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Crônicas do cotidiano

Feriado em São Paulo

Quando e onde todo mundo pensa igual

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Por Ricardo Chapola
Atualização:
 Foto: Estadão

 

Ilustração: Felipe Blanco

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São Paulo, em feriado, é uma delícia. Filas na cidade, em épocas assim, no máximo, só de quatro horas. Fichinha perto de quem vai farofar no Guarujá. Vi a obra inteira de Ron Mueck, na Pinacoteca, bem antes de muita gente avistar o mar. Beijos aos viajantes.

No Réveillon, metade de São Paulo se acotovelava para uma selfie com o porteiro, do Castelo Rá-Tim-Bum, na exposição do MIS. A outra disputava para sair minimamente bem na foto com o Cristo Redentor ao fundo. A primeira bombou na internet. As pessoas hoje em dia ligam Jesus ao guaraná. Uma pena que elas bebam mais Coca-Cola.

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Esperar dá fome. Vá ao Mercado Municipal. O mercadão, pelo menos no fim do ano, é tranquilo. A espera pelo pastel de bacalhau, ou pelo sanduba de mortadela é de duas horinhas. Engane o estômago enquanto isso. Perambule pelas lojinhas. Compre biscoito de polvilho, amendoim. Experimente queijos. Você vai ficar empanturrado, sem pastel, sem sanduíche. No máximo, com uma sacola de temperos. Puro marketing do lugar. Um charme.

O bom de feriado mesmo é ir ao cinema. A gente nem precisa comprar o ingresso pela internet. Compre na hora. Sempre tem lugar na sala. Na primeira fila.  Nunca você vai ficar tão perto de um astro de Hollywood. Talvez se tivesse um home theater. Nas Casas Bahia, tem na faixa de R$ 700. Dá para parcelar em 10x. Corre lá. Pouca gente costuma frequentar liquidações de fim de ano.

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A calmaria melhora até o serviço público. Fui ao Detran três vezes entre o Natal e o ano novo. A espera foi sussa. A primeira de incríveis três horas; a segunda, quatro. A última foi só para matar a saudade: uma passadinha de 15 minutos, tamanha a saudade.

Não estresse se você for turista. São Paulo, em feriado, fica mesmo assim: meio vazia, mas ao mesmo tempo meio cheia de gente que pensa, mais ou menos, parecido. Ninguém está te perseguindo, fique tranquilo. Os perseguidores de verdade viajaram. O primeiro foi para o Guarujá. O segundo foi atrás. E os demais também. Aproveite a cidade. Ela é toda sua.

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