Daí eu paro e penso que o reencontro - mais ou menos frequente - com a turma de amigas antigas é como uma bolha no tempo. A intimidade é tão forte que parece que o tempo não passa. São as amigas que mais conhecem você, suas paranoias, seus medos, coisas que a maturidade não cura. São as amigas que te dão menos possibilidade de mudança, é verdade. Mas compõem a rede de proteção mais profunda, junto com a família. Podem as viagens para praia mudar, pode uma casar, a outra se separar. Pode uma mudar para fora do país. Quando voltam a estar juntas, a capacidade de dividir coisas sem ter vergonha ou de expor as fraquezas é muito forte. Nesses jantares não tem Instagram que esconda sua vida real. Elas sabem. Sabem quando você está triste, quando está feliz, quando está omitindo sentimentos para parecer fortona.
Em uma longa amizade, muita coisa muda e é normal acompanhar de perto ou de longe todos os dramas. A separação dos pais, crises profissionais, casamentos, intercâmbios, dúvidas que pareciam sem solução, filhos. Enfim. Hoje em dia, quando nos vemos, é como eu sempre imaginamos que seria. Estamos crescendo e continuamos olhando para mesa do lado - com quatro velhinhas - e pensamos: "vamos ser assim, né"? Morrendo de ciúme uma da outra, nos alfinetando (cheias de amor), torcendo pelo melhor sempre - mesmo que o melhor seja diferente para cada uma-, programando viagens juntas, lembrando das bebedeiras e sempre prometendo nos ver cada vez mais...
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