo em mulheres no Brasil
Dor abdominal, perda de peso e vômitos podem ocorrer em casos mais avançados de câncer colorretal. Foto: derneuemann/Pixabay
O câncer colorretal, mais conhecido como câncer de intestino, é o terceiro mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer. Para 2019, o órgão estima mais de 17 mil casos novos no sexo masculino e quase 19 mil, no feminino.
"A recomendação das sociedades de oncologia é que pessoas acima de 45 anos façam a colonoscopia, mesmo sem fatores de risco, pólipo (verruga) ou doença inflamatória. Se estiver tudo normal, pode repetir o exame dentro de cinco anos. Se identificar algum pólipo, repetir anualmente", orienta Ricardo Carvalho, titular do departamento de tumores gastrointestinais da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
A colonoscopia e o próprio câncer colorretal podem gerar um tabu entre as pessoas, embora a doença seja tão comum. Com vergonha de falar sobre o assunto, dúvidas sobre o diagnóstico, tratamento e possível cura podem surgir, então o E+ selecionou as pesquisas mais realizadas na internet sobre o tema e conversou com o oncologista para respondê-las.
Confira a seguir perguntas e respostas sobre o câncer colorretal:
O que é câncer colorretal?
É um tumor muito comum que acomete o intestino grosso e o reto. Também é o tumor mais comum que afeta o aparelho digestivo. É a terceira causa de morte nos Estados Unidos e a quarta no mundo. Em 95% dos casos, o câncer colorretal é do tipo adenocarcinoma, mas há outros raros que vão ser determinados pela biópsia. A idade mais comum em que ele ocorre é por volta dos 60 anos e 65 anos e a incidência é semelhante entre homens e mulheres.
Quais são as causas do câncer colorretal?
É uma doença multifatorial. Tem fator genético, mas com menor peso. Só o fato de ter um parente em primeiro grau com câncer colorretal faz com que a pessoa tenha duas vezes mais chances de desenvolver a doença. Outros fatores estão ligados a síndromes genéticas, mas são raras. Há ainda fatores externos, ambientais, como obesidade (devido ao estado inflamatório que é uma agressão ao intestino), dietas com alta ingestão de carne vermelha, processados, industrializados (como presunto, salame, embutidos e enlatados) e pobres em frutas, vegetais e fibras. Tabagismo e alcoolismo também são causas possíveis.
VEJA TAMBÉM: Vai beber? Saiba como amenizar os efeitos do álcool
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Vai beber? Descubra como amenizar os efeitos do álcool
Seja em festas, baladas, churrascos ou até mesmo reuniões com amigos em casa, é muito comum que a bebida alcoólica esteja envolvida na diversão. Porém beber demais pode causar danos ao organismo. Pensando nisso, a nutróloga Paula Vasconcelos, do Espaço Volpi, passou dez dicas para quem quer amenizar os efeitos do álcool.
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Beba as menos calóricas
O álcool tem quase a mesma quantidade de calorias que a gordura. Escolha as bebidas menos calóricas: saquê (40 calorias por dose e 16% de álcool), gim (60 calorias por dose e 28% de álcool) e vinho tinto (70 calorias por taça e 10,5% de álcool).
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E os destilados?
Eles não são os mais recomendados, mas se você não resiste a uma bebida destilada, prefira a vodca (80 calorias por dose e 45% de álcool) ao uísque (120 calorias por dose e 35% de álcool), mas tenha cuidado, pois ela faz efeito mais rapidamente.
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Fuja da cerveja
De acordo com a nutróloga, a cerveja é a pior escolha para quem pretende manter a forma e aproveitar uma birita. Além do inchaço provocado pela fermentação do carboidrato, uma lata contém em média 150 calorias
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Evite a ressaca
A pior parte de curtir uma bebedeira é o dia seguinte. Para se prevenir da ressaca, a nutróloga recomenda não beber de barriga vazia, não misturar os drinks e se hidratar antes, durante e após a ingestão de álcool.
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O dia seguinte
Prevenir é melhor do que remediar, mas, se não for possível evitar a ressaca, a dica da especialista é tomar 200ml de água com um limão espremido, um talo de aipo e meia colher de chá de cúrcuma. A receita protege o fígado, que fica sobrecarregado tentando eliminar o excesso de álcool.
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Água
Colocar gelo na bebida ou intercalar o álcool com água, suco ou refrigerante são as dicas da especialista para retardar a embriaguez e aproveitar por mais tempo a folia de uma maneira saudável.
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O lado ruim do vinho
Desde que não sejam misturadas a sucos e energéticos, as bebidas mais puras como a vodca e o gim tendem a causar menos ressaca, segundo Paula. Quanto mais substâncias na composição, pior para o organismo, e por isso o vinho e o uísque não são recomendados.
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Alerta para mulheres e orientais
A tolerância ao álcool em mulheres e descendentes de orientais tende a ser menor, segundo a nutróloga. Entre os efeitos que a ingestão em excesso pode provocar estão vermelhidão facial, dores de cabeça, palpitações, tontura e náusea.
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Medicamentos
Quem está tomando algum remédio não deve beber, pois o álcool pode interferir no efeito do medicamento ou sofrer uma alteração no processo de metabolização. Segundo a médica, isso provoca vômitos, calor, sudorese, palpitação, dor de cabeça, hipotensão e dificuldade respiratória, podendo, inclusive, levar à morte.
Foto: Pixabay
Quais são os sintomas do câncer colorretal?
O câncer colorretal pode ser traiçoeiro porque muitas vezes começa com uma pequena lesão ou ferida no intestino, um pólipo (verruga), que não vai apresentar sintomas. Para os sintomas começarem a aparecer, a lesão estará avançada e isso pode causar obstrução no intestino e dificultar a passagem das fezes ou se aprofundar nas camadas do intestino, provocando dor. Os sintomas são sangramento nas fezes, alteração no calibre das fezes (muito finas ou diarreia não comum), alteração na frequência de ir ao banheiro, constipação. Ou seja, qualquer alteração no hábito intestinal. Pode ocorrer, ainda, dor abdominal, perda de peso e vômitos em casos mais avançados.
Como é feito o diagnóstico do câncer colorretal?
Com base nos sintomas, pede-se para fazer uma colonoscopia que, por meio de uma câmera introduzida pelo ânus, vai visualizar todo o intestino. Onde houve uma lesão, um pedaço é retirado para biópsia a fim de determinar se é câncer ou tumor benigno. Confirmando pela biópsia que é câncer colorretal, outros exames são necessários para ver se está em fase inicial ou se já tem metástase.
Quais os tratamentos para câncer colorretal?
Depende do estágio da doença. Pode envolver desde somente retirada de um pólipo, em que na minoria dos casos é possível fazer sem cirurgia. Em 80% dos casos, há estágio avançado e se faz cirurgia. Além disso, quando acomete também o reto, faz-se radioterapia. Após o tratamento cirúrgico, pode fazer quimioterapia para diminuir a chance de o tumor voltar. Nos casos em que há metástase, o tratamento passa a ser paliativo, oferecendo maior qualidade de vida para o paciente e quimioterapia com novas drogas. Nesses casos, a retirada do câncer pode ou não ser indicada.
Câncer colorretal tem cura?
É uma doença tratável e frequentemente curável. Mesmo nos casos de metástase, dependendo da extensão, é possível a cura. Com as técnicas modernas de tratamento, 20% dos pacientes metastáticos conseguem a cura, desde que tenham acesso. Nos anos 2000, quem tinha câncer metastático vivia cerca de 12 meses. Hoje, mesmo em situações incuráveis, há sobrevida de 40 meses.
VEJA TAMBÉM: Veja seis alimentos que comprovadamente ajudam a viver mais
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Alimentação saudável
O Brasil já ocupa a quinta colocação no ranking de países que mais consomem bebidas e comidas saudáveis. A alimentação pode ser um forte aliado para aumentar a expectativa de vida da população, sendo que alguns ingredientes são imprescindíveis para quem quer viver mais. O E+ elencou seis destes alimentos. Confira:
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Aveia
De acordo com Paula Vasconcelos, nutróloga do Espaço Volpi, a aveia reduz o risco de doenças cardiovasculares e de câncer de cólon, além de auxiliar no funcionamento do intestino. “A aveia também é rica em magnésio que, segundo alguns estudos, pode ajudar na recuperação muscular após atividades físicas. Esse nutriente elimina os ácidos, como o lático, que são liberados depois de exercícios intensos e que provocam fadiga e dor muscular”, explica a especialista
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Atum
A famosa longevidade do povo japonês é atribuída, entre outros fatores, ao consumo de grande quantidade desse tipo de peixe. Para se ter ideia, nas Ilhas Okinawa, no Japão, a incidência de câncer de pulmão e de doenças cardíacas é, respectivamente, cinco e seis vezes menor que nos Estados Unidos. O atum reduz os triglicerídeos e o colesterol ruim, aumentando a fluidez sanguínea. “O grande mérito é a presença do ômega 3, que também pode ser encontrado na linhaça, nozes, e em outros peixes de água fria, como é o caso do salmão e da sardinha”, ressalta a Dra. Paula
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Brócolis
Não existe vegetal mais completo em nutrientes que o brócolis. Um estudo feito pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, envolvendo 30 mil homens, mostrou que o brócolis pode diminuir até 50% do risco de desenvolvimento de câncer de próstata. “Além disso, também é rico em enxofre, mineral que ajuda a ativar as enzimas que colaboram na limpeza do fígado”, acrescenta Paula
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Iogurte
Como todo probiótico, composto de bactérias do bem, o iogurte melhora a funcionalidade do intestino e previne cânceres na região, além de fortalecer o sistema imunológico. Outro benefício é a conservação e formação óssea, por conta da grande quantidade cálcio que possui
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Tomate
Alimentos de cor vermelha – como também é o caso da goiaba e melancia – são, em geral, fonte de licopeno. Este nutriente auxilia na redução de doenças cardiovasculares e de câncer, principalmente os de mama e próstata
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Chá verde
O chá verde é um dos alimentos mais estudados pela ciência. É um termogênico que ativa o metabolismo e, portanto, ajuda no processo de emagrecimento. Mas os maiores benefícios são a redução de incidência de doenças como a aterosclerose, responsável pelo Acidente Cerebral Vascular (AVC)
Foto: Alex Silva/Estadão
Exame de sangue detecta câncer de intestino? E tomografia?
Existe o exame de CEA, uma proteína que se eleva pela presença do tumor e é dosada no sangue. Quando está elevada, pode indicar um problema no intestino, não necessariamente câncer. Mas nem todo câncer no intestino eleva a CEA, o que dá uma alta taxa de resultados falso-negativos. Ou o contrário: a pessoa pode ter a taxa elevada e não ser câncer de intestino, pois outras doenças também aumentam essa proteína. Então o exame de sangue não tem alto grau de confiabilidade. O melhor é fazer colonoscopia. Já a tomografia consegue identificar presença de lesão em estágios avançados, mas não tem como recolher material para análise.
Lesão ou úlcera no intestino pode ser câncer?
Úlcera no intestino é uma das formas de apresentação do câncer colorretal, mas pode ser causada por vários fatores, com doenças inflamatórias intestinais até parasitose. Se a pessoa fez colonoscopia e tem úlcera, esta deve ir para biópsia e tem de aguardar o resultado.
Babosa cura câncer de intestino?
Isso é um mito. Até hoje não existe estudo que comprove que a babosa tem papel na cura no câncer de intestino. Há estudos muito preliminares que indicam que pode ter algum efeito, mas não se sabe qual, em que concentração, se é tóxico para outros órgão. Até que se tenha uma maior elucidação sobre isso, nós desencorajamos quem tem câncer a recorrer a isso. A pessoa até pode, por crença, buscar outras alternativas, mas é importante não deixar de seguir a medicina convencional.
Há alimentos que curam o câncer de intestino?
A questão maior da dieta é a pessoa sob risco modificar o hábito alimentar, ingerir mais frutas, vegetais, verduras, fibras e fazer exercício físico. É mudar dieta para prevenir o tumor. Uma vez que a doença foi diagnosticada, vale o mesmo. Durante o tratamento, não tem muita restrição na dieta.
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