Tem lembrança mais gostosa do que ver algum objeto que lembre a casa da sua vó? Em tempos de isolamento social, os velhinhos são os que mais têm sido privados do contato com a família por fazerem parte do grupo de risco. Por aqui, ainda perdemos duas - tanto meu marido como eu não pudemos nos despedir das nossas vovós logo no início da pandemia: a dele se foi em razão do covid19 e a minha por consequências de uma alta precoce do hospital pela possibilidade de contrair o vírus.
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Esses objetos que nos trazem uma memória afetiva tão boa podem e devem fazer parte da decoração. Até porque se tornaram bem emblemáticos e ganharam nova leitura a partir de conceitos criativos e contemporâneos. Seguem alguns exemplos que nos fazem viajar no tempo e nos trazem sensação de abraço de vó.
Filtro de barro
Água fresquinha na caneca de lata. Todo mundo usava a mesma - imagine tal hábito em tempos de proliferação de vírus. O filtro de barro surgiu no início do século passado e até hoje é considerado um dos melhores do mundo para filtrar a água. O criador? Surgiu em São Paulo, mas a identidade do criador permanece uma incógnita até hoje...
Cadeira de balanço
A que vem à minha memória é um modelo daquelas cadeiras bem pesadas de mogno, cuja mola fazia um "nhec nhec" enquanto minha avó fazia o crochê assistindo à novela. Hoje há tantos modelos diferentes que fica difícil escolher. O principal, no entanto, é que tenha um assento com uma espuma de boa densidade e com revestimento resistente.
Tacho de cobre
Minha outra avó, que era mineira, costumava usar o tacho de cobre para deixar roupa de molho. Nada de usar sabão em pó: era sabão feito de banha de porco. Em casa, posicionei um queimador a álcool no centro do tacho que herdei dela e o cobri de pedras brancas. Assim, montei minha lareira portátil.
Piso de caquinhos ou granilite
Tanto o piso de caquinhos como o granilite surgiram a partir da montagem com sobra de peças quebradas. O primeiro é derivado de placas cerâmicas, enquanto o segundo tem em sua composição pedras como quartzo, mármore ou calcário. Ambos foram muito utilizados na década de 1940 e hoje são encontrados até como papel de parede.