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Comportamento, saúde e obesidade

Opinião|Será amor o que sinto?

É essencial diferenciar amor saudável das relações de dependência

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Atualização:

por Luciana Kotaka

 

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Apesar de esse tema ser amplamente discutido no decorrer dos tempos percebo de forma clara que muitas pessoas ainda têm uma grande dificuldade em entender o que é amor.

Vemos com frequência casais que estão juntos mesmo com muitas brigas e falta de respeito, e me pergunto se há amor nessas relações, porém se perguntarmos a muitos deles irão afirmar que se amam. Há uma grande confusão em amor e paixão.

Sempre falo que paixão é algo maior, um sentimento forte que tira o equilíbrio, fazemos loucuras, nosso comportamento muda de forma drástica e não medimos as consequências de nossos atos. Um sentimento vivo, inebriante e enlouquecedor. Porém, apesar de aparentemente ser ruim, a grande maioria das pessoas gosta dessa sensação, sentem-se vivas eseduzidas.

Mas o amor, esse é mais tranquilo, sentimento de segurança, tranquilidade, um relacionamento onde existe respeito e cumplicidade, algo difícil de encontrar nos dias de hoje, porém possível.

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Como minha proposta hoje é questionar se é amor o que sentimos por nosso parceiro vou me concentrar nesse ponto, pois me preocupa muito as relações de dependência, em que o outro se torna o foco principal da felicidade. Já acompanhei vários casos que fica clara essa situação, chegando ao extremo do abandono dos filhos e a família em geral, em detrimento do parceiro, principalmente quando este não é o genitor de seus filhos.

O que leva uma pessoa a abandonar sua família e se deixar enveredar pela sedução ou até mentiras do outro? Por que é tão difícil dar conta de si mesmo sem depender de uma pessoa? Ou por que algumas pessoas se permitem viver um relacionamento que não é de amor, e sim de submissão e controle?

A entrada de uma pessoa estranha dentro de uma composição familiar nem sempre vem agregar, muitas vezes vem destruir os laços de afeto, independente da idade dos filhos, não há nada que se justifique o abandono, nem como forma de dar limites ou mesmo de reparar erros. Se errou na hora de educar talvez seja o momento de tentar reparar, acolher e entender como melhorar, mas nunca descartar e deixar o novo companheiro sobrepor sua forma de pensar, ditando regras e causando conflitos que nesse caso é uma violência extrema dentro de um contexto familiar.

Claro que quando isso ocorre não se percebe com essa clareza, ou mesmo há ainda uma opção de não prestar atenção na inocente crença de que se está feliz e com isso olhar para o relacionamento e assumir que não está bom dói demais.

Quando penso em amor me refiro não somente ao amor homem e mulher, mas o amor por si mesmo, a autoestima, pois é a falta dela que leva as pessoas a se sujeitarem aos pseudorelacionamentos, onde se acredita ter uma troca e na verdade somente um supre o outro. Na verdade vejo que as pessoas se subestimam, não acreditam em sua capacidade de ter um relacionamento verdadeiro, ou até mesmo cresceram com modelo de relacionamento ruim onde não há o respeito pelo outro.

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Por isso esse tema é de muita importância e é claro que estou focada em apenas uma parcela de relacionamentos, pois existe sim relacionamentos saudáveis, mas a grande maioria vêm marcado pelas situações acima citadas.

Se amar acima de tudo é um passo para um bom casamento, respeitar sua história, aprender a conviver com os fantasmas e se dar colo acima de tudo, onde o parceiro deve vir em nossa vida para somar, agregar, mas nunca dividir e desfazer vínculos familiares.

Mas como sempre digo, cada um faz uma escolha, pena que depois de muitas tristezas e perdas pode ser tarde para reatar alguns vínculos, pois os filhos, principalmente, são afetados de forma profunda e muitas vezes é irreversível a retomada do afeto.

Opinião por Luciana Kotaka
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