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Debate sobre o universo feminino

Mulheres Positivas: Flora Botelho

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Por Mulheres Positivas
Atualização:
 Foto: arquivo pessoal

Flora Botelho, 46 anos, três filhas. Empresária, corretora e investidora, é formada em Relações Públicas e fundadora da plataforma de doação online BSocial. Após se separar do pai de suas filhas, há cinco anos, Flora passou por um processo de transformação interior doloroso, mas bem sucedido, que virou um livro, que a levou à Flip esse ano.

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"Sopro no Espelho" é um manual de autoajuda para mulheres que estão enfrentando momentos difíceis como a separação. "Ele mostra que existe luz no fim do túnel." Confira entrevista a seguir.

Como começou sua carreira?

Sou formada em Relações Públicas pela FAAP e acabei indo para as áreas de Marketing e Vendas logo após minha formação. A ideia de ser independente financeiramente sempre me agradou, então busquei trabalhos que me dessem uma boa remuneração. Passei por banco, por imobiliária e até uma gigante rede varejista. Hoje, ainda atuo no mercado imobiliário, mas também sou empreendedora. Sou co-fundadora de uma plataforma de doação online, a BSocial. Me vejo nesse lugar, de descobrir, desenvolver projetos que alinham propósito e valores, sem prejuízo do lucro e do crescimento pessoal.

Depois que se separou, como forma de superação, escreveu o livro Sopro no Espelho. Conte um pouco desse processo que virou livro, por favor.

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O livro foi uma consequência. Amo escrever. Quando me separei, comeceia colocar no papel tudo que estava aprendendo em terapias: conceitos novos e ferramentas de auto responsabilidade . Foi a maneira que encontrei de compreender e digerir tudo que estava acontecendo. Também escrevi o que eu queria para o futuro. Fiz um exercício por escrito de onde queria estar e com quem. Em um certo momento comecei a achar interessante compartilhar o conteúdo com outras pessoas. E foi uma escolha acertada. Faz pouco mais de um mês que lancei o Sopro no Espelho. Todo dia recebo mensagens de mulheres que se identificaram, me agradecem pela oportunidade da leitura, por despertar nelas uma sensação de que não estão sozinhas, que podem contar umas com as outras, que o futuro é desconhecido, mas é maravilhoso e temos força, sim, para conduzirmos nossasvidas com autonomia, melhores escolhas. Ou simplesmente dizer não para situações abusivas.

Qual foi o momento mais difícil da separação? 

O momento mais difícil é a hora de decidir que dali em diante sua vida vai mudar. O medo do que vem pela frente. O medo de não conseguir pagar suas contas sozinhas, de não conseguir educar seus filhos sozinha. Quando você faz uma família, filhos, tem um entendimento que aquele projeto é de duas pessoas adultas. E de fato é. Mas quando os adultos da relação se tornam seres incompatíveis, você ou vira vítima, coadjuvante ou toma uma atitude. E a atitude as vezes pode ser bem dolorida.

Como equilibrar os papéis?

Tento ser uma pessoa organizada. E não é fácil. Procuro programar meu dia, coloco tudo em agenda e não abro mão dos cadernos. Preciso escrever tudo e divido por assuntos: filhas, casa, trabalho 1, 2 e 3 e ainda tento encaixar, cada vez mais, tempo pra mim, como ginástica, aulas em geral, amigas.Esse é um exercício sem fim. Ainda não descobri o modelo perfeito. Depende da prioridade, do que é urgente ou importante naquele momento.

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Qual a mensagem que o livro deixa para quem está passando por uma separação?

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A mensagem é para as mulheres voltarem a se priorizar no núcleo da família. Para retomarem as rédeas de suas vidas, principalmente no que diz respeito a área profissional e financeira. Na nossa cultura, as mulheres acabam aceitando o lugar de mãe zelosa e do lar. Mas acredite, em algum momento isso não vai dar certo. Vai gerar um vazio enorme. O ideal seria termos papéis mais igualitários na família. Não é uma mensagem feminista. Ainda busco um denominador comum mais saudável e produtivo entre esses rótulos polarizados: feminista ou machista.

Além do livro, é co-fundadora de uma plataforma social. Como ela funciona?

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A BSocial foi uma oportunidade que surgiu. Fui voluntária durante 18 anos numa ONG no Campo Limpo e aprendi muito com eles. Se engajar, doar, se dar é mais prazeroso que receber. E, como conheço muita gente e muitos projetos incríveis, dois anos atrás fui sondada para ajudar a montaro que era apenas uma ideia deplataforma de promoção e incentivo `a cultura de doação'. Era a cereja do bolo que faltava na minha vida: um trabalho que une o que acredito, o que amo fazer e ainda com potencial para gerar receita. O que chamam de investimento de impacto social. Todo mundo pode se cadastrar e escolher uma causa para se engajar, para doar recorrentemente, com planejamento. A partir de R$25. Logo mais lançaremos um produto onde você vai poder convidar seus amigos para doar junto. Vamos aos poucos contribuindo com a ampliação da cultura de doação.  Nosso site para quem si interessar: www.bsocial.com.br 

Qual seu maior sonho? 

Ver os projetos que acredito darem certo. Ver cada vez mais pessoas doando, se engajando. Ver mais mulheres em cargos executivos, felizes e inteiras nas suas vidas. Ver os adolescentes (a geração das minhas filhas e amigas delas) indo mais longe do que a minha geração. Que cometam outros erros, mas que sejam seguras, felizes, generosas e independentes.

Um livro, um filme e uma mulher que admira? 

Vou falar uma frase no lugar do filme que deu branco: " Nunca tão completo quanto a sós consigo mesmo" - Catão por Hannah Arendt.

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Livro: sempre o do momento: Davi e Golias - Malcolm Gladwell.

Mulher: Acho a Michelle Obama o máximo! Ela conseguiu escalar com valores. Adoro tudo que ela representa.

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