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Claudicação intermitente e exercício combinam?

Hoje meu convidado é o Dr. Ricardo Nahas, médico do esporte e coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital 9 de Julho.

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Por Marcelo Levites
Atualização:

Mais uma vez quero agradecer ao Dr. Levites o convite para me dirigir a você que pratica exercícios ou que pretende praticar. E aproveito para lembrar o nosso mantra: consulte seu médico regularmente, se exercite e aproveite tudo que a vida te oferece.

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Antes de saber a resposta para essa pergunta do título, você deve estar se perguntando: o que é claudicação intermitente? E, pior ainda, o que ela tem a ver comigo? Espero que nada.

Vamos fazer uma breve explicação do que acontece quando não prestamos atenção ao acúmulo de gordura (lípides) na parede das artérias.   As artérias são vasos (como condutos, canos) responsáveis por conduzir o sangue que irriga e nutri todos os cantos do corpo humano, a partir do bombeamento feito pelo coração. Numa comparação simplista é como o encanamento de uma casa distribuindo a água aos cômodos mais diversos.

Agora, imagine se ocorre alguma obstrução que impede o sangue de cumprir seu papel de irrigar e nutrir. Como? Basta se formar uma placa do acúmulo de gordura (ateroma) em um determinado ponto e funcionar como obstáculo real ao fluxo normal. O que ocorre então? A chamada isquemia. E a doença? Aterosclerose.

Com certeza você já ouviu alguém comentar a respeito. A isquemia mais conhecida, digamos assim, é a que ocorre no coração (angina) e se traduz por dor principalmente no peito, além de outros sintomas os quais não iremos abordar por ora. A intensidade da dor pode trazer uma sensação de morte iminente, por vezes.

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A evolução do quadro, quando ocorre, é a morte (necrose) daquele pedaço do músculo cardíaco que deixou de ser nutrido por aquela artéria obstruída pela placa (ateroma). É a ocorrência do infarto do miocárdio que ainda é a principal causa de morte no mundo moderno, sem dúvida.

Então claudicação intermitente e infarto do miocárdio são a mesma coisa? Quase.

Essa obstrução das artérias pela placa (ateroma) que caracteriza a doença aterosclerótica não ocorre somente nas artérias coronárias. Pode atingir outras tantas artérias comprometendo órgãos ou as periféricas, com sintomas no aparelho locomotor.

O processo todo é semelhante ao do coração. Se atinge a artéria renal compromete o rim correspondente, por exemplo.

Está curioso em relação a tal claudicação intermitente ou já sabe o que é?

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Esclarecendo: quando as placas de lípides acumuladas se localizam nas artérias que levam sangue para os membros inferiores, podem levar o paciente a sentir dor. Com as devidas proporções, o processo se assemelha ao que ocorre na isquemia e a dor no peito da angina, do infarto.

Essa dor que ocorre nessa situação associa-se ao esforço, ou seja, quando estamos andando, subindo ladeiras ou escadas ou mesmo correndo atrás de uma condução, por exemplo.

Quando a dor aparece no esforço e some no repouso, pode ser claudicação intermitente Foto: Estadão

Tem característica peculiar pois a medida que a demanda do esforço aumenta e exige mais sangue que não vem para nutrir o músculo, a dor aumenta, o músculo falha na sua função de produzir o movimento harmônico de sempre, o que deixa a marcha claudicante (mancando). Achamos a claudicação.

E o intermitente? Onde se encaixa? Simples. Quando o esforço para, o suprimento sanguíneo torna-se suficiente para o repouso e os sintomas desaparecem. Mas voltam ao esforço. E desaparecem no repouso. Essa é a claudicação intermitente.

Espero que eu tenha deixado você curioso para saber onde o exercício entra nisso tudo. Só esperar alguns dias que respondo. E sem ser intermitente. Direto! Viva mais e melhor.

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