Artrose da coluna: entenda a doença que acometeu o cantor Wesley Safadão

Cerca de 20% de jovens e 80% de idosos sofrem com a doença que causa desgaste na coluna

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Por Jéssica Lopez
Atualização:
Wesley Safadão foi diagnosticado com hérnia discal e teve de ser afastado temporariamente dos palcos. Foto: Caio Duran

Dor na coluna, nas articulações, formigamento, perda de movimentos são sintomas que podem indicar problemas maiores que um simples incômodo. Em muitos casos são sinais de espondilodiscopatia degenerativa, ou artrose na coluna. Espondilo refere-se à coluna; disco contempla as estruturas cartilaginosas que ficam entre as vértebras, responsáveis pela absorção de impacto e movimentação da coluna; e degenerativo está associado a alteração de funcionamento dessas estruturas, que pode ser considerado como desgaste e, na maioria dos casos, tem relação com a idade.

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Segundo o médico Marcelo Amato, neurocirurgião especializado em endoscopia da coluna do Hospital de Força Aérea de São Paulo, fatores como a genética e o mau uso da coluna também são responsáveis pelo desenvolvimento da doença.

“Atividade física errada de menos ou de mais, postura inadequada, seja para trabalhar, para dormir ou lazer, tudo isso interfere no aparecimento desse desgaste exacerbado e que pode acontecer antes da hora, que chamamos de artrose”, declarou.

O termo espondilodiscopatia ou artrose da coluna ganhou destaque nos últimos dias devido ao problema que acometeu o cantor Wesley Safadão. No entanto, esta doença, que acomete cerca de 20% de jovens e 80% de idosos, é muito comum e pode se apresentar nas formas de hérnia de disco e bico de papagaio.  

Síndrome da cauda equina

No caso do cantor, a doença se manifestou da forma mais aguda com a síndrome da cauda equina, que é um modo mais grave e severo de compressão neural e requer cirurgia com urgência. Neste quadro, a dor costuma ser o primeiro sintoma devido à compressão dos nervos, mas dependendo do grau de comprometimento, pode aparecer perda de sensibilidade, dormência, formigamento, choque e até perda de força, como explica Marcelo Amato. "Hérnia de disco é uma doença comum, mas para o paciente evoluir para uma síndrome da cauda equina não é tão comum assim, é um pouco mais raro, mas acontece. É um alerta”.  

Wesley Safadão está se recuperando da cirurgia de retirada da hérnia. Foto: Instagram/ @thyane

Amato continua explicando que a síndrome da cauda equina se manifesta como uma hérnia muito volumosa, que ocupa todo o canal vertebral, interrompendo as ligações entre a coluna e os nervos. Em situações em que o problema é na coluna torácica ou lombar, a perda de força é percebida nas pernas ou nos pés. Outro sinal de alerta de gravidade da doença é a incapacidade de controlar a urina e as fezes.

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Tratamento e terapias

Normalmente, se o problema estiver associado à dor, o controle da doença pode ser realizado com o uso de medicamentos e fisioterapia, tratamento clínico que deve ser observado por aproximadamente seis semanas. Após esse período, em casos de dor persistente ou comprometimento grave do nervo causando perda de sensibilidade, de força e outras funções neurais o tratamento cirúrgico precisa ser considerado.

“Felizmente, hoje em dia, existem alternativas cirúrgicas minimamente invasivas, como a endoscopia de coluna, que permite que essa condição seja tratada de forma rápida, segura, com alta no mesmo dia da cirurgia e retorno das atividades profissionais e de lazer”, acrescentou Amato. O neurocirurgião continuou dizendo que para cada paciente há um tratamento adequado. O importante é fazer algo que seja eficiente e faça bem para saúde, como academia, pilates, fisioterapia e atividades na água.

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