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Debate sobre o universo feminino

Mulheres Positivas: Ilana Berenholc

Nossa Mulher Positiva é Ilana Berenholc, especialista em Personal Branding. Em seus programas de treinamento em Presença Executiva e Liderança, Ilana ajuda profissionais a identificar seus principais trunfos, se posicionar e se expressar com clareza e segurança. "Adoro explorar esta singularidade e a individualidade que tornam uma pessoa diferente das demais", diz.

Por Mulheres Positivas
Atualização:
 Foto: Estadão

  1. Como começou a sua carreira?

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Digo que estava no lugar certo na hora certa. Sou formada em Publicidade e Propaganda pela USP. Na faculdade, tive amigos que se tornaram profissionais incríveis. Olhava para eles e pensava: eles nasceram para isso - eu não. Nesta mesma época, conheci uma consultora de imagem brasileira que morava nos Estados Unidos. Minha mãe agendou uma análise de coloração pessoal com ela e fui junto. Tive o momento eureca neste encontro: pensei "quero fazer isso pelo resto da minha vida". Em 1994, fui para Nova York para fazer o meu primeiro curso - entre muitos - na área de consultoria de imagem. Voltei e comecei a trabalhar. Eu tinha 23 anos e tenho orgulho de dizer que desbravei um novo mercado.

Comecei trabalhando com imagem pessoal, mas alguns clientes começaram a me chamar para dar treinamentos em suas empresas. Entendi que era o que mais me atraía e fui me especializar em imagem corporativa e personal branding.

 Foto: Estadão

  1. Como é formatado o modelo de negócios da sua consultoria?

Trabalho com treinamento e desenvolvimento de executivos, oferecendo programas na área de Presença Executiva e Personal Branding. Acredito que pessoas incríveis formam empresas incríveis e que, quando as empresas dão espaço para seus funcionários se expressarem, elas se tornam lugares incríveis que atraem os melhores talentos. Meus treinamentos são focados na identificação dos pontos fortes e diferenciais dos profissionais, do valor que eles geram para a empresa e seus clientes e como eles podem comunicar e expressar tudo isso.

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Há dez anos, me apaixonei por meu marido. A questão é que ele é israelense, então, me mudei de mala e cuia para Israel. Como eu já tinha uma empresa estabelecida no Brasil, optei por manter meu negócio. Viajo de quatro a cinco vezes por ano ao Brasil para dar treinamentos e palestras. No resto de tempo, trabalho à distância com meus clientes. A tecnologia é uma grande aliada.

  1. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?

Certamente em 2016, quando fui diagnosticada com um câncer de mama. Primeiro, o susto e o medo de não estar mais aqui para o meu filho. Depois, entender o quadro, as opções, tratamento. Nada mais parece importante.

Eu estava envolvida em vários projetos. Foi a hora de escolher o que dava para fazer e o que não dava. Meu marido não me deixou parar - e, hoje, o agradeço por isso. Numa conversa, ele me disse: esse câncer não vai ser mais forte que nós. Não foi.

Nos intervalos entre exames, cirurgia, radioterapia, continuei viajando e trabalhando. Alguns projetos foram interrompidos temporariamente.  TODOS os meus clientes me apoiaram e esperaram por mim. Aprendi que nada é tão urgente assim na vida.

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  1. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida empreendedora.

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Demorou, mas sinto que, hoje, consigo um bom equilíbrio. Já fui muito obcecada por trabalho. Hoje, não mais. Isso foi uma das coisas que mudou desde que tive o câncer. As prioridades mudam.

Há um ano, me mudei para o campo. Vivo cercada de verde e isso faz um bem incrível! Cada vez mais aprecio um estilo de vida "slow". Não abro mão de momentos meus por causa de trabalho. Já fiz muito isso no passado. Esses momentos significam estar com meu filho e marido, ir ao pilates, caminhar, cozinhar.

Meu marido é o meu maior parceiro para eu ter este equilíbrio. Ele me cobra isso. Se começo a exagerar com trabalho, ele sinaliza. Todo ano, sentamos para planejar nossa agenda de trabalho. Como somos só nós dois e nosso filho, sem ajuda, dividimos nosso tempo para que um dos dois esteja em casa nos períodos que o outro precisa se ausentar. Quando viajo, viajo de cabeça e coração tranquilos porque sei que ele estará 100% presente para meu filho.

  1. Qual o seu maior sonho?

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Eu vivo em busca do que chamo "magic moments". Meu sonho é encher minha vida com estes momentos. Eles podem ser desde um céu incrível na hora do pôr-do-sol, uma saída com meu marido, a risada do meu filho, a descoberta de um novo interesse, rever meus melhores amigos, conhecer novos lugares. E quero ter saúde para poder vive-los.

Profissionalmente, sou muito realizada. Trilhei um longo caminho até aqui, me reinventei e continuo me reinventando. Este é meu combustível: estar sempre em transformação.

  1. Qual a sua maior conquista?

Quando me mudei para Israel, muita gente me achava maluca. Escutei: "Como você vai abrir mão de tudo o que construiu e se mudar?". A verdade é que não precisei abrir mão de nada. Depois de dez anos, minha empresa continua existindo, não parei de trabalhar, estou envolvida em novos projetos. Manter um negócio à distância não é simples, mas é possível.

No lado pessoal, ter construído minha família. Fui mãe aos 41 anos e ganhei três enteados maravilhosos de presente quando me casei. Me sinto muito sortuda!

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 Foto: Estadão

  1. Livro, filme e mulher que admira

Livro: "A Insustentável Leveza do Ser", do Milan Kundera e "A Livraria Mágica de Paris", da Nina George.

Filme: São tantos! "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", "Edward Scissorhands, "As Horas", "Blade Runner". Minha lista não tem fim...

Mulher que admiro: Ellen DeGeneres, por sua coragem, sensibilidade e por seu coração gigante, além de ser super divertida.

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