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Produção artística que vive à margem da indústria cultural

Dylan lança single, blog comenta ‘O Poço’, artistas brasileiros fazem lives e só Bolsonaro seus aliados abilolados seguem fora da quarentena

Por Arnaldo Afonso
Atualização:

Este blogueiro segue em casa, vendo tevê, escrevendo, lendo e ensaiando para seu show com músicas de Cartola. Muitos artistas e grupos de música, dança, teatro e poesia realizam lives e lançam campanhas na net. O blog registra alguns shows, ensaios e saraus virtuais. Leia também as pensatas e poemas, veja os vídeos e ouça as canções. Acompanhe o movimento de resistência dos criadores da arte alternativa tentando sobreviver em tempos de coronavirus e sob o desamparo do des(governo) Bolsonaro


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DYLAN LANÇA SINGLE

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 Foto: Estadão

Assim que eu soube do lançamento, procurei no Youtube e ouvi. Dezessete minutos de Bob Dylan são uma vida de sensações, citações e reflexões em forma de música e poesia. Sua nova canção (postada na semana passada) é um objeto artístico que abraça muitos substantivos e significados: um presente amoroso, um prazeroso jogo de adivinhações, uma iluminação que te arranca da idade-média, uma droga nova que provoca deliciosas alucinações, um disco-voador que pousa na sala da tua casa, uma pintura sonora que salta da tela e te tira pra dançar. Eu tinha lido a letra de 'Murder Most Foul' na confusa versão 'the book is on the table' que acompanha o vídeo na net (do Google, dizem). Pra quem não fala inglês, como eu, essa tradução do Ivan Justen Santana (que descobri na página do poeta Tavinho Paes) é bem melhor e junta os pedaços soltos de forma mais compreensível. Mesmo a gente sabendo que a usina de imagens de Dylan vai muito além da mera 'compreensão'. Como traduzir exatamente o pensamento de um artista gênial? Vamos sentir e curtir essa letra-poema, essa levada-quase-música e conferir algumas linhas tortas que escrevi sobre o admirado Nobel do rock.

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O ASSASSINATO MAIS SUJOBob Dylan (tradução de Ivan Justen Santana)

Foi um dia sombrio em Dallas, em novembro de 63 Um dia que na infâmia eterna vai viver O Presidente Kennedy ia nas alturas, tão popular Num dia bom pra vida surgir e pra ela se acabar Conduzido ao matadouro qual cordeiro sacrificial Disse: "Calma, rapazes, vocês sabem quem eu sou?" "Claro que sabemos muito bem quem você é!" E estouraram-lhe a cabeça no carro, ao lado da mulher Abatido como um cão em plena luz do dia Foi uma questão de cálculo e de boa pontaria "Você tem dívidas não pagas, nós viemos recolher Sem nenhum respeito vamos matar você Vamos debochar e chocar e esfregar isso em sua cara Já temos um outro para ocupar a sua sala" No dia em que estouraram o cérebro do rei Milhares assistiam e ninguém pôde perceber Aconteceu rápido, tão rápido, de modo surpreendente Diante de todos os olhos, bem ali na frente O maior truque de mágica jamais visto sob o sol Com prática, habilidade e perfeita execução Wolfman, ah wolfman, solte aquele seu uivo Tiro-liro-li, tiro-liro-lá, é o assassinato mais sujo

Sosseguem, crianças, vocês compreenderão Os Beatles já vêm, vão segurar as suas mãos Escorreguem pelo corrimão, peguem seus casacos Cruzem o Mersey na barca e queiram ser o maior ato Tem três vagabundos vindo nessa zoeira Podem juntar os cacos e baixar as bandeiras Estou na estrada pra Woodstock, é a Era de Aquário Depois vou pra Altamont sentar perto do palco "Let the good times roll", tudo um dia se ajeita Fazem festa em Dallas atrás da cerca suspeita Empilhem os tijolos, despejem o cimento Não diga que Dallas não te ama, Sr. Presidente Entre logo no tanque e pise no acelerador Tente chegar ao viaduto antes do atirador Cantor de cara preta, palhaço de cara branca Melhor não mostrar os rostos quando a noite avança No distrito da luz vermelha, policiais fazem batida Vivendo um pesadelo no cinema e nesta vida Se você está no Deep Ellum, ponha a grana na meia Não pergunte o que o seu país pode fazer por você "Cash on the Barrel Head", o dinheiro como queima Chegando à Praça Dealey, vire à esquerda Vou até a encruzilhada, vou pedir carona O lugar onde fé, esperança e caridade se encontram Atire nele enquanto corre, garoto, atire nele quando possível Veja se consegue atirar no homem invisível Adeus, Charlie! Adeus, Tio Sam! Francamente, Srta. Scarlett, estou pouco me lixando Qual é a verdade, aonde foi, onde está? Pergunte a Oswald e Ruby, eles devem sacar "Cale sua boca", disse uma esperta e velha coruja Negócios são negócios, e é o assassinato mais sujo

"Tommy, você me escuta? Eu sou a Acid Queen" "Eu aqui nesse carro Lincoln, é uma longa limusine Sentado no banco de trás ao lado da minha consorte Diretamente a caminho da vida após a morte Me inclino à esquerda, a mente foi ao colo dela Esperem aí, que armadilha foi essa?" Na qual não pedimos troco e tampouco o damos A rua onde você mora vem da rua onde estamos Mutilaram seu corpo e mataram seus neurônios O que mais podiam fazer? Empilharam a dor Mas sua alma não estava lá onde deveria estar Nos últimos cinquenta anos, seguem a buscar Liberdade, ah liberdade, liberdade sobre mim Odeio dizer, senhor, mas só os mortos são livres Me dê algum amor, e não me conte mentiras Jogue a arma na sarjeta e siga sua via "Wake up, little Susie", vamos dar uma volta Cruzar o rio Trinity, nossa esperança se renova Ligue o rádio, não toque nos controles Hospital Parkland, só mais alguns quilômetros "You got me dizzy, Miss Lizzy", você me encheu de chumbo Essa sua bala mágica em minha cabeça bateu fundo Eu sou só um joguete feito a Patsy Cline Nunca atirei em ninguém pela frente ou por trás Tenho sangue nos meus olhos, sangue nas orelhas Eu nunca vou chegar até a nova fronteira O filme de Zapruder, vi na noite anterior Vi trinta e três vezes, e talvez mais outra É perverso e enganoso, é cruel e é vil A coisa mais horrível que você já viu Mataram-no uma vez e outra vez o mataram Mataram-no em humano sacrifício ritual No dia em que o mataram, alguém me disse: "Filho, Apenas começou a era do Anticristo" O avião presidencial pelo portão passou Johnson fez o juramento às duas e trinta e oito Me avise se quiser largar deste mundo As coisas são o que são, é o assassinato mais sujo

"O que é que há, gatinha?" "What'd I say?" Eu disse que a alma da nação foi rasgada de vez E numa lenta decadência ela vai se esvaindo E já passaram trinta e seis horas do Dia do Juízo Wolfman Jack, ele está falando em línguas Ele vai continuar até sua voz ficar fina Toque uma canção pra mim, Sr. Wolfman Jack Toque pra mim no meu longo Cadillac Toque aquela: "Only the Good Die Young" Me leve ao lugar onde enforcaram Tom Dooley Toque "St. James Infirmary" e "The Court of King James" Se quiser se lembrar, melhor anotar os nomes Toque Etta James também, toque "I'd Rather Go Blind" Toque pro homem com a mente telepática Toque John Lee Hooker, toque "Scratch My Back" Toque àquele dono do inferninho chamado Jack De Guitar Slim, "Going Down Slow" Toque pra mim e pra Marilyn Monroe

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Toque "Please Don't Let Me Be Misunderstood" Toque à primeira-dama, ela sofreu um golpe rude Toque Don Henley, toque Glenn Frey Toque "Take it to the limit" e deixe terminar Toque também a Carl Wilson outro verso nu Olhando longe, bem longe, na Gower Avenue Toque tragédia, toque "Twilight Time" "Take me back to Tulsa" até a cena do crime Toque outra e "Another One Bites the Dust" Toque "The Old Rugged Cross" e "In God We Trust" "Do lodo brotou uma flor" na "Long, Lonesome Road" Esteja por lá e espere que a cabeça dele exploda Toque "Mystery Train" ao Sr. Mistério ali O homem que caiu morto qual árvore sem raiz Toque para o reverendo, toque para o pastor Toque para o cachorro que não tem um dono Toque Oscar Peterson, toque Stan Getz Toque "Blue Sky", toque Dickey Betts Toque Art Pepper, Thelonious Monk Charlie Parker e todo esse monte Todo esse monte e "All That Jazz" Toque algo para "O Homem de Alcatraz" Toque Buster Keaton, toque Harold Lloyd Toque Bugsy Siegel, toque Pretty Boy Floyd Toque os números, toque as probabilidades Toque "Cry Me A River" para o Senhor dos deuses Toque a número nove, toque a número seis Toque para Lindsey e Stevie Nicks Toque Nat King Cole, toque "Nature Boy" Toque "Down In The Boondocks" para Terry Malloy Toque "Aconteceu naquela noite" e "One Night of Sin" Doze milhões de almas estão ouvindo Toque "O Mercador de Veneza", toque "Merchants of Death" Toque "Stella by Starlight" para Lady Macbeth Não se preocupe, Sr. Presidente, a ajuda está a caminho O troco será dado com juros, seus irmãos estão vindo Irmãos? Que irmãos? O que é isso de troco? Diga a eles: "Esperamos, podem vir, pegaremos todos" O campo do amor foi onde seu avião pousou Mas daquele chão nunca se levantou Foi um ato difícil de acompanhar, incomparavelmente Eles o mataram no altar do sol nascente Toque "Misty" para mim e "That Old Devil Moon" Toque "Anything Goes" e "Memphis in June" Toque "Lonely At the Top" e "Sua Última Façanha" Toque a Houdini morto sem perder a manha Toque Jelly Roll Morton, toque "Lucille" Toque "Deep In a Dream" e toque "Driving Wheel" Toque a "Sonata ao Luar" em Fá sustenido E "A Key to the Highway" ao rei da harpa, contrito Toque "Marching Through Georgia" e "Dumbarton Drums" Toque trevas e a morte virá conforme os planos Toque "Love Me Or Leave Me" de Bud Powell, o dito cujo Toque nosso hino ensanguentado, e "O Assassinato Mais Sujo"

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Pergunto a você, que agora me lê: "quantos caminhos um homem deve andar até que seja aceito como homem? E quantos mares uma gaivota irá singrar até poder descansar na areia? E quanto tempo as balas dos canhões explodirão até serem banidas para sempre? Sim, e quantas vezes um homem deve olhar para cima até que possa ver o céu? E quantos ouvidos um homem deve ter para ouvir os lamentos do povo? E quantas mortes ainda serão necessárias para que se saiba que já se matou demais? E quanto tempo pode uma montanha existir antes que o mar a desfaça? E quantos anos pode um povo viver sem conhecer a liberdade? E quantas vezes um homem pode virar a cabeça fingindo não ver o que está vendo? The answer, my friend, is blowing in the wind. The answer is blowing in the wind".

São apenas três ouquatro acordes, nove versos e muitas perguntas. Reza a lenda que a música "Blowin' in the Wind" foi composta em apenas 10 minutos, no dia 9 de abril de 1962, no The Commons, em Greenwich Village, após uma discussão sobre política. Seu autor, um jovem e desconhecido compositor de 21 anos chamado Bob Dylan, argumentava que 'testemunhar uma injustiça e não fazer nada para impedi-la é a mesma coisa que cometê-la. Você é traído por seu silêncio. E todos nós, que não nos manifestávamos, estávamos sendo traídos por ele". Mais do que dar respostas fáceis, o cantor queria propor discussões incômodas. "Alguns dos maiores criminosos são aqueles que viram as costas quando veem algo errado", escreveu no encarte de seu álbum.

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Este blog ama Bob Dylan e todos os artistas que se importam e se colocam no lugar do outro. E que não viram as costas fingindo que não veem.Algumas das informações acima foram tiradas de um texto de André Bernardo, na Saraiva Conteúdo, e confirmadas em outros sites)

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Que Bob Dylan é o melhor letrista da história do rock e um dos maiores artistas de todos os tempos, já sabemos. O Nobel de literatura e o reconhecimento acadêmico quase nada acrescentaram ao amor que sentimos por ele e à identificação que temos para com sua obra. Nós, fãs, além de satisfeitos pelo fato de sua notoriedade ter colocado a poesia no topo do noticiário, ficamos felizes pelo ídolo; e ponto. Em um post sobre os livros e autores que fizeram minha cabeça, citei vários letristas de rock e mpb: Chico, Vandré, Caetano, Gil, Aldir, PC Pinheiro, Lennon, Cole Porter, Cazuza, Renato Russo, Belchior. E Bob Dylan, claro. Sem maiores comparações (como já disse, não sou crítico literário, seu Januário), ele, numa época mais obscura, abriu o caminho para o que tentam fazer hoje os rappers e compositores alternativos que perambulam pelos saraus: iluminar, através de suas letras, o pensamento (e o sentimento) de uma geração. Aos 14 anos, quando comecei a trabalhar, comprava a Revista do Rock (editada pela turma do Tárik de Souza, Ana Maria Bahiana e Ezequiel Neves) e 'viajava legal' com as versões para o português de seus clássicos dos anos 1960. O bardo poetizava sobre o amor livre, a defesa dos direitos civis, da liberdade de expressão e fazia críticas às injustiças sociais, à guerra e a toda e qualquer opressão. É óbvio que o Arnaldinho pré-adolescente assimilou muita coisa ali. Por falar em juventude, lembro que, há alguns anos, um jovem repórter do Estadão voltou maravilhado do nordeste após uma entrevista com o grande Alceu Valença. Sabem por que? Porque Alceu, como Dylan e Tom Zé (de quem já falei aqui), são artistas que têm consciência política e defendem valores humanistas. Eles nos contagiam com a beleza do que produzem e que possuem; beleza humana e solidária que há em nós e que não percebíamos, perdidos na selva competitiva. 'Tudo o que você podia ser', como cantou Milton. Esses nobres valores os ultrapassam e transparecem em suas obras. E em sua postura de vida.

Sobre essa tal 'postura', deixo alguns pitacos: percebo que bons artistas 'de sucesso' são vítimas de um processo de infantilização, de uma crescente cultura do 'se-achar-grande-coisa' só por ter mais dinheiro ou mais fama que a maioria. A valorização do 'ter' (dinheiro, carros, fama) em detrimento do 'ser' (ideias, valores, atitudes). Um outro fato: fala-se muito numa ampla 'reforma' do ensino e na extinção de matérias supostamente 'difíceis', para que as aulas sejam mais 'atraentes' ao aprendiz. Como se já não bastasse a quantidade enorme de 'divertidas' banalidades e superficialidades que a tevê e o mundo das celebridades descarregam diariamente sobre nossos jovens. O que me parece, é que o Estado foge da sua responsabilidade de ensinar e abre mão do dever de formar cidadãos. De certa forma, é mais uma vitória da cultura do entretenimento vazio. E, consequentemente, uma derrota dos projetos com conteúdo, que apostam na diversidade cultural e na representatividade social. É uma diminuição de espaço para os criadores, os semeadores de benéficas dúvidas, os questionadores e provocadores, os seguidores de Dylan. Aqui, neste blog, você sempre vai sentir um pouco da vibe subterrânea e indignada que cresce dia a dia, e vem à tona nos ceus, nas bibliotecas, clubes, casas de cultura e saraus das periferias. Ouço dizer que 'a revolução não será televisionada'. Ouso dizer que a cultura não passa mais por essas retrógradas instituições, de ensino desfibrado e 'sem partido'. A população vai se organizando em associações e movimentos, reagindo à indiferença do poder público, que cada vez menos a representa. A resposta, amigo, está no ar, soprando com o vento. Quando foi divulgada sua premiação, eu já intuía que Dylan nem iria à cerimônia do Nobel. Seu prêmio maior já viajava pelos quatro cantos do mundo e pulsava em nossos corações: somos ecos de sua voz e de suas canções. De seus poemas libertários e de resistência. Tamo junto, my brother Bob.

Pra finalizar o assunto, posto o vídeo de uma artista que une a poesia ao comprometimento com valores humanistas, tecendo comentários críticos e antirracistas, visando a inclusão e o bem estar de todos. Ouçam o recado indignado (e a emoção) de Yzalu:

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CINEMA NA QUARENTENA

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‘O POÇO’ 1 >>> Não deixe de assistir a esse ótimo filme espanhol (disponível na Netflix, mas encontrado também no Youtube) que está no topo da lista dos mais vistos e comentados do momento. A história se passa em uma prisão vertical com centenas de andares. Cada andar abriga dois presos que passam um mês juntos (no mês seguinte, as duplas e os andares mudam, aleatoreamente). Há um buraco no meio da cela (o poço, do título) por onde desce uma plataforma, repleta de comida, que estaciona por breves minutos em cada cela e logo desce para o andar de baixo (é proibido guardar comida para comer depois). Os presos das celas superiores usufruem de um banquete. Quanto mais a plataforma desce pelo poço, menos comida leva. E os presos dos andares inferiores entram em disputas selvagens pelos restos de comida. E, pior ainda, quem estiver nas celas do fundo do poço, não comerá nada. O protagonista, que levou um exemplar do livro ‘Don Quixote’ para a prisão, se rebela e inicia uma luta contra o sistema injusto (além da analogia com Cervantes, pode-se citar a relação com a descida aos infernos, da ‘Divina Comédia’). Na maioria dos comentários que li, parece claro que ‘O Poço’, ao mostrar uma sociedade dividida em classes, faz óbvia crítica ao capitalismo, onde alguns têm tudo e outros nada. Nosso herói tenta um plano quixotesco para unir os presos e subverter o sistema, mas se defronta com o egoísmo e a violência extrema de homens há tempos vitimados por aquela situação-limite. Que solidariedade pode haver entre seres miseravelmente humilhados, que já perderam sua humanidade e até mesmo a sanidade? Muitos enxergaram aí uma crítica também à ‘utopia socialista’ (no contexto dado, como dividir o pão se ninguém é solidário? Só à força, claro). Para muitos, o fim do filme é enigmático. A mim, bastou compreender que o protagonista empreendeu todos os esforços para mudar um sistema absurdamente desumano. Ele levantou a cabeça acima da opressão e enxergou possibilidades de um futuro melhor para todos. É um homem que pensou no bem comum e rascunhou (mesmo que à custa de muito sangue) uma resposta à eterna barbárie. Não somos bichos. No filme ‘O grande ditador’, Chaplin já nos ensinava: ‘homens é o que sois’.

'O POÇO' 2 >>> Após assistir a um filme que gosto, tenho por hábito ir à net para colher outras opiniões. Procuro ler os textos da crítica especializada, os de alguns amigos cinéfilos e encontro, na busca aleatórea, os posts de famosos youtubers (em sua maioria, chatos pra chuchu, enroladores e metidos a engraçadinhos - por que ninguém mais quer parecer minimamente sério?). Em meio a essa garimpada, acessei alguns comentários terrivelmente fascistas. Um deles, pretensamente 'educativo', feito por um grupo assumidamente de direita (porém, anônimo), associou ao comunismo a prisão apresentada no filme (sem nem sequer comentar a óbvia analogia principal dessa 'prisão vertical': uma sociedade dividida em classes). Essa versão invertida (como os bolsominions são mestres em fazer em suas fakenews, no zap) abominando um suposto 'comunismo' foi apresentada de forma categórica e indiscutível, como uma verdade absoluta (tipo o general Mourão afirmar que a ditadura militar de 64 foi um 'marco da democracia brasileira'). Enquanto ouvia, eu ria e ficava estarrecido, simultaneamente (o tal vídeo teve quase 30 mil visualizações). Entrando na página dos autores, percebi que o grupo anticomunista força a mão para transformar em aula de fascismo todo e qualquer filme ou assunto comentado. Ou seja, pratica uma espécie de 'marxismo cultural', só que às avessas (exatamente aquilo de que acusam as nossas melhores universidades de fazer). Claro que todos somos livres para ter opinião e publicar. Mas o grande arquivo aberto da net, com suas mil e uma oportunidades de se descobrir maravilhas, é também um território perigoso onde 'opiniões' fascistas e antidemocráticas proliferam. Muitas mentiras são proferidas sem que saibamos quem são os autores (pedófilos, traficantes e diversos criminosos também se escondem nesse 'anonimato permitido'). Vejo com bons olhos a iniciativa do Instagram e do Twitter de tirar da rede os posts com as declarações caluniosas do presidente Bolsonaro. Deveriam tirar também esse do Mourão (citado, acima). Afinal, ou a gente assume o que são 'valores democráticos' (e os seguimos) e o que são 'valores ditatoriais' (e os condenamos), ou a civilização estará num beco sem saída, à mercê de 'pensadores' que nos provarão, de forma irrefutável (só que não), que a Terra é mesmo plana.

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CLAUSURA, O DOCUMENTÁRIO >>> Após participar de dezenas de festivais nacionais e internacionais, colecionar alguns prêmios e ser exibido na tevê no canal a cabo Prime Box Brasil, o documentário Clausura está disponível para todos na web. O curta, resultado do trabalho de finalização do curso de Cine/TV do Centro de Audiovisual de São Bernardo do Campo, aborda a depressão. Desde sua concepção, vem ampliando a consciência de cada um que participa dele, sendo indicado tanto para os que sofrem como para quem tem amigos e familiares passando pelo problema


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TEMOS QUE FALAR DO CORONA...

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Após 15 dias seguidos de panelaços contra Bolsonaro nas principais cidades brasileiras, o (des)presidente foi à tevê e amenizou o tom de sua habitual agressividade, chegando a anunciar algumas tardias providências no sentido de conter a disseminação do coronavirus. Mas, no dia seguinte, já voltou atrás e falou asneiras novamente, se alinhando com o criminoso discurso da 'volta ao trabalho para o bem da economia' (entre os 158 países infectados pela pandemia, só no Brasil o empresariado teve a cara de pau de argumentar a favor disso). Também parece que de nada adiantou o sutil puxão de orelhas que Bolsonaro levou do diretor-geral da OMS, que o desmentiu diante das câmeras do mundo inteiro (para vergonha do nosso país). Só para termos uma ideia da medida do desastre social do (des)governo de Bolsonaro diante da pandemia, ele perde de goleada até para as óbvias ações de Doria e Witzel (pasmem!), que não são, digamos assim, exemplos de políticos que priorizem direitos de trabalhadores ou políticas públicas de inclusão. Na charge de um jornal alemão, publicada em 27 de março, o discurso do (des)presidente brasileiro recebe aplausos da Morte e do Coronavirus.

 Foto: Estadão

POR QUE OS PATRÕES TEMEM AS GREVES, DIGO, O ISOLAMENTO DOS TRABALHADORES >>> Fiz um breve resumo do importante artigo ‘A necropolítica do capitalismo cego’, de Wilson Ramos Filho, doutor em direito e professor na UFPR (aqui, na íntegra). O texto tem circulado bastante nas páginas dos artistas no Facebook (de onde o colhi):

"Em muitas cidades houve carreatas repetindo a homicida exortação de que "o Brasil não pode parar". Burgueses, protegidos dentro de carrões (com medo do coronavirus), exigiram que seus empregados voltem a trabalhar (para gerar sua riqueza). Sem o trabalho dos empregados o capital é inútil: só há riqueza porque houve exploração do trabalho de alguém. Os que desfilaram buzinando fizeram verdadeiro striptease ideológico ao exigir que o governo lhes garanta o direito a explorar. "O Brasil não pode parar", assim, constitui-se em eufemismo para a exploração do trabalho, fazendo com que os trabalhadores se apinhem nos transportes coletivos, contaminando-se uns aos outros. Morrerão milhares de pessoas? Certamente sim. Mas existe um exército de reserva a ser mobilizado para ocupar as vagas dos que fenecerem. Para a parcela da burguesia (e da classe média) que buzinou ou que apoiou as carreatas, os trabalhadores são substituíveis, como peças de uma máquina de moer pessoas. Só servem enquanto produzem os lucros dos capitalistas. Espero que a classe trabalhadora tome consciência do poder que tem, durante e, principalmente, depois de controlada a pandemia."

 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

PIADA SOBRE BOLSONARO >>> As asneiras de Bolsonaro viralizaram e viraram chacota nas redes sociais. Faço questão de registrar porque, quando um presidente vai parar no anedotário nacional desempenhando o papel de idiota numa piada, é porque está desmoralizado, mesmo. Veja essa:

Há cinco pessoas no avião: Bolsonaro, Boris Johnson, o Papa, a Angela Merkel e um garoto de 10 anos de idade. O avião vai bater e só há quatro paraquedas. Bolsonaro diz: "Um é meu. O país precisa de mim e já fui paraquedista". Pega um e salta. Johnson diz: "O Reino Unido tá uma bagunça, eu sou necessário lá". Pega um e salta. O Papa diz: "A Igreja de Pedro precisa de mim para guiá-la". Pega um e salta. Merkel diz: "Vai lá, garoto. Pega o paraquedas que sobrou. Já vivi minha vida e a tua está só começando". E o garoto responde: "Não precisa, pois tem dois paraquedas aqui. O cara que já foi paraquedista saltou com minha mochila de escola".

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 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

PARA VOCÊ GUARDAR >>> Essa singela listinha também está rolando na net. Assim como a piada (acima), é mais um indicador da desmoralização do (des)governo Bolsonaro e de seus aliados abilolados. Anote os nominhos dessa 'gente boa e simpática' (só que não) que é contra o isolamento para proteger a população e a favor da volta ao trabalho (com risco de contágio). Saiba quem são alguns dos 'especialistas em infectologia' (só que não) que estão defendendo o fim da quarentena (o jeito é rir pra não chorar):

- Bolsonaro (o próprio) - Eduardo Bolsonaro (o filho) - Guedes (o ministro) - Roberto Justus - Regina Duarte - Abílio Diniz - Ratinho (do SBT) - Datena (da Band) - Edir Macedo (dono da Record) - Silas Malafaia - Marcelo Crivella (prefeito do Rio) - Junior Durski (dono da Madero) - Luciano Hang (dono da Havan) - Olavo de Carvalho


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ARTISTAS EM CAMPANHA NO YOUTUBE, FACE E INSTAGRAM

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A CAMPANHA DA Facebook). Clique para saber mais sobre a campanha e as recompensas

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CARTA ABERTA >>> O setor da música é um dos mais impactados pela crise do coronavírus. As atividades na área foram de 100 a 0 em menos de duas semanas. Por isso, os profissionais do setor organizaram abaixo-assinado para enviar suas reivindicações ao Governo Federal. Saiba mais aqui.

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INSCREVA-SE >>> Artistas alternativos que possuem contas no YouTube estão em campanha para alcançar a quantidade de 1000 inscritos, número a partir do qual, dizem, o YouTube passa a pagar pelas visualizações. Além do apoio de admiradores, a ideia é que cada artista se inscreva no canal do outro, e que este retribua, provocando um efeito cascata. Segue uma relação (extraída da página do poeta Carlos Galdino) com alguns dos que já estão em campanha:

Marco Vilane ... Sonekka Osmar Lazarini ... Márcio Lugó ... Cassia Maria ... Daniel Medina ... Fabio Nunez ... Jordanna Souza ... Lia Cordoni ... Lika Rosa ... CIA Bueiro Aberto ... MC Crespo - Casa Di Caboclo ... Indiara Ayokunle ... Gabriel De Almeida Prado ... Kleber Albuquerque ... TV Arte Multicultural - Nicanor Jacinto da Silva ... As Clarianas ... Camila Brasil ... James Bantu ... Yzalú Oficiall ... Lentes Periféricas ... Barbara Beats ... Marcy Santos ... Élio Camalle (veja seu clipe)

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NO FACEBOOK >>> Vários artistas do circuito alternativo têm postado no Facebook informações sobre shows, ensaios e aulas online, cursos e campanhas, poemas e músicas. Eis alguns deles (clique e visite suas páginas): Ricardo Kelmer, Teju Franco, Adolar Marin, Graziela Medori & Alexandre Vianna, Rubens Jardim, Jeanne Darwich, Paulo Miranda,Focus Cia de Dança, Vanessa Bumagny, Victor Mendes Santos, Socorro Lira, Luis Mendes, Poesia Primata, Tato Fischer, Rosinha Morais, Paula Valéria Andrade, Tavinho Paes, Cordeirovich, Léo Nogueira, Zé Manoel, Zé Marcio Kaipira Urbano e Galba (no agendão, logo abaixo, tem mais)


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MARIELLE PRESENTE

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.  Foto: Estadão

No dia 14 de março de 2018 a vereadora Marielle Franco, de 37 anos, foi assassinada no bairro da Lapa, no Rio. Ela era relatora da Comissão dos Direitos Humanos que acompanhava a intervenção militar no RJ. Havia feito denúncia contra abusos policiais e após voltar de um evento com jovens negras, foi baleada. Anderson Gomes, motorista do carro em que ela estava, também foi executado. Desde então, protestos contra o bárbaro crime se repetem em várias cidades brasileiras. Marielle lutava por justiça, inclusão e igualdade de direitos. Defendia as causas que todos nós, artistas e coletivos dos saraus, também defendemos. Dois anos depois, este blog continua aguardando o esclarecimento do caso e a punição dos assassinos e mandantes. As balas que a mataram atingem a todos nós. Não podemos nos calar. Até quando vou ficar semanalmente repetindo esse texto aqui? Será que vai ficar por isso mesmo? Por que a resposta não vem? Quem matou (e quem mandou matar) Marielle?

DOIS ANOS DE IMPUNIDADE >>> Eu repito esse texto há dois anos. E vou continuar repetindo enquanto este blog existir. É meu compromisso em defesa da democracia e da liberdade, ambas ameaçadas pela impunidade de assassinos ou pela omissão das autoridades. Se temos dois suspeitos presos (a quem ninguém entrevistou, confrontou, nem perguntou os motivos do crime) ainda falta saber quem mandou matar Marielle. Dois anos depois, Marielle continua sendo baleada, morrendo todas as noites e renascendo a cada manhã. Porque pessoas íntegras como ela não morrem jamais. Se eternizam e viram exemplo de luta. Nós, brasileiros democratas, estamos aqui, de braços dados com Marielle, esperando que a justiça seja feita. Os assassinos talvez tenham a proteção momentânea de organizações ou de eventuais autoridades fascistas. E podem ameaçar Freixo, Marcia Tiburi e Jean Wyllis, ou mirar e atirar em nossas altivas cabeças. E até nos matar, um a um ('matar uns 30 mil', como disse o atual presidente durante sua campanha, sem ser punido nem ter sua candidatura impugnada). Só não poderão evitar que Marielle renasça mais forte, todos os dias, no corpo e na mente de cada menina guerreira da cidade do Rio de Janeiro. Marielle presente.




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AGENDÃO

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Como todos os eventos foram cancelados e adiados por precaução devido à pandemia do coronavirus, o agendão se restringe às atividades online, aos programas de rádio e a algumas exposições com visitação controlada (além de shows, ensaios e aulas de canto e violão que alguns artistas estão transmitindo online). Cuide-se, informe-se, inconforme-se e divirta-se!

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CONTOS DE VITOR MIRANDA >>> Em sua página no Facebook o poeta (autor do recém lançado 'A moça caminha alada sobre as pedras de Paraty') postará um conto por dia enquanto durar o período de isolamento por precaução ao coronavirus. A Banda da Portaria, grupo musical e poético do qual o poeta faz parte, lançou novo vídeo. Confira:

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HOME POETRY >>> A cada noite o poeta (e performer) Ademir Assunção postará no Facebook e no Instagram (@ademirgassuncao) a leitura de um de seus poemas. Quem quiser acompanhar literatura de qualidade, fique ligado: esse cara é fera (vencedor do Prêmio Jabuti, entre outros). O nono poema da série é de seu novo livro, ‘Risca Faca’ (ainda inédito). Veja aqui

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MÁQUINA DE POESIA >>> Autor de vários livros e organizador de coletâneas, o poeta Marcos Torquato, da cidade de Jandira, está à frente do projeto ‘Máquina de Poesia’, que disponibiliza na net 100 poesias gravadas em vídeos e traduzidos em libras (por Tati Milanez). Dos textos, 50 são de autores da literatura clássica (como Álvares de Azevedo, Augusto dos Anjos, Mário de Andrade, Camões, Rilke e Shakespeare) e outros 50 são do município de Jandira e região (escolhidos através de concurso). Visite a página do projeto (no Facebook e Youtube) e tenha acesso aos vídeos poéticos interpretados pelos atores Chico Neto, Daniel Bernardes Pinto, Nana Pequini e Rosa Maria Freitas

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LIVES COM CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS >>> Pelo Instagram algumas artistas farão lives com contação de histórias para entreter as crianças durante a pandemia (clique nos nomes): 11h ... 12h30 ... 15h

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 Foto: Estadão

CEMITÉRIO DE AUTOMÓVEIS >>> O teatro e bar administrado pelo dramaturgo Mário Bortolotto está promovendo um leilão virtual pra viabilizar o pagamento das contas. Tem livros (de vários autores ligados ao teatro) e pôsteres de peças (feitos pelo designer André Kitagawa). Clique no cartaz e confira

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CONTOS >>> O escritor e promotor de eventos literários Jorge Ialanji Filholini, disponibiliza para download gratuito seu primeiro livro de contos 'Somos mais limpos pela manhã', publicado em 2016 pelo Selo Demônio Negro. Saiba mais no site do Livre Opinião - Ideias em Debate

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#ekspomondo. Trabalhos do fotógrafo Lucas Siqueira mostram costumes e tradições das mais antigas civilizações do planeta. O autor anuncia que todo o conteúdo da obra logo estará online e que, semanalmente, realizará lives interagindo com os interessados através do canal Humaniza Corona

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 Foto: Estadão

MOSTRA VIRTUAL DE ARTE >>> Em Mogi das Cruzes, a Secretaria de Cultura acaba de fazer um chamamento público para contratar (por 3 meses) artistas e profissionais mogianos do segmento da arte e da cultura que dependam financeiramente das atividades culturais (os valores terão por base o Edital 045/2019). Além do apoio financeiro, o objetivo é que os artistas possam desenvolver conteúdos virtuais, fazendo uso de sites e redes sociais, para dar continuidade às suas atividades (durante a quarentena do coronavirus)

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CURSOS >>> Aproveitando o isolamento das pessoas em suas casas, algumas empresas estão oferendo cursos online gratuitos nas mais diversas áreas. A FGV liberou 55 cursos (Administração, Negócios, Carreira e Direito). a Udemy mais 40 (Desenvolvimento de Software e Inteligência Artificial) e o Senai, 12 (em diversas areas). Clique e confira

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L

IVROS >>>

Durante a quarentena, todos os livros das editoras Patuá e Reformatório, administradas por Eduardo Lacerda e Marcelo Nocelli, respectivamente, estarão com frete gratuito para todo país. Com os lançamentos físicos cancelados, as pequenas editoras precisam muito do apoio dos leitores. Clique para

saber mais

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EXPOSIÇÃO VIRTUAL >>> O artista Cadu de Castro apresenta as imagens do ensaio 'La chica del paraguas rojo en el Fin del mundo', realizado na Tierra del Fuego, Argentina. A moça do guarda-chuvas vermelho é o elemento central das fotos, mas, para além da estética, a presença humana em lugares insólitos provoca estranheza e questionamentos. Grandes impactos socioambientais foram causados na região pela introdução de castores (oriundos da América do Norte, na década de 40), para a produção de pele, que não se consolidou. Esses animais roedores não encontraram predadores na região e passaram a construir seus diques e alterar o ambiente, desviando rios e alagando áreas de bosques. Clique para ver o ensaio

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ÀS TERÇAS - 20h ... Acompanhe o programa CasArte Marginal, apresentado e produzido pela dupla de artistas Alexandre Paulino e Aline Lopes. São entrevistas com escritores, músicos e ativistas da cena cultural alternativa. O programa da terça passada, com Germano Gonçalves (do sarau Urbanista Concreto), tem reprise na sexta, às 13h, e no domingo, às 17h. Na casileoca.com

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ÀS QUARTAS - 11h ... Marcelo Nocelli no Rádio ... Editor da Reformatório apresenta programa sobre literatura na Rádio Brasil Atual (FM 98,9). Na pauta, livros brasileiros contemporâneos (resenhas e dicas), além de eventos e lançamentos

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ATÉ 2 DE MAIO ... Proximidades Desiguais. Mostra de artes só com mulheres no Pavão Cultural, à rua Maria Tereza Dias da Silva, 708, em Campinas. Em dias alternados, mediante agendamento para grupos de no máximo seis pessoas

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CULTURA EM CASA >>> Secretaria da Cultura disponibiliza conteúdo online durante toda a campanha de combate ao coronavirus: shows de música, concertos, visitas virtuais a museus, palestras, bate-papos, livros e espetáculos. A lista será atualizada diariamente. Confira aqui

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LIBERTO TRINDADE CONVIDA >>> O espaço cultural CasIleOca (à rua Perpétuo Junior, 178, em Santana) administrado por Liberto Trindade (filho do poeta e ativista Solano), além dos programas de rádio e encontros literários que promove, possui um belo acervo de livros, funcionando como sebo, aos domingos. O salão da sede pode ser alugado para pocket-shows, lançamento de livros ou outros pequenos eventos (reservas pelo telefone 2950-4666)

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Espaço Clariô - Prepare-se para participar das Oficinas Culturais (no momento, com as datas adiadas, claro). Na rua Santa Luzia, 96, em Taboão da Serra

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CONFESSO QUE SOBREVIVI >>> Editora Essencial, preocupada com o aumento dos crimes de feminicídios, inicia campanha para contar em coletânea as histórias de mulheres anônimas que venceram seus limites e sobreviveram a uma relação abusiva, opressora e violenta (não é preciso assinar a história com seu nome real - use um nome fictício). Regulamento e inscrição gratuita no link

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RÁDIO BRASIL ATUAL >>> A rádio que dá a notícia que as outras não dão e toca as músicas que as outras não tocam está em campanha de financiamento(assim como a TVT). Para saber mais e colaborar, acesse o link. Neste momento de retrocessos políticos, sindicais e culturais, sabemos bem o quanto é imprescindível ter uma emissora que faça frente ao discurso fascista do governo e das poderosas redes que o apoiam

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‘ARNALDO AFONSO CANTA E CONTA CARTOLA’ >>> Este blogueiro e cantor fará, assim que passar a quarentena, a pré-estreia de seu show com canções e histórias sobre o grande sambista Cartola. A entrada será franca, mas, como o número de lugares é limitado, o espetáculo será apenas para 20 convidados (quem quiser ver, se prepare para fazer reserva pelo inbox do Facebook assim que a nova data for divulgada). Será no salão anexo ao CarauariBar e Mercearia, à praça Carauari, 8, na Vila Maria.

O SHOW >>> Nas minhas participações em saraus já vinha me apresentando com um visual que remete ao dos sambistas cariocas dos anos 50: calça larga, sapato de bico fino, camiseta de listras horizontais e chapéu claro. O figurino é para melhor ambientar as minhas interpretações das canções de Angenor de Oliveira, o popular Cartola, um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos (apesar da caracterização, não interpreto o músico: faço o papel de um cantor que o admira e narra sua história). Há alguns anos escrevi a peça "Mestre Cartola: Vida e Obra em Verde e Rosa", que agora adaptei para um espetáculo musical de uma hora, onde canto dez canções e conto algumas curiosidades sobre ele. Neste ano em que completamos quatro décadas sem o Mestre, vou levar suas melodias às Casas de Cultura, Ceus, Bibliotecas, Sescs, escolas e centros culturais

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AGENDÃO >>> Fique ligado, pois o agendão é diariamente atualizado. E toda quinta-feira tem post novo. Até lá!

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