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Avanços no tratamento do câncer de próstata aumentam controle da continência e função erétil

Abordagens pouco invasivas e técnicas de reabilitação propiciam melhor qualidade de vida para o paciente diagnosticado com câncer de próstata, o mais comum entre os homens no Brasil

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Por Redação
Atualização:
Tratamento cada vez menos invasivo ajuda na recuperação Foto: Reprodução/Pixabay

O câncer de próstata é o mais comum entre os brasileiros. São estimados, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 60 mil novos casos da doença em 2016. Junto com esta alta incidência é grande também a preocupação dos profissionais de saúde e dos pacientes com dois importantes efeitos adversos do tratamento, que são a incontinência urinária e a disfunção erétil.

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A boa notícia para os homens é que os avanços no tratamento, com destaque para a prostatectomia, estão ocorrendo , cada vez mais, de forma menos invasiva, oferecendo não apenas o controle da doença como também melhor qualidade de vida para o paciente. 

Desponta também o aprimoramento das abordagens de reabilitação. "É importante que as condutas clínicas adotadas antes e após a cirurgia busquem amenizar os riscos dos pacientes apresentarem graus severos de incontinência urinária e disfunção erétil", destaca o cirurgião oncologista e diretor do Departamento de Urologia do A.C.Camargo Cancer Center, Gustavo Cardoso Guimarães. 

De acordo com o especialista, o crescimento das indicações de cirurgias minimamente invasivas no Brasil tem propiciado recuperação mais rápida e melhor qualidade de vida para os pacientes diagnosticados com câncer de próstata. De janeiro a outubro deste ano, o A.C.Camargo realizou mais de 600 prostatectomias por via robótica. 

"A cirurgia robótica, assim como outras modalidades de cirurgia por vídeo e minimamente invasivas, quando comparadas às cirurgias convencionais (as chamadas cirurgias abertas), possibilitam melhor visualização do tumor e benefícios para o paciente como menos sangramento, dor e tempo de internação, além da já citada reabilitação mais rápida da continência urinária e função erétil", explica Guimarães. 

Reabilitação. Tão importante quanto tratar um paciente com câncer de próstata é reabilitá-lo e inseri-lo ao seu convívio social e atividades de rotina. De acordo com o urologista responsável pelo Ambulatório de Disfunções Miccionais e Urodinâmica do Departamento de Urologia do hospital, Carlos Alberto Ricetto Sacomani, isso é possível a partir do momento em que a instituição, unindo as mais diversas especialidades, estabeleça o planejamento terapêutico de forma que já se vislumbre como será o pós-operatório e a reabilitação de cada paciente. 

Sacomani explica que, ao se operar a próstata, o cirurgião precisa se preocupar em preservar o esfíncter, que é a musculatura que controla a urina e também os nervos que mantêm a potência. "Sem uma cirurgia adequada, seguida por um suporte interdisciplinar, provavelmente o paciente não recupera essas funções", ilustra.

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Outras técnicas que têm propiciado melhora na qualidade de vida do paciente submetido à prostatectomia são a fisioterapia do assoalho pélvico, abordagem esta que pode ser indicada no pós-operatório da prostatectomia radical com o objetivo de acelerar o processo de recuperação do controle urinário nos primeiros doze meses após a intervenção cirúrgica. "Após estes 12 meses, se o problema persistir, cirurgias podem ser necessárias. Entre as técnicas existentes, está a implantação de esfíncter artificial, um dispositivo que substitui o esfíncter uretral do paciente e é colocado cirurgicamente. Quando o paciente necessita urinar, ele aciona um botão no escroto, o dispositivo abre e ele urina", detalha Sacomani. 

Outra abordagem é o implante neuromodular sacral, que se assemelha ao marca passo e é indicado para pacientes com bexiga hiperativa, caracterizada por frequência urinária (ir varias vezes ao banheiro) e urgência miccional (necessidade de ir rapidamente urinar). O Neuromodulador sacral está indicado em casos específicos. "O implante neuromodular sacral é feito na medula, com um dispositivo que controla a bexiga. É indicado para casos pré-selecionados", destaca o especialista. 

Independentemente do câncer de próstata, o homem pode desenvolver incontinência urinária. Estima-se que 1 em cada 25 indivíduos no Brasil apresentem esse quadro clínico, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, sendo mais comum em mulheres. Na mulher, a incontinência se deve a alterações do suporte anatômico do assoalho pélvico, deficiência do esfíncter uretral e a alterações funcionais da bexiga. O homem pode apresentar deficiência do esfíncter após manipulações cirúrgicas da região pélvica e próstata. Alterações funcionais da bexiga podem ocorrer no homem, independentemente da cirurgia, da mesma forma que ocorre na mulher. 

A disfunção erétil também não é consequência apenas de cirurgia para retirada da próstata. Há, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, outras doenças ou condições comumente associadas, como hipertensão arterial, diabetes melitus, aterosclerose, tabagismo, obesidade e estresse, assim como problemas de relacionamento com parceiros sexuais.

Consultoria: A.C.Camargo Cancer Center

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