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A gente se vicia

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Por Redação
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Acho que sou viciada em Twitter. Certamente não no Facebook ou Instagram, mas no  Twitter, quase certeza. Já fui mais. Agora eu tenho consciência disso e, de vez em quando, me forço a fechar o aplicativo do passarinho azul. Porque se eu não tomar as rédeas da charrete da minha vida, os cavalos disparam e lá vou eu desembestada.

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A mesma coisa acontece com comidas gostosas. Sou um saco sem fundo, um poço de gula. É só largar de mão e, como tudo, tipo come-come. É difícil manter a linha, no sentido de não me comportar como o Tazmania.

Sou capaz de observar minha compulsão com balas, por exemplo. Se compro um saco, devoro-o por inteiro. Jujubas, então, é perdição. Tubo de balas mastigáveis eu detono em minutos. Consigo observar o que faço, só não consigo parar. A opção racional é não comprar.

Eu não sei o que acontece com nós, os humanos, parece que tem alguma coisa faltando. Ou sobrando. Mas ao mesmo tempo que temos a capacidade mental de compreender o que nos acontece, não conseguimos alterar nossas atitudes facilmente. Adquirir bons hábitos e perder os ruins, são tarefas que exigem muita disciplina e força de vontade. E essa última, coitadinha, é a que mais padece.

Não estou sozinha, longe disso, taí o mundo inteiro viciado em celular pra mostrar a que ponto chegamos. Nossos cérebros, por mais espertos que sejam, caem facilmente em armadilhas da distração. Basta um joguinho e pronto, lá vamos nós, bando de zumbis jogando até morrer. Hoje mesmo, tive uma folguinha de trabalho, peguei o celular, comecei a jogar e... quando fui olhar, 66% do tempo da bateria tinha sido gasto com essa bobagem. Distrai? Distrai. É gostoso? Sim, mas, não jogo porque é gostoso, jogo porque o app foi projetado para explorar minhas vulnerabilidades cerebrais. Ou seja, eu caio na armadilha porque ela funciona mesmo.

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Com isso tudo quero dizer que estamos todos mergulhados num mar cheio de iscas, minhocas, arpões, redes, sempre prontas para nos aprisionar. E que aprender a identificá-las não é suficiente para não cairmos em todas essas artimanhas. É preciso ter propósito, é preciso saber o que a gente quer da vida e juntar energia para ir na direção desejada. E, claro, mudar rumos sempre que necessário, mas de forma consciente.

Porque sem consciência e escolha a cada passo, cada momento, vamos nos deixando levar. E nos viciamos em tudo. Em brigas, discussões vazias, em ideias antigas, em manias, em coisas que nos fazem mal e nos roubam tempo e felicidade.

Vamos usar tudo o que existe, mas com parcimônia. O equilibrio é sempre a melhor opção para não cair no vazio do tempo perdido.

Beijos conscientes,

da

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Rosana

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