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Reflexões sobre histórias e clichês femininos

Bom dia, flor do dia

Sei que boa parte da humanidade - talvez a maioria - detesta ter de acordar e só consegue ser passível de algum tipo de conversa depois do meio-dia. A vida é assim, convivemos com o diferente o tempo todo. Você pode acordar falante, querer comentar as notícias do jornal, falar dos planos do dia, fofocar sobre o novo emprego da sua prima e, ao olhar a pessoa que está bem na sua frente, deparar apenas com um grande silêncio.

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Por Marilia Neustein
Atualização:

Sempre me intriguei muito com quem acorda mal-humorado. Não que o processo de acordar seja lá uma delícia, mas também não é o fim do mundo. Ou é? Em tempos de Fla x Flu, aí está um assunto que eu gostaria de discutir. Particularmente, faço parte daquele time que vê a vida começar após o banho matinal e o café. E começa mesmo: coloco uma música, digo "bom dia" para as pessoas na rua, sorrio para o cara da banca onde eu compro o jornal, gosto do cheirinho do café da manhã. Enfim, o mundo - mesmo quando está cinza - me dá um grande sorriso e me convida: "Marilia, vamos viver?". É claro que esse sentimento não dura o dia inteiro. Na maioria das vezes, as coisas são pesadas, problemas nos perseguem, coisas chatas acontecem, mas, no frigir dos ovos, digamos que essa grande tentativa motora se repete toda manhã.

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Entretanto, meus amigos, não somos todos iguais, não é? E sei que boa parte da humanidade - talvez a maioria - detesta ter de acordar e só consegue ser passível de algum tipo de conversa depois do meio-dia. A vida é assim, convivemos com o diferente o tempo todo. Você pode acordar falante, querer comentar as notícias do jornal, falar dos planos do dia, fofocar sobre o novo emprego da sua prima e, ao olhar a pessoa que está bem na sua frente, deparar apenas com um grande silêncio. Você ensaia outra tentativa: elogia a roupa da sua companheira de trabalho, comenta o casamento do George Clooney (coisas leves, você pensa). De nada adianta. Do lado de lá, só sairá uma bufada, seguida de um olhar matador de "me deixa em paz, nem acordei ainda". Ok. Recado dado, a gente recolhe as iniciativas e sabe que não é nada pessoal mesmo. Diferença de ritmos. Isto é ou não é saudável? Ora bolas, se todo mundo fosse igual, não existiria o povo que se diz "do dia" e aqueles que preferem e rendem muito mais à noite.

Sei que ninguém está livre do mau humor. Algumas coisas tiram muitas pessoas do sério: fome, frio, tomar chuva no inverno, bater o carro, esquecer as chaves, perder o celular. E existe outro problema: normalmente, quem acorda com a corda toda, vai baixando a bola no fim do dia, só fica aquela vontade de tomar um banho, fazer uma comidinha, ler um bom livro e cama. Fazer alguém que é do dia ficar acordado quando está com sono é quase uma tortura. O jeito é buscar o equilíbrio. Ninguém é obrigado a ser feliz na hora em que acorda. Essas coisas variam conforme os hábitos, preferências, sono, metabolismo e outras variáveis que a ciência e a educação devem explicar. No entanto, ninguém é obrigado a conviver com nariz torcido durante horas só porque a pessoa não é civilizada no período da manhã. O bom do mau humor é que ele sempre passa - o nosso ou o alheio. Ou não...

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