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Debate sobre o universo feminino

Mulheres Positivas: Adriana Barbosa

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Por Mulheres Positivas
Atualização:

Nossa Mulher Positiva é Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta e considerada uma das mulheres negras mais influentes do mundo pelo MIPAD Most Influential People of African Descent.

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1. Como começou a sua carreira?

Comecei a trabalhar muito cedo, aos 15 anos eu ja queria ajudar a minha mãe  a viabilizar o meu sustento  ao trabalhar em lojas de roupa como vendedora. Mas foi em 1995 que entrei passei a trabalhar na área de comunicação e trabalhei em duas rádios, Gazeta FM e Radio Jovem Pan. Aprendi o que era o cenário das rádios quando ainda ouvíamos pelos radinhos e aparelhos de som. De la pulei para uma produtora de TV, atuava como produtora e agendava as equipes de filmagem e depois segui para uma gravadora de música que foi o meu primeiro sonho realizado, ou seja, trabalhar com artistas  que eu era fã, tais como Wilson Simoninha,  Cláudio  Zoli, Jarzinho, Leci Brandão. Eu levava os CDs para tocar e  esses artistas para fazer entrevistas em emissoras de rádios. Final dos anos 2000 eu fui mandada embora e ai foi quando começou o meu processo de sevirologia (arte se se virar) e eu passei a vender a minhas roupas, montei um brechó, chamava se brechó da troca. E eu trocava as minhas peças de roupas com outras mulheres. Fazia bijouteria, bolsas  e acessórios, vendia em portas de bares e ate blocos  de carnaval, e em uma dessas tentativas de se virar, fui participar com uma amiga em uma festa junina na região  da Vila Madalena e teve um arrastão, eu perdi parte das minhas peças  de roupa  e foi ai que decidi que não queria mais me virar ou sobreviver e foi quando junto com uma amiga que frequentava as baladas de black music da Vila Madalena que decidimos criar uma Feira que pudesse reunir o melhor da cultura negra em um só  lugar. Foi nessa ocasião  que surgiu a Feira Preta na Praça  Benedito Calixto. Na epoca uma multinacional  estava criando o primeiro produto segmentado, que for o sabonete para pele negra. Em 18 anos a Feira se transformou na maior Feira Negra da America Latina.

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2.  Como é formatado o modelo de negócios da Feira Preta  ? 

A Feira Preta é  um modelo de negócio  social, esta suportado  por duas figuras jurídicas. Uma organização  sem fins lucrativos e uma Eireli. Nesse sentido ela precisa gerar riqueza, mas não para o meu acúmulo e sim para que ela continue  existe com os seus programas e impactando  na vida de empreendedores  e consumidores negros.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?

Tive alguns momentos difíceis, mas o que eu quero  destacar, foi quando eu tive que voltar  para o mercado corporativo.  Deixei de empreender para ser empregada quando a minha filha nasceu e decidi naquele momento  dar mais sustentação e estabilidade financeira para a minha família.

Foi difícil  recuar e reconhecer  que como empreendedora  eu nao poderia naquele momento dar qualidade de vida de forma mais estável  para um bebê  que acabara de nascer. Me bateu um  medo uma vergonha, porque era como se eu tivesse indo contra a tudo aquilo que eu levara anos para construir uma imagem autônoma a partir do empreendedorismo. Mas foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida. Porque  pude aprender muitas coisas, inclusive  como funcionava a área de investimento  social privado. Eu era coordenadora de investimento social privado em uma multinacional e quando resolvi sair em 2016 para me dedicar ao meu negócio social eu estava prestes a ser promovida como a primeira gerente negra.

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4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora.

A terapia  tem me ajudado muito a fazer a separação  de pessoa física pra pessoa jurídica. Separar  o que é  Adriana Barbosa da Adriana da Feira Preta. Tenho por hábito  trabalhar demais. Mas hoje vejo a importância do auto  cuidado, do bem estar, de dizer não  e colocar limites e incluir a vida pessoal. Afinal tenho uma filha e preciso me dedicar a ela

5. Qual o seu maior sonho?

Tenho alguns. Ter a chance de ver a minha filha crescer empoderada dela mesma. E

Globalizar a Feira Preta e conquistar outros países.

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6. Qual a sua maior conquista?

A minha filhota  e ter criado a plataforma  Feira preta

7. Livro, filme e mulher que admira

Mulher  Oprah e as mulheres da minha familia

Livro: Chimamanda "Sejamos todos feministas

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