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Retratos e relatos do cotidiano

Eu te perdoo

Pode ir voar.

Por Ruth Manus
Atualização:

 

Bem ou mal, decidi te perdoar

decidi abrir as portas

ir varrendo as folhas mortas

desentupir a minha aorta

e livrar este lugar.

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Pode ir, pode ir tranquilo

já enterrei essas mentiras,

já acalmei a minha ira

e eu já sei que a terra gira

mesmo se eu quiser parar.

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Não quero justificativas

nem respostas assertivas

(me dizendo que lamenta,

que um dia a mágoa assenta,

e que qualquer hora dessas,

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eu aprendo a aceitar).

Não diga nada

pois tantos danos consumados

já ficaram no passado

e estou dando passos largos

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pra poder cicatrizar.

Eu quero ver você voando

usufruindo do desmando

libertando as suas ânsias

para aumentar essa distância

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até a última instância

pra qual eu possa te afastar.

Siga em frente

não olhe para trás

ainda que você se arrependa

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o passado não está à venda

para alterar suas legendas

em cada uma das cenas

que você queria apagar.

Siga em frente,

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eu te dou essa anistia

assino a sua alforria

por ato de sua autoria

que eu já parei de questionar.

Voe, voe sim

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procure uma nova casa

e bata suas asas,

cada vez mais forte,

rumo a um outro norte

para comemorarmos a morte

dessa mágoa, enfim.

Voe perdoado

voe libertado

voe todo dia,

tranquilamente,

cada vez

para mais longe

de mim.

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