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Produção artística que vive à margem da indústria cultural

Tem show da banda Saco de Ratos, tem bate-papo com o poeta Marcelo Montenegro e tem site com 'Mais de 100 Autoras Pretas Brasileiras'

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Por Arnaldo Afonso
Atualização:

SAUDADE DO JOÃO EMILIO >>> Durante a semana rolaram muitas mensagens, telefonemas e choro de amigos saudosos e inconformados com a morte do querido amigo João Emilio, músico participante e um dos organizadores do Sarau da Maria. Selma, Oswaldo, Cida, Deise, Helen, Alexandre Isaac, João Marques, Fanca e meu irmão Luiz foram alguns dos que se manifestaram. Nas duas lives de que participei (sábado e terça) a voz embargou e eu me esforcei para conter o choro ao falar do João (os links estão nas matérias seguintes). Ainda ontem, estava lembrando do arranjo jazzístico incrível que ele bolou para uma canção de 4 acordes que fiz ('A Dor que Nunca Morre', interpretada pela Deise). Saudade, João, saudade... Recebi também um texto do poeta Paulo Gonçalves Ferreira (que lançou recentemente o livro 'O Absurdo') se solidarizando com a turma da Vila Maria pela perda do amigo e contando uma história vivida com ele. Eis aqui:

 Foto: Estadão

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"Há alguns dias soube do falecimento do grande músico e pessoa, o João Emílio. O João foi o primeiro músico da Vila Maria e da 'Praça Maldita', que encontrei e tive contato, num sarau da ZL, depois de décadas sem notícias dessa turma toda. Ele havia subido ao palco e cantado uma canção do Pedro Lua. Fiquei surpreso (até então não o conhecia pessoalmente) e pedi a ele que cantasse Balada 57 , do mesmo autor . E ele cantou, junto com a sua companheira. Passamos o resto da tarde conversando sobre esse movimento musical na Vila Maria. Contei a ele que, ainda muito moço, nos anos 80, acompanhei de longe as obras lançadas no período: os elepês 'Bastardo', de Dari Luzio, 'Vozes da Cidade', de Paulo Barroso, o compacto duplo do Pedro Lua e o incrível elepê 'Brincadeira Manhã', de Lé Dantas & Cordeiro. Falei da minha admiração por essas obras, que são poucas divulgadas. Ele ficou surpreso por eu conhecer esse pessoal todo e ainda não ter frequentado o Sarau da Maria, onde uma parte dessa turma se reunia. Depois com o passar do tempo passei a encontrá-lo com mais frequência em outros eventos. Escrevo e lembro disso, porque o João Emílio participou dessa produção toda, seja tocando contrabaixo, seja fazendo vocais (no compacto do Pedro, a gente pode ouvir seu baixo pulsante). Antes que 'o destino cruel e o vento forte, leve os amigos, para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos', como diria Belchior, penso que essas vivências e histórias precisam ser eternizadas. Contadas e escritas. A arte produz sonhos e os sonhos nascem primeiro no coração. Então, lembrando o bruxo Dom Juan, alertando Castañeda: 'há tantos caminhos, siga o do coração'. Abraços a todos".

Sigamos, Paulo. Obrigado pelas palavras solidárias.

 

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MINHAS 'ANDANÇAS' PELAS LIVES

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 Foto: Estadão

'INTER PHONES: conversxs na portaria' >>> Na segunda-feira, dia 29 de junho, às 20h, com transmissão pela página da Banda Portaria, no Youtube, participo da primeira edição da live de entrevistas que a banda vai realizar semanalmente. Serão três de seus membros (Vitor Miranda, João Paulo Mantovani e Telo Ferreira) papeando com três artistas convidados (nesta edição, Arnaldo Afonso, Marília Calderón e Eduardo Lopes Touché)

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