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Dicas de decoração para deixar sua primeira morada mais bonita e aconchegante

Opinião|Como as plantas antigas mostram hábitos que já não existem mais

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Foto do author Anelisa Lopes
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Alguns dias atrás, fiquei hospedada em um apartamento dos anos 1980 que não tinha passado por nenhuma reforma desde então, ou seja, com exceção da manutenção básica, manteve sua configuração original ao longo desses quase quarenta anos. E, nesse período que passei por lá, foi como uma viagem no tempo... Relembrei da época em que morava com minha mãe, um apartamento da mesma geração, mas que passou por uma grande forma no final dos anos 1990, e me lembrei de muitos "elementos" dos quais esqueci que fizeram parte da minha vida e que não têm mais nenhum sentido hoje em dia.

(ANELISA LOPES ESCREVE SEMPRE ÀS TERÇAS. ACOMPANHE SEU PERFIL NO INSTAGRAM: @anelisalopes)

 

Plantas antigas mostram hábitos abandonados (foto: Pinterest/arquive.org) Foto: Estadão

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Praticamente extinto dos imóveis nas últimas décadas, o quarto de empregada já chegou a representar 25% da área total de um imóvel. Nos últimos anos, o cômodo perdeu sua função e se transformou em depósito, quarto de hóspede ou espaço para home office. Sem entrar no mérito da representação social do espaço, esses quartinhos mostravam de maneira bem clara a dinâmica de uma família, que contavam com uma pessoa que muitas vezes vinha de longe e não tinha onde morar, para serem servidos, às vezes até em tempo integral. Nos últimos anos, não só essa dependência foi extinta, como muitos imóveis também já não contam com banheiro de serviço que ficava junto à lavanderia. 

Falando em banheiro... O bidê, com quem convivi durante tantos anos na infância (risos), nunca foi usado na casa da minha mãe que eu me lembre. A peça sanitária tem origem francesa e passou a ser usado no século passado não só para lavar as partes íntimas, mas também os pés. E quem nunca visitou uma casa em que tal elemento tenha virado um depósito de revistas empilhadas? 

Outra característica bem marcante dessa época: as sacadas dos quartos, que poderiam fazer as vezes de janela e, de tão estreitas, só acumulavam folhas e pó, e mal dava para colocar uma cadeira. Qual seria a função? Somente para observar o trânsito e a vida dos pedestres, que passava a ser agitada nos grandes centros 40 anos atrás? Ou uma mera demonstração de status?

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Hoje em dia, os empreendimentos mesclam unidades residenciais com comerciais, têm trocado estacionamento por valet, dispõem de lavanderia compartilhada e contam com uma infra-estrutura digna de clube de primeira linha. Como será que as próximas gerações viverão e, principalmente, enxergarão esse tipo de morada? 

Opinião por Anelisa Lopes

Anelisa Lopes (@anelisalopes) é mãe, designer e jornalista. Após atuar por quase duas décadas como jornalista no segmento automotivo, decidiu estudar design de interiores para converter sua paixão por decoração em uma nova carreira. Hoje, faz consultorias e projetos para transformar espaços e vidas.

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