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Alanis e o peso de uma imagem icônica

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 Foto: Estadão

Deixe as músicas novas de lado: se você viveu os anos 1990 e vai a um show de Alanis Morissette, certamente estará mais interessado em ouvir Hand In My Pocket, Ironic e You Oughta Know do que a última novidade da cantora canadense que está tocando no rádio.

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Não que o novo Havoc and Bright Lights (2012) seja ruim - faixas como Guardian e Havoc funcionam bem ao vivo -, mas a performance de Alanis hoje, mãe de família, ainda abusa de referências àquela jovem invocada que explodiu em 1995 com Jagged Little Pill. Além do visual mantido durante os anos, como os cabelos desgrenhados e seus inúmero trejeitos ao segurar o microfone, é sobre o timbre único da cantora que se constrói seu show. E seu desafio de não soar datada cai por terra.

É preciso dizer que o público não reclama. Na apresentação de São Paulo, realizada neste domingo, bastava Alanis pegar na gaita para os fãs irem ao delírio. Nos álbuns mais recentes, o instrumento deu lugar aos efeitos eletrônicos e outras experimentações, mas como não se emocionar - e, como muitos ali, reviver a adolescência - com a poderosa introdução de All I Really Want na gaita? Dá-lhe 1995.

Aos quase 40, Alanis já não canta mais sobre relações fracassadas e homens que traem. O último disco reflete a maternidade e seu casamento feliz, mas os recados ao passado ainda estão todos ali na turnê. Sua interpretação de Uninvited (1998), por exemplo, continua com tanta emoção quanto à daquela jovem talentosa que há anos atrás quebrou recordes de vendas e faturou Grammys expondo suas mágoas em uma época muito anterior à Adele. A despedida com Thank U não poderia ser mais adequada.

Sim, uma apresentação de Alanis Morissette é um revival dos anos 1990. Ao que parece, não tem como fugir, mas funciona. E quem se importa? Vida longa a Jagged Little Pill.

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(Em tempo: se você perdeu o show de ontem em São Paulo, ainda dá para ir hoje)

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