Pouco tempo, muito assunto
Tudo caindo, tudo tão junto
Bruta sensação de ser impotente
Medo do homem, medo da gente
Rompe a barragem, invade a lama
E mata José, João, Maria, Mariana
Lama que corre sedenta pro mar
Vida tão morta, afundando a boiar
São Paulo triste, igualmente morta
Velando escolas que fecham a porta
E a molecada guerreira no ativismo
Tratada como ameaça, vandalismo
Mortes na Nigéria, no Mali, na Turquia
Deixa pra lá, já noticiamos o que vendia
Atentados, tiroteio, terrorismo
Ignorância, miséria, maniqueísmo
Mosquitos imbatíveis, microcefalia
Gravidez de medo, tímida alegria
O sarcástico vírus chamado zika
O mosquito vai, a angústia fica
Mega sena, 200 milhões acumulados
E rios, mortos, futuro,
Nenhum deles será resgatado.